segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um Domingo de Dezembro...o último!




Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não atem calma.

Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,
Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.

Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que sogue não prevendo,
O que passou a esquecer.

Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: Fui eu?
Deus sabe, porque o escreve.

Fernando Pessoa

Vida Nova. Nova Vida


O que coube neste momento, permaneceu.

As portas foram abertas. Tudo o que é novo foi bem-vindo e o que não se encaixava mais, teve a liberdade para sair, para se libertar.

Impressionante como a cada dia novos acontecimentos são capazes de (re)direcionar a minha vida, numa velocidade absurda, para caminhos até então não navegados.

O ano de 2010 foi um dos mais intensos.

Fim de ciclo. Resolução de pendências. Descoberta dos verdadeiros amigos, das verdadeiras vocações e do verdadeiro caminho a seguir, pelo menos essa é a primeira sensação que tenho.

Das lições, algumas duras, fui capaz de admitir os meus erros, capaz de falar mais alto em outras situações e aprender, de uma vez por todas, a entender o momento certo de sentir, perdoar e partir.

Toda a mudança, num primeiro momento, causa-nos medo, mas o novo é maravilhoso. A sensação de renascer/recomeçar não tem preço.

Está aberta a temporada do Balanço 2010. Inicia o teu. Faz análises. Revê os teus acertos e erros. Sonha. Imagina. Tenta acertar da próxima vez. O importante é: Tornar-se sempre alguém melhor.

.

E mais um ano que passou...


Somos sempre conduzidos pelas nossas emoções, sentimentos e desejos. Não podemos fugir de nós mesmos, não temos como fugir do que sentimos. O que sentimos faz de nós o que somos. Falta coragem para admitir, falta coragem para se ter coragem. Mais fácil esconder, dificil é assumir.

Isso é assustador para qualquer um, pois ainda não aprendemos a aceitarmo-nos, a conhecermo-nos melhor. Temos medo de sermos devorados pelos redemoinhos de nossas emoções, de vivermos o que sentimos, de mergulharmos no que realmente somos. Assim, comportamo-nos como a lagarta que, levada pelas águas, teve medo de se alimentar da folha na qual estava, com medo de se arriscar, cair na água, ser possuída por correntezas fortes demais e ser levada para lugares ilocalizáveis. Isso expressa também o nosso medo de amar, de se apaixonar, de se relacionar afectivamente com outra pessoa.

Realmente, os nossos sentimentos e emoções podem nos levar para terras distantes e desconhecidas, para territórios desertos de nós mesmos; podem nos conduzir para lugares ilocalizáveis; podem nos levar para longe, muito longe de muitas coisas, mas será sempre para perto, bem perto do nosso coração selvagem, para perto do que somos. As águas de nossos rios vêem de longe para nos dizer o que somos, vêm de nossas grutas, passam pelos outros para sentirmos a nós mesmos. Podemos represar essas águas ou fazê-las correr, fluir.Nós podemos ser uma represa, uma lagoa ou um rio.

Não podemos viver sentados na pedra no leito do rio nem vivermos como aquela árvore que tem suas raízes presas no rochedo. Mudar não é fácil. Às vezes sangra, a dor é grande e as lágrimas descem, mas como disse o mitólogo Joseph Campbell, sem sangue, lágrimas e dor, não existe a nova vida.

Devemos nos voltar para dentro de nós mesmos. Não para nos isolarmos dos outros e do mundo, mas para deixarmos desabrochar o nosso ser, aquele que pede liberdade, felicidade, que pede para amar sem restrições e ser amado incondicionalmente; aquele ser que pode fazer de nós uma pessoa melhor. Mas para tanto, como a lagarta, é preciso despojar a velha pele antes que a nova possa chegar

Joseph Campbell



Feliz ano novo a todos!


Muita coragem, muita saúde e acima de tudo, muitas verdades!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

Oswaldo Montenegro

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O meu Natal



Este ano, nunca encontrei tanta gente que detesta o Natal...o que me fez pensar:
O que me faz gostar tanto do Natal?
Para mim, o meu Natal começa logo no dia 1 de Dezembro,a fazer a Árvore de Natal. No fim, do dia, com a casa decorada, faz-se um lanche com Bolo Rei, chá e café para aconchegar a barriguinha...
E assim começa!!!

Ao longo do mês de Dezembro, existe em casa o Calendário de Natal, com uma bolsinha para cada dia do mês para lá por um doce, rebuçado ou uma pequena mensagem.

Não pode faltar o Circo du Soleil (visto que detesto circos com animais), os Concertos de Natal e a Ópera( os grandes clássicos), a Villa Natal em Óbidos(onde solto o meu lado Peter Pan e volto a ser criança), das ruas iluminadas na cidade, ...Tudo isto em Família!!!!
E assim é a preparação do meu Natal...

Depois, chega o solstício de inverno, na meia noite do dia 21 de dezembro, a noite mais curta do ano, que nos convida à introspecção, a fazer um balanço e a delinear compromissos.
E assim fico até ao dia 24 de Dezembro.

Eis que chega o dia e, começa-se a fazer os belheracos, os sonhos, as rabanadas, as azevias, o tronco de natal, o pão de ló, as farófias, temperar as carnes, fazer o pão no forno, sempre bem regadinho com o vinho do porto e a aguardente de fazer os doces ah ah ah
Chega a Noite da Consoada e a Festa começa: O Sol Criança renasceu!

