sábado, 28 de janeiro de 2017

Ouve-me




vai até onde ninguém te possa falar ou reconhecer

vai por esse campo de crateras extintas

vai por essa porta de água tão vasta quanto a noite deixa a árvore das cassiopeias cobrir-te 
e as loucas aveias que o ácido enferrujou erguerem-se na vertigem do voo

deixa que o Outono traga os pássaros e as abelhas 
para pernoitarem na doçura do teu breve coração

ouve-me que o dia te seja limpo e para lá da pele constrói o arco de sala morada eterna

o mar por onde fugirá o etéreo visitante desta noite



Al berto




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