terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Chega de revolucionários produzidos, padronizados e impotentes.




Desertores da lida na vida, encontrei um monte pelos caminhos, frustrados, descrentes, desistentes. Eram os que queriam mudar o mundo... não percebiam que o mundo é mutação permanente, como tudo no universo em movimento, que nascemos num processo de mutação e ele não obedece a nossa vontade, tem seu ritmo e todo mundo participa, querendo ou não, sabendo ou não, assumindo sua participação ou sendo levado pelas induções e condicionamentos.
Querer mudar o mundo é arrogante e pretensioso. Já é difícil escolher como participar com a própria vontade, ver com os próprios olhos, sentir com o próprio coração. Mas é isso que torna a participação útil e a vida, satisfatória. Revolucionar a si mesmo é muito mais importante que pretender revolucionar a sociedade, porque sem isso a contestação ao sistema é superficial e também programada - disputas, confrontos, vaidades, sentimentos de superioridade... os condicionamentos quotidianos a que a coletividade humana é submetida quotidianamente.
Chega de revolucionários produzidos, padronizados e impotentes. É preciso revolucionários orgânicos, sem poses nem frases feitas, sem jargões ou símbolos, que revolucionaram a alma, os valores, a visão de mundo, os comportamentos, os sentimentos. E que não dependam de aprovação de ninguém além da própria consciência.
A revolução interna ainda não é pros vaidosos, pros doutrinados, pros medrosos, nem pros donos de qualquer verdade.


Eduardo Marinho



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