Quando era mais nova, eu e os meus primos faziamos sempre um Teatro de Natal para toda a família...agora, com a família toda reunida(quando dá...)comemos o bacalhau cozido com couves( e no dia 25 fazemos a roupa velha com o resto que sobra), e os doces.
Ao fim da noite, já na casa de cada um, temos a lareira acesa com a mesa cheia de doces de natal, comemos e conversamos sobre o que nos vai na alma.
Conversamos a noite toda junto à lareira até adormecer, já a noite vai longa, e acordamos todos juntos na sala, ainda com a lareira acesa, e a mesa das sobremesas mesmo ali.
Bora lá fazer um cafezinho e comer mais uns docinhos...

No dia 25 de Dezembro lá está a família toda reunida para comer e cantar, e a tarde é reservada para ver filmes de natal, enroscados à lareira( a lareira não apaga durante 2 dias...Natal sem Lareira não é Natal)até dormir a sestinha uns para cada lado.
À noite, vai tudo a chá que já ninguém aguenta mais comida...

Muita gente nos dias de hoje detesta o Natal, mas eu acho que elas não gostam das pessoas em que se tornaram, egoístas e amargas. Habituaram-se a falar mal de tudo e não conseguem ver o lado positivo das coisas.
Acham que o Natal é uma hipocrisia e cinismo,que as pessoas ficam solidárias só no Natal pela publicidade e pelo mediatismo, etc e tal...
Para falar a verdade, já começo a estar cansada desta conversa porque, quem diz estas coisas é quem não faz nada pelos outros durante o ano inteiro, inclusivé no Natal.
Pelo menos os "cínicos" e os "hipócritas", independentemente dos seus motivos, põem um sorriso na cara uma vez por ano na cara de quem não tem motivos para sorrir durante o ano inteiro.
Depende da forma como vemos as coisas: Eu acho que todas as ajudas são bem vindas, nem que seja só no Natal!

O Natal é pura Magia e Fantasia!
É confraternizar, é alegria e muito amor!
E, até o pobrezinho dos mais pobrezinhos pode ter um Natal feliz.
Depende do espírito de cada um...eu desde 2004 que passo o Natal sozinha sem a família, mas na minha cabeça o meu Natal é o que está escrito aqui em cima, e isso ninguém me pode tirar, nem que eu esteja a tremer de frio a comemorar o Natal com os sem abrigo como já aconteceu.
O Natal somos nós que o fazemos!!!!

Vamos parar de nos queixar, de dizer mal da vida, e vamos aproveitar o que as pessoas que mais amamos têm para nos dar, nem que seja só uma vez por ano!!!!
Juntem as vossas famílias e, TENHAM UM NATAL FELIZ!!!!!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Evanescence - My Immortal (Tradução) By: Alê



I'm so tired of being here
Suppressed by all my childish fears
And if you have to leave, I wish that you would just leave
'Cause your presence still lingers here and it won't leave me alone

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me

You used to captivate me by your resonating light
Now I'm bound by the life you've left behind
Your face it haunts my once pleasant dreams
Your voice it chased away all the sanity in me

These wounds won't seem to heal
This pain is just too real
There's just too much that time cannot erase

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me

I've tried so hard to tell myself that you're gone
But though you're still with me
I've been alone all along

When you cried I'd wipe away all of your tears
When you'd scream I'd fight away all of your fears
And I held your hand through all of these years
But you still have all of me

Sean Connery - In My Life (Tradução)

                                                                     

There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.

But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.
In my life I'll love you more.

Dave Chapelle - Men and Women Phsycology - Very True

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cântico Negro



"Vem por aqui" - dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços , e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "vem por aqui"!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali ...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.
- Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha mãe.

Não, não vou por aí ! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos ...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí ...

Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.

Como pois sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos? ...
Corre nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos ...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a , como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios ...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.
É um átomo a mais que se animou ...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou,
- Sei que não vou por aí!

JOSÉ RÉGIO
 Antologia Poética, p.19

Sputnik, Meu Amor


"Banhado pela pálida luz da lua, o meu corpo perdera todo o sopro de vida, como uma figurinha de barro. Como se alguém me tivesse lançado um feitiço, como fazem os feiticeiros das ilhas das Índias Ocidentais, e insuflado de vida - a minha efémera existência - aquele pedaço de barro. A centelha vital extinguira-se. A minha verdadeira vida estava algures, adormecida, e uma pessoa sem rosto enfiara-a numa mala e preparava-se para fugir com ela.
Senti um calafrio tão violento que me deixou quase sem respiração. Algures, num local desconhecido, alguém trocara a ordem das minhas células, soltando os fios que mantinham a minha mente a funcionar. Não conseguia raciocinar. A única coisa a fazer era regressar o mais depressa possível ao meu refúgio habitual. Enchi os pulmões de ar e mergulhei no mar da minha consciência. Afastando as pesadas águas com a força das mãos, fui até ao fundo e agarrei-me com ambos os braços a uma pedra enorme. A água fazia uma pressão violentíssima sobre os meus tímpanos. Fechei os olhos, semicerrei as pálpebras com toda a força, sustive a respiração, tentando a todo o custo resistir. Uma vez tomada a decisão, não foi assim tão difícil. Aclimatei-me aos repetidos sinais de caos - à pressão da água, à falta de ar, à escuridão gelada. Era algo que eu me habituara a dominar, vezes sem conta, desde criança.
O tempo invertia-se, andava para trás, desaparecia, reorganizava-se. O mundo expandiu-se infinitamente - sem por um momento deixar de estar definido e limitado. Imagens nítidas - apenas imagens - passavam ser fazer barulho por corredores escuros, como medusas, almas à deriva. Evitei olhar para elas. Se desse sinal de tê-las reconhecido, nem que fosse por um breve instante, começariam de imediato a fazer sentido. O sentido estava ligado à temporalidade, e a temporalidade obrigava-me a regressar à superfície das águas."

Haruki Murakami
in, "Sputnik meu amor"

Escrevo-te para devolver o que nunca deste...


"Escrevo-te do lugar onde nos encontrámos e separámos.
A velha estação de comboio, à beira das árvores despidas pelo vento, ao cair da tarde, ao cair de Setembro. O comboio que te trouxe e levou.
Escrevo-te daqui. Do lugar onde disseste:ficarei para sempre. E partiste.
A marca da despedida na ultima página do teu diário.
Do lugar onde estragámos a festa, espantámos a caça, atrapalhámos o trânsito.
O lugar onde nos encontrámos e separámos: o Outono.
Escrevo-te do lugar onde marcámos o nosso desencontro.
Íamos de viagem e o comboio parou, durante dois anos,na estação mais sinistra do percurso.
Ficámos ali sozinhos no centro do nada.
Onde está o maquinista, os outros passageiros?
Nenhuma explicação, ninguém a quem apresentar queixa.
Encalhámos no Outono. Conhecemo-nos em Julho e já era Outono.
Nunca saímos do Outono. Não houve Primaveras nem Verões nos anos do nosso amor. Ficámos suspensos a ver as árvores despirem-se.
Olhei-te, confundido: porque nos atiraste para aqui?
Mas tu eras muito jovem e não ouvias. Estavas deslumbrada com a tua força. Paraste o mundo no Outono.
Ergueste uma barreira e conseguiste deter o próprio movimento do planeta.
Uma barreira de mentiras e ardis, de perfídias e cobardias, acinte e frio e vazio, tu que gostavas de brincar com palavras com muitos iis.
Escrevo-te do lugar onde humilhámos o Universo.
Para te devolver tudo.
As carícias que esqueceste.
As cartas que não escreveste.
E as que nunca abriste.
Escrevo-te para devolver tudo o que não deste.
E as horas de desespero, de olhos fechados em frente ao mar.
A espera inexorável e mesquinha, junto ao telefone.
Escrevo-te para devolver a marca da esperança louca,na última página do meu diário. Escrevo-te. Para devolver o Outono."

MAINTENANT JE SAIS







Quand j'étais petit, haut comme trois pommes
Je parlais bien fort... pour être un homme
Je disais: "Je sais, je sais... je sais"
C'était le début, c'était le printemps
Et quand j'ai eu mes dix-huit ans
J'ai dit: "Je sais... ça y est, cette fois, je sais"

Et aujourd'hui, des jours, je me retourne
Je regarde la terre, où j'ai quand même fait les cent pas
Et je sais toujours pas comment elle tourne
Vers vingt-cinq ans, je savais tout
L'amour, les roses, la vie, les sous
Ben oui! L'amour... j'en avais fait tout le tour
Mais heureusement, comme les copains
J'avais pas mangé tout mon pain
Au milieu de ma vie... J'ai encore appris
Ce que j'ai appris?... ça tient en trois-quatre mots

Le jour où quelqu'un vous aime... il fait très beau
Je peux pas mieux dire... il fait très beau
C'est encore ce qui m'étonne dans la vie
Moi qui suis à l'automne de ma vie
On oublie tant de soirs de tristesse
Mais jamais un matin de tendresse
Toute ma jeunesse, j'ai voulu dire: "Je sais"

Seulement, plus je cherchais et puis moins je savais
Y'a cinquante coups qui ont sonnés à l'horloge
Je suis encore à ma fenêtre, je regarde et je m'interroge
Maintenant, je sais... Je sais qu'on ne sait jamais

La vie, l'amour, l'argent, les amis et les roses
On ne sait jamais le bruit, ni la couleur des choses
C'est tout ce que je sais... mais ça je le sais!


Philip Green - Jean-Loup Dabadie (1974)







sábado, 20 de novembro de 2010

Soledad









Algunas veces vuelo
y otras veces
me arrastro demasiado a ras del suelo,
algunas madrugadas me desvelo
y ando como un gato en celo
patrullando la ciudad
en busca de una gatita,
a esa hora maldita
en que los bares a punto están de cerrar,
cuando el alma necesita
un cuerpo que acariciar.
Algunas veces vivo
y otras veces
la vida se me va con lo que escribo;
algunas veces busco un adjetivo
inspirado y posesivo
que te arañe el corazón;
luego arrojo mi mensaje,
se lo lleva de equipaje
una botella…, al mar de tu incomprensión.
No quiero hacerte chantaje,
sólo quiero regalarte una canción.
Y algunas veces suelo recostar
mi cabeza en el hombro de la luna
y le hablo de esa amante inoportuna
que se llama soledad.
Algunas veces gano
y otras veces
pongo un circo y me crecen los enanos;
algunas veces doy con un gusano
en la fruta del manzano
prohibido del padre Adán;
o duermo y dejo la puerta
de mi habitación abierta
por si acaso se te ocurre regresar;
más raro fue aquel verano
que no paró de nevar.
Y algunas veces suelo recostar
mi cabeza en el hombro de la luna
y le hablo de esa amante inoportuna
que se llama soledad.

Joaquín Sabina





Déclaration des droits de l’homme et la femme à l’amour




Te rencontrer sans te réduire
Te désirer sans te posséder
T’aimer sans t’envahir
Te dire sans me trahir
Te garder sans te dévorer
T’agrandir sans te perdre
T’accompagner sans te guider
Et être ainsi moi-même
au plus secret de toi.

Jacques Salomé



Oswaldo Montenegro - Metade



Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.


Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.


Que as palavras que falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço


E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que penso
E a outra metade um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
que eu me lembro ter dado na infância
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
E a outra metade não sei


Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço


Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é a canção


E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.



Oswaldo Montenegro






quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LA GENTE QUE ME GUSTA



Me gusta la gente que vibra, que no hay que empujarla, que no hay que decirle que haga las cosas, sino que sabe lo que hay que hacer y que lo hace. La gente que cultiva sus sueños hasta que esos sueños se apoderan de su propia realidad.Me gusta la gente con capacidad para asumir las consecuencias de sus acciones, la gente que arriesga lo cierto por lo incierto para ir detrás de un sueño, quien se permite huir de los consejos sensatos dejando las soluciones en manos de nuestro padre Dios.

Me gusta la gente que es justa con su gente y consigo misma, la gente que agradece el nuevo día, las cosas buenas que existen en su vida, que vive cada hora con buen ánimo dando lo mejor de sí, agradecido de estar vivo, de poder regalar sonrisas, de ofrecer sus manos y ayudar generosamente sin esperar nada a cambio.

Me gusta la gente capaz de criticarme constructivamente y de frente, pero sin lastimarme ni herirme. La gente que tiene tacto.

Me gusta la gente que posee sentido de la justicia.

A estos los llamo mis amigos.

Me gusta la gente que sabe la importancia de la alegría y la predica. La gente que mediante bromas nos enseña a concebir la vida con humor. La gente que nunca deja de ser aniñada.

Me gusta la gente que con su energía, contagia.

Me gusta la gente sincera y franca, capaz de oponerse con argumentos razonables a las decisiones de cualquiera.

Me gusta la gente fiel y persistente, que no desfallece cuando de alcanzar objetivos e ideas se trata.

Me gusta la gente de criterio, la que no se avergüenza en reconocer que se equivocó o que no sabe algo. La gente que, al aceptar sus errores, se esfuerza genuinamente por no volver a cometerlos.

La gente que lucha contra adversidades.

Me gusta la gente que busca soluciones.

Me gusta la gente que piensa y medita internamente. La gente que valora a sus semejantes no por un estereotipo social ni cómo lucen. La gente que no juzga ni deja que otros juzguen.

Me gusta la gente que tiene personalidad.

Me gusta la gente capaz de entender que el mayor error del ser humano, es intentar sacarse de la cabeza aquello que no sale del corazón.

La sensibilidad, el coraje, la solidaridad, la bondad, el respeto, la tranquilidad, los valores, la alegría, la humildad, la fe, la felicidad, el tacto, la confianza, la esperanza, el agradecimiento, la sabiduría, los sueños, el arrepentimiento y el amor para los demás y propio son cosas fundamentales para llamarse GENTE.

Con gente como ésa, me comprometo para lo que sea por el resto de mi vida, ya que por tenerlos junto a mí, me doy por bien retribuido.

sábado, 23 de outubro de 2010

Contigo - Joaquín Sabina



Yo no quiero un amor civilizado,
con recibos y escena del sofá;
yo no quiero que viajes al pasado
y vuelvas del mercado
con ganas de llorar.

Yo no quiero vecínas con pucheros;
yo no quiero sembrar ni compartir;
yo no quiero catorce de febrero
ni cumpleaños feliz.

Yo no quiero cargar con tus maletas;
yo no quiero que elijas mi champú;
yo no quiero mudarme de planeta,
cortarme la coleta,
brindar a tu salud.

Yo no quiero domingos por la tarde;
yo no quiero columpio en el jardin;
lo que yo quiero, corazón cobarde,
es que mueras por mí.

Y morirme contigo si te matas
y matarme contigo si te mueres
porque el amor cuando no muere mata
porque amores que matan nunca mueren.

Yo no quiero juntar para mañana,
no me pidas llegar a fin de mes;
yo no quiero comerme una manzana
dos veces por semana
sin ganas de comer.

Yo no quiero calor de invernadero;
yo no quiero besar tu cicatriz;
yo no quiero París con aguacero
ni Venecia sin tí.

No me esperes a las doce en el juzgado;
no me digas "volvamos a empezar";
yo no quiero ni libre ni ocupado,
ni carne ni pecado,
ni orgullo ni piedad.

Yo no quiero saber por qué lo hiciste;
yo no quiero contigo ni sin ti;
lo que yo quiero, muchacha de ojos tristes,
es que mueras por mí.

Y morirme contigo si te matas
y matarme contigo si te mueres
porque el amor cuando no muere mata
porque amores que matan nunca mueren.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Mude - Pedro bial

A história da águia

Ética para meu filho

The Script - The Man Who Can't Be Moved



Going Back to the corner where I first saw you
Gonna camp in my sleeping bag I'm not gonna move
Got some words on cardboard, got your picture in my hand
saying, "if you see this girl can you tell her where I am"

Some try to hand me money, they don't understand
I'm not broke I'm just a broken hearted man
I know it makes no sense but what else can I do
How can I move on when I'm still in love with you

Cause If one day you wake up and find your missing me
and your heart starts to wonder where on this earth I could be
Thinkin maybe you'll come back here to the place that we'd meet
And you'll see me waiting for you on the corner of the street
So I'm not moving, I'm not moving

Policeman says, "son you can't stay here"
I said, "there's someone I'm waiting for If it's a day, a month, a year"
Gotta stand my ground even if it rains or snows
If she changes her mind this is the first place she will go

Cause If one day you wake up and find your missing me
and your heart starts to wonder where on this earth I could be
Thinkin maybe you'll come back here to the place that we'd meet
And you'll see me waiting for you on the corner of the street
So I'm not moving, I'm not moving,
I'm not moving, I'm not moving

People talk about the guy that's waiting on a girl
There are no holes in his shoes but a big hole in his world

Maybe I'll get famous as the man who can't be moved
Maybe you wont mean to but you'll see me on the news
And you'll come running to the corner
cause you'll know it's just for you
Im the man who can't be moved

Cause If one day you wake up and find your missing me
and your heart starts to wonder where on this earth I could be
Thinkin maybe you'll come back here to the place that we'd meet
And you'll see me waiting for you on our corner of the street
So I'm not moving, I'm not moving,
I'm not moving, I'm not moving

People talk about the guy
Who's waiting on a girl, woah
There are no holes in his shoes
But a big hole in his world, woah

Maybe I'll get famous
As the man who can't be moved
Maybe you wont mean to
But you'll see me on the news
And you'll come running to the corner
Cause you'll know it's just for you
I'm the man who can't be moved
I'm the man who can't be moved

Cause if one day you wake up and find that you're missing me
and your heart starts to wonder where on this earth I could be
Thinkin maybe you'll come back here to the place that we'd meet
And you'll see me waiting for you on the corner of the street
So I'm not moving, I'm not moving
I'm not moving, I'm not moving (x2)

Going back to the corner where I first saw you
Gonna camp in my sleeping bag I'm not gonna move

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Homem só trai por justa causa


A mulher chega a casa e encontra o marido na cama, com outra, 25 anos, bonita, com tudo no sítio, bronzeada, cheia de amor para dar.

Arma o maior escabeche, mas o marido interrompe-a:
- Antes deverias ouvir como tudo isto aconteceu...
Encontrei esta jovem na rua, maltrapilha, cansada e esfomeada.
Então, com pena do estado dela, trouxe-a para casa.
Servi-lhe o jantar que tu não comeste no dia anterior com a mania das dietas, guardei o jantar no frigorífico, lembras-te?
Ela estava descalça, então dei-lhe aquele par de sapatos que, como foi a minha mãe que te deu, nunca usaste.
Ela estava com sede e eu servi-lhe aquele vinho que estava guardado...para aquele sábado que prometeste mas que nunca chega... pois, dói-te a cabeça, estás cansada e tens muito que fazer.
As calças estavam rasgadas, dei-lhe aquele par de jeans quase novo...que ainda estava em perfeito estado, mas não te servia.
Como ela estava suja, aconselhei-a a tomar um banho.... no final, dei-lhe aquela perfume francês novinho que nunca usaste porque não era a tua marca favorita.
Então, quando já estava sossegada, perguntou:
-Senhor, não tem mais nada que a sua esposa não use?
Nem respondi!!!!!!!.............
Dei logo!!!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Blood Diamond - Trailer



O conflito civil na Serra Leoa na década de 90, o que vemos são crianças a matar crianças, aldeias dizimadas e uma luta constante pela liberdade individual expressa num diamante. Há um duvida constante se é a natureza humana que é corrompida mas é no fundo correcta ou se é a mesma que corrompe a sociedade. Zwick perde-se quando deixa que a sua boa consciência civilizacional se sobreponha à crueldade africana.
Mas, para além do bom filme recheado de boas intenções, para além das nomeações para os Oscars, para além do retrato de uma África mais profunda e verdadeira, para além da boa fotografia de Eduardo Serra, a grande conquista deste Diamante de Sangue são as duas grandes interpretações de Leonardo Di Caprio e de Djimon Hounsou. Hounsou, verdade seja dita, não está muito diferente do que lhe vimos em Gladiador, mas a verdade também é que esta versão de herói de bom coração e melhores intenções lhe assenta como a ninguém. Em relação a Gladiador, aparece mais maduro, com maior versatilidade e maior possibilidade de se expandir na procura de uma personagem de grande intensidade e força.
Quanto a Di Caprio, revela-se cada vez mais, e passando a analogia óbvia do trabalho com Scorsese, parecido com De Niro. Um actor versátil, com inteligente gestão de carreira, que consegue conjugar o lado mais comercial com o lado mais independente, sem esquecer o trabalho com grandes realizadores ou os filmes de causa. Começa em Titanic, rever A praia, O Aviador, Gangs de Nova Iorque e The Departed, e acabar com Diamante de Sangue confere uma boa ideia da ascensão qualitativa de um dos melhores jovens actores do momento. Diamante de Sangue poderia ter sido um muito melhor filme. Mas que ninguém duvide que estamos perante um dos mais sinceros retratos da África profunda e conflituosa.

This is Africa.

Título: Diamantes de Sangue
Realizador: Edward Zwick
Elenco: Leonardo Di Caprio, Djimon Hounsou, Jennifer Connelly, Arnold Vosloo, Kagiso Kuypers e Antony Coleman.
E.U.A., 2006

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Ampulheta


AMPULHETA
Petria Chaves


Se os dias forem estranhos, toma tua forma de céu e transcreva aqueles versos que ainda ninguém leu. Vira a criança que semana passada você criou. Chora, tira a roupa. Deita aqui. De tangente soslaio como os seus olhos fazem quando não acreditam em mim.



Marca um ponto no horizonte e joga o dardo. Vota nulo e escreva o conto que eu te li. Chora a mágoa, toma a água, espera o efeito passar. Toma conta de mim. A criança que semana passada você criou. Pensa que é a última vez. Subtraia e multiplique seus dedos, entenda meus medos, sorria e coma bem.




Quando os dias forem estranhos, desafia a morte. Sonha que o paraíso comprou mais terreno e te deu. Meu corpo cresceu. Acorda e vem disputar nossa última batalha. Já posso viajar sozinha. Espera pela pergunta antes da minha resposta mesquinha. Não olha pra trás. O destino passou.



Toma um gole do que é meu. Lembra que eu vi as mentiras bonitas. Pensei e fiquei com nojo e parei de respirar. Falei pouco e não quis escutar. Nem discutir. E na terceira pessoa tudo parecia mesmo esquisito. Contrário, diferente daquele que proclamava tratados. Todos falsos. E o mentiroso ficou com nariz de palhaço e não caiu por um triz. Mas a máscara derreteu. E ficou só o corpo amorfo e descomunal, que pena a decadência, mas continua ali.




Não deixa os dias ficarem estranhos assim. Faz velocidade do meu amanhecer. Olha o relativismo que compõe as meninas de mim. Ana, Joana, Viridiana, Catarina. Que rimavam enquanto pulavam a amarelinha pintada no chão. Não esqueça meu cigarro e minha xícara de chá. Toda a minha freqüente alucinação. Me proteja da agressão. Do palhaço, do mago, do infeliz.


Da dor de garganta, da minha pretensão.




(Petria Chaves é paulista. Tem 25 anos. É jornalista. Hoje, repórter da rádio CBN em São Paulo. Escreve contos e crônicas por diversão há oito anos. É uma apaixonada por cidades, sentimentos e sorrisos)

O Girassol e o Céu Azul



O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...

E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do Mundo...

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso

Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência não pensar...


Fernando Pessoa






As escolhas de uma vida


A certa altura do filme Crimes e Pecados,
o personagem interpretado por Woody Allen diz:
'Nós somos a soma das nossas decisões'.

Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta
e de lá nunca mais saiu.

Compartilho do cepticismo de Allen:
nós somos o que nós escolhemos ser,
o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que,
ao fazer uma opção,
estamos descartando outra,
e de opção em opção vamos tecendo essa teia que
se convencionou chamar 'minha vida'.

Não é tarefa fácil.
No momento em que se escolhe ser médico,
se está a abrir mão de ser piloto de avião.
Ao optar pela vida de actriz,
será quase impossível conciliar com a arquitetura.

No amor, a mesma coisa:
namora-se um, outro, e mais outro,
num excitante vaivém de romances.
Até que chega um momento em que é
preciso decidir entre passar o resto da vida
sem compromisso formal com alguém,
apenas vivenciando amores
e deixando-os ir embora quando se acabam,
ou casar, e através do
casamento fundar uma microempresa,
com direito a casa própria, orçamento
doméstico e responsabilidades.
As duas opções têm seus prós e contras:
viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista?

Todas as alternativas são válidas,
mas há um preço a pagar por elas.
Quem dera que pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses,
ser casados de segunda a sexta
e solteiros nos finais de semana,
ter filhos quando se está bem-disposto
e não tê-los quando se está cansado.

Por isso é tão importante o auto conhecimento.
Por isso é necessário ler muito,
ouvir os outros,
estagiar em várias tribos,
prestar atenção ao que
acontece à nossa volta e não
cultivar preconceitos.

Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas,
elas têm que refletir o que nós somos.
Lógico que se deve reavaliar decisões e
trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar,
e não para anular a vivência do
caminho anteriormente percorrido.

A estrada é longa e o tempo é curto.
Não deixes de fazer nada que queiras,
mas tem responsabilidade e maturidade
para arcar com as
conseqüências destas acções.

Lembrem-se:
As vossas escolhas têm 50% de hipótese de darem certo,
Mas também 50% de hipótese de darem errado.

A escolha é tua...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Mulheres Possíveis


MULHERES POSSÍVEIS...

Texto na Revista do Jornal O Globo


'Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes.
Sou a Miss Imperfeita, muito prazer.
Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros.
Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic.
Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO.
Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero.
Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.
Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros.
Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho.
Você não é Nossa Senhora.
Você é, humildemente, uma mulher.
E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.
Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos criar para si a falsa impressão de ser indispensável.
É ter tempo.
Tempo para fazer nada.
Tempo para fazer tudo.
Tempo para dançar sozinha na sala.
Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor.
Três dias.
Cinco dias!
Tempo para uma massagem.
Tempo para ver a novela.
Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza.
Tempo para fazer um trabalho voluntário.
Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto.
Tempo para conhecer outras pessoas.
Voltar a estudar.
Para engravidar.
Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado.
Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal.
Existir, a que será que se destina?
Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.
A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada.
Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.
Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.
Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir.
Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.
Desacelerar tem um custo.
Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.
Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores.
E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante'.

Martha Medeiros 
Jornalista e escritora

Morre lentamente... Poema de Pablo Neruda ou de Martha Medeiros??






Houve uma confusão no mundo político italiano. Um senador usou um texto da Martha Medeiros em seu discurso para derrubar o primeiro-ministro Romano Prodi.

O texto, que costuma ser creditado ao Pablo Neruda como "Morre Lentamente", na verdade chama-se "A Morte Devagar".

Isto aconteceu em 24/01/08. Clemente Mastella, líder da Udeur, leu a crônica da tribuna do Senado, emocionado, como se fosse do Pablo Neruda. Dono de poucos mas decisivos votos, Mastella ilustrou sua decisão de trair o governo com o bonito texto.

Relembro a bela crónica da poderosa gaúcha , publicada em 2001 , no Zero Hora.
Foi escrita na véspera do dia de Finados:

A MORTE DEVAGAR

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.

Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.

Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.

Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.

Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.

Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois, quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.




O poema Muere Lentamente (Morre Lentamente), atribuído por engano a Pablo Neruda, circula há anos na Internet sem que nada nem ninguém seja capaz de deter a bola de neve.O poema que não se chama Morre Lentamente, mas A Morte Devagar, e não é do poeta chileno como assegurou à EFE a Fundação Pablo Neruda, mas da escritora e poeta brasileira Martha Medeiros.
Filha de José Bernardo Barreto de Medeiros e de Isabella Matos de Medeiros, é jornalista no jornal Zero Hora de Porto Alegre e de O Globo no Rio de Janeiro.


Morre lentamente

Morre lentamente 
quem não viaja, 
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente 
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente 
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos,
quem não muda de marca, 
não se arrisca a vestir uma nova cor
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente 
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente 
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" 
em detrimento de um redemoinho de emoções
justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, 
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente 
quem não vira a mesa quando está infeliz,
quem não arrisca o certo pelo incerto 
para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida 
fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente 
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte 
ou da chuva incessante.

Morre lentamente 
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Morre lentamente...



Porque não é apenas Muere Lentamente o único "falso Neruda" que encontram os internautas. Também costumam atribuir ao autor do Canto Geral os poemas Queda Prohibido, que é de Alfredo Cuervo, escritor e jornalista espanhol, e Nunca Te Quejes, de autor ignorado pela Fundação.

O director executivo da Fundação, Fernando Sáez, diz que não é a primeira vez nem será a última, que as pessoas imputem a um poeta famoso textos que ele jamais escreveu e cuja autoria é desconhecida.

Um dos enganos do género aconteceu com um famoso texto atribuído a Borges sobre as maravilhas da vida, que nem com sua maior ironia ele teria suportado e menos ainda escrito. O suposto poema de Borges, Instantes, segundo esclareceu a viúva do escritor, María Kodama, é de autoria da escritora norte-americana Nadine Stair.

Mais estrondoso ainda foi o falso apócrifo atribuído a Gabriel García Márquez, La Marioneta, com o qual o prémio Nobel de Literatura colombiano se despedia de seus amigos, após saber que estava com um câncro. "Se por um instante Deus se esqueceu de que sou uma marionete de pano e me presenteasse com um pouco mais de vida, aproveitaria esse tempo o mais que pudesse..." diz o texto cuja "autoria" quase matou de verdade García Márquez, como ele mesmo disse ao desmentir que o poema fosse criação sua.

"O que pode me matar é a vergonha de que alguém acredite de verdade que fui eu que escrevi", disse Gabo.

Muere Lentamente é uma poesia da escritora brasileira Martha Medeiros, autora de numerosos livros e cronista do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, conforme informou à EFE a Fundação Neruda.

Cansada de ver as pessoas a dizer que o poema é do poeta chileno, a própria escritora entrou em contacto com a Fundação Neruda para esclarecer a autoria do texto, pois os versos coincidem em grande parte com o seu texto A Morte Devagar, publicado em 2000, às vésperas do Dia dos Mortos.

Em declarações à EFE, Martha reconhece que não sabe como o poema começou a circular na internet, já que há "muitos textos" seus que estão na rede "como se fossem de outros autores". "Infelizmente, não há nada a fazer", acrescenta.

A poeta e romancista brasileira de 47 anos admira profundamente o poeta chileno Pablo Neruda, de quem se declara uma fã, mas prefere que "cada um tenha o seu trabalho reconhecido". No entanto, não perde o sono com essas coisas e assegura que tem "humor suficiente para rir de tudo isso".

A Fundação concorda com Martha e afirma que pouco pode ser feito para deter esta bola de neve na rede, já que ao fazer uma busca no Google sobre o poema Muere Lentamente associado ao nome do poeta Pablo Neruda, vão aparecer milhares de referências ao poema associado ao nome do poeta.

domingo, 12 de setembro de 2010

Into the Wild - Trailer



Esta é a história verídica de um recém formado com distinção, que entrou em choque com a sociedade. Abandona tudo e anseia por chegar ao Alasca, onde poderia estar longe do homem e em comunhão com a natureza selvagem e pura. O que lhe acontece durante este percurso transforma o jovem num símbolo de resistência para inúmeras pessoas.
Christopher dá igualmente início a uma aventura que mais tarde viria a encher as páginas dos jornais e que termina com a sua morte no Alasca.
É inspirado na história real de Christopher McCandless.
Escrito e dirigido por Sean Penn,o filme por si é sensacional, é muito bem apoiado na banda sonora do Eddie Vedder,e adaptado do romance de Jon Krakauer.
Eddie Vedder compôs sozinho a banda sonora para Into The Wild. O álbum traz doze faixas interpretadas por Eddie Vedder, destaque para o single "Hard Sun", belíssimo duelo de vilões e guitarras. Mas o elo com o Pearl Jam ainda aparece em algumas letras, como a de "Society" e "Long Nights". Sensacional!
Este trabalho de Eddie Vedder foi o seu primeiro álbum a solo e obteve nomeação para vários prémios nas categorias de melhor canção("Guaranteed") e melhor banda sonora.



Aqui ficam algumas das críticas:

the moral of the movie is you can go anywhere in search of peace but you have to find peace in your own heart. the answers are not out on the open road but only on the road inward. love yourself, love your brother, love your family, your friend, and most of all your enemy. that is the food that will satisfy you.

This man was a free spirit who just wanted to be free. His life was made full by the new experiences he had on his journey. Have you not had the calling to just be out there, free in the wild? Society, wealth, and possessions held no importance to him. BEautiful story. Inspirational.

Some people take risks and challanges in life, some don't. I sometimes think i'd be a lot happier if I was a bit braver to take chances and just do things, regardless of preparation or safety in following dreams. Thats the question, do we take the risk or not...


Cenas mais marcantes:


"I read somewhere how important it is in life not necessarily to be strong, but to feel strong!"
― Jon Krakauer, Into the Wild

"Happiness is only real when shared"
― Jon Krakauer, Into the Wild

“...the sea's only gifts are harsh blows and, occasionally, the chance to feel strong.
Now, I don't know much about the sea, but I do know that that's the way it is here.
And I also know how important it is in life not necessarily to be strong but to feel strong, to measure yourself at least once, to find yourself at least once in the most ancient of human conditions, facing blind, deaf stone alone, with nothing to help you but your own hands and your own head...”
― Jon Krakauer, Into the Wild 

“make a radical change in your lifestyle and begin to boldly do things which you may previously never have thought of doing, or been too hesitant to attempt. So many people live within unhappy circumstances and yet will not take the initiative to change their situation because they are conditioned to a life of security, conformity, and conservation, all of which may appear to give one peace of mind, but in reality nothing is more damaging to the adventurous spirit within a man than a secure future. The very basic core of a man's living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun. If you want to get more out of life, you must lose your inclination for monotonous security and adopt a helter-skelter style of life that will at first appear to you to be crazy. But once you become accustomed to such a life you will see its full meaning and its incredible beauty.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“I'd like to repeat the advice that I gave you before, in that I think you really should make a radical change in your lifestyle and begin to boldly do things which you may previously never have thought of doing, or been too hesitant to attempt. So many people live within unhappy circumstances and yet will not take the initiative to change their situation because they are conditioned to a life of security, conformity, and conservatism, all of which may appear to give one peace of mind, but in reality nothing is more damaging to the adventurous spirit within a man than a secure future. The very basic core of a man's living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun.

If you want to get more out of life, Ron, you must lose your inclination for monotonous security and adopt a helter-skelter style of life that will at first appear to you to be crazy. But once you become accustomed to such a life you will see its full meaning and its incredible beauty. And so, Ron, in short, get out of Salton City and hit the Road. I guarantee you will be very glad you did. But I fear that you will ignore my advice. You think that I am stubborn, but you are even more stubborn than me. You had a wonderful chance on your drive back to see one of the greatest sights on earth, the Grand Canyon, something every American should see at least once in his life. But for some reason incomprehensible to me you wanted nothing but to bolt for home as quickly as possible, right back to the same situation which you see day after day after day. I fear you will follow this same inclination in the future and thus fail to discover all the wonderful things that God has placed around us to discover.

Don't settle down and sit in one place. Move around, be nomadic, make each day a new horizon. You are still going to live a long time, Ron, and it would be a shame if you did not take the opportunity to revolutionize your life and move into an entirely new realm of experience.

You are wrong if you think Joy emanates only or principally from human relationships. God has placed it all around us. It is in everything and anything we might experience. We just have to have the courage to turn against our habitual lifestyle and engage in unconventional living.

My point is that you do not need me or anyone else around to bring this new kind of light in your life. It is simply waiting out there for you to grasp it, and all you have to do is reach for it. The only person you are fighting is yourself and your stubbornness to engage in new circumstances.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“Some people feel like they don't deserve love. They walk away quietly into empty spaces, trying to close the gaps of the past.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“When you forgive, you love. And when you love, God’s light shines upon you.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“So many people live within unhappy circumstances and yet will not take the initiative to change their situation because they are conditioned to a life of security, conformity, and conservatism, all of which may appear to give one peace of mind, but in reality nothing is more dangerous to the adventurous spirit within a man than a secure future. The very basic core of a man’s living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“I'm going to paraphrase Thoreau here... rather than love, than money, than faith, than fame, than fairness... give me truth. ”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“We like companionship, see, but we can't stand to be around people for very long. So we go get ourselves lost, come back for a while, then get the hell out again.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“It is easy, when you are young, to believe that what you desire is no less than what you deserve, to assume that if you want something badly enough, it is your God-given right to have it.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“It is true that I miss intelligent companionship, but there are so few with whom I can share the things that mean so much to me that I have learned to contain myself. It is enough that I am surrounded with beauty...”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“He read a lot. He used a lot of big words. I think maybe part of what got him into trouble was that he did too much thinking. Sometimes he tried too hard to make sense of the world, to figure out why people were bad to each other so often. A couple of times I tried to tell him it was a mistake to get too deep into that kind of stuff, but Alex got stuck on things. He always had to know the absolute right answer before he could go on to the next thing.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“I understood what he was doing, that he had spent four years fulfilling the absurd and tedious duty of graduating from college and now he was emancipated from that world of abstraction, false security, parents, and material excess.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“He was unheeded, happy, and near to the wild heart of life. He was alone and young and wilful and wildhearted, alone amid a waste of wild air and brackish waters and the seaharvest of shells and tangle and veiled grey sunlight.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“On July 2, McCandless finished reading Tolstoy's "Family Happiness", having marked several passages that moved him:
"He was right in saying that the only certain happiness in life is to live for others...

I have lived through much, and now I think I have found what is needed for happiness. A quiet secluded life in the country, with the possibility of being useful to people to whom it is easy to do good, and who are not accustomed to have it done to them; then work which one hopes may be of some use; then rest, nature, books , music, love for one's neighbor - such is my idea of happiness. And then, on top of all that, you for a mate, and children, perhaps - what more can the heart of a man desire?" ...”
― Jon Krakauer, Into the Wild

The very basic core of a man’s living spirit is his passion for adventure. The joy of life comes from our encounters with new experiences, and hence there is no greater joy than to have an endlessly changing horizon, for each day to have a new and different sun.”
― Jon Krakauer, Into the Wild

“At long last he was unencumbered, emancipated from the stifling world of his parents and peers, a world of abstraction and security and material excess, a world in which he felt grievously cut off from the raw throb of existence.”
― Jon Krakauer, Into the Wild