domingo, 29 de janeiro de 2023

Os Ombros Suportam o Mundo

 

Carlos Drummond de Andrade





Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


Carlos Drummond de Andrade
in, Sentimento do Mundo




Serei capaz de abandonar nobremente?






 

Saber desistir. Abandonar ou não abandonar — esta é muitas vezes a questão para um jogador. 
A arte de abandonar não é ensinada a ninguém. E está longe de ser rara a situação angustiosa em que devo decidir se há algum sentido em prosseguir jogando. 

Serei capaz de abandonar nobremente? 
Ou sou daqueles que prosseguem teimosamente esperando que aconteça alguma coisa? 
Como, digamos, o próprio fim do mundo? 
Ou seja lá o que for, como a minha morte súbita, hipótese que tornaria supérflua a minha desistência? 


Clarice Lispector
in, Um Sopro De Vida



 

terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Inside Out Full Movie in English Disney Animation Movie

                                                 





Lançado em 2015, o filme é dirigido e co-escrito por Pete Docter, filme americano de animação comédia dramática, produzido pela Pixar Animation Studios e lançado pela Walt Disney Pictures.
Co-dirigido e co-escrito por Ronnie del Carmen e produzido por Jonas Rivera, com banda sonora composta por Michael Giacchino

Docter começou a desenvolver Inside Out em 2009, após perceber mudanças na personalidade de sua filha desde o seu nascimento. Os produtores do filme consultaram inúmeros psicólogos, incluindo Dacher Keltner e Paul Ekman, da Universidade da Califórnia, em Berkeley, que ajudaram a analisar a história, enfatizando os aspectos neuropsicológicos em que as emoções humanas são espelhadas.

A animação Divertida Mente (no original Inside Out) tem como protagonista a menina Riley, que se vê obrigada a mudar de cidade com os pais.

Acompanhamos o seu processo de adaptação na vida nova e assistimos como as cinco emoções (Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojo) regem o seu comportamento. Através de personagens lúdicos observamos o funcionamento cerebral de Riley e como ela se comporta socialmente.

Divertida Mente trata de um tema complexo (a máquina do nosso pensamento) a partir de uma abordagem singela e didática. 
O filme recebeu os mais importantes prémios de melhor filme de animação (Oscar, BAFTA e Globo de Ouro).

Riley descobre que irá mudar-se do Minnesota para São Francisco por causa do trabalho do pai. A menina tem 11 anos quando toma consciência de que irá passar por essa complicada transição.

Riley enfrentará portanto duas mudanças: uma externa (de cidade) e uma interna (o fim da fase infantil para a entrada na adolescência).

Ao longo do filme acompanhamos o desenvolvimento da menina desde o momento que ela sai da barriga da mãe. Assim que a pequena bebé é segurada no colo vemos nascer também o seu primeiro sentimento, a Alegria.

Logo a seguir, precisamente 33 segundos depois, aparece o Medo e a Tristeza, outros sentimentos que a acompanharão durante o seu percurso. Mais tarde se juntará a Raiva e o Nojinho, outros dois afetos essenciais que disputarão o controle da sala de comando.

Assistimos não só ao que se passa no dia-a-dia da menina, como também de que forma esses sentimentos vão sendo processados. Riley é obrigada a deixar para trás a sua equipa de hockey (os Feras do Gelo), os amigos e a casa que tanto gostava. Seu dia-a-dia passa por uma mudança substancial.

E não se trata aqui de demonizar ou louvar algum sentimento específico, todos eles são importantes para a manutenção da saúde psíquica da menina. Percebemos rapidamente como o Medo, por exemplo, é essencial para garantir a segurança da criança.


As emoções vivem na Sede, como é chamada a mente consciente de Riley, onde elas influenciam as ações e as memórias de Riley através de um painel de controle. 
Suas novas memórias são alojadas em esferas coloridas, que são enviadas para as memórias de longo prazo no final de cada dia. As memórias mais importantes são colocadas numa central na Sede, e são chamadas de memórias base. São cinco memórias base que criam "ilhas", onde cada ilha reflete um aspecto diferente da personalidade de Riley. A Alegria atua como a emoção dominante que mantém Riley num estado feliz, mas ela e os outros não entendem o propósito da Tristeza.
  
No final do filme, a  Alegria e a Tristeza trabalham juntas para criar uma nova memória base, que mistura as duas emoções e cria uma nova ilha de personalidade. 
Um ano mais tarde, Riley adaptou-se à sua nova casa; suas emoções agora trabalham em conjunto para ajudá-la a lidar com a sua nova vida, emocionalmente mais complexa conforme ela envelhece, com ilhas de personalidade adicionais produzidas por novas memórias base compostas por várias emoções.




Cada memória base é organizada de modo a moldar um aspecto da personalidade da Riley. Na menina, várias ilhas coexistem: a Ilha da diversão, da amizade, da honestidade, da família...

Através da animação, de forma metafórica, entendemos como se dá o nosso funcionamento interno: 
  1. o comboio do pensamento, 
  2. o depósito de memória, 
  3. as emoções complementares que se revezam ao longo das várias fases da vida.

Assistimos em Riley um pouco do que se passa dentro de cada um de nós e, ao observarmos a menina, percebemos como também nós reagimos a situações desafiadoras que atravessam o nosso quotidiano.






Análise

O formato dos personagens

Cada emoção essencial de Divertida Mente possui um boneco específico que se relaciona diretamente com o sentimento que representa.

  1. A Alegria, por exemplo, tem um formato corporal que nos lembra uma estrela. 
  2. O Medo, por sua vez, tem os contornos de um nervo e é roxo. 
  3. Nojinho é inteiramente verde e nos recorda um brócolo (comida que Riley não aprecia). 
  4. A Raiva é como um tijolo: retangular, vermelho e pesado. 
  5. A Tristeza tem um contorno de gota, como uma lágrima, e é azul.


Lições do filme
Após assistirmos ao filme, notamos como não existem sentimentos bons e maus, todos os sentimentos são necessários para o nosso desenvolvimento psíquico.

Todos os sentimentos são importantes; ao contrário do que nos faz crer a sociedade contemporânea, a tristeza é essencial para a nossa vida.

O nojo também é importante, porque de certa forma nos protege. 
O medo também não deve ser desprezado porque nos mantém em segurança.


A importância das memórias
Aprendemos, a partir da observação do cérebro de Riley, como acontecimentos externos repercutem em nós internamente e como a nossa personalidade está intrinsecamente relacionada às nossas memórias.

Somos aquilo que vivemos, e as memórias vão sendo armazenadas carregadas de sentimentos.

A memória vai sendo apagada aos poucos, e a metáfora das esferas, que vão desaparecendo, é precisamente para retratar o que se passa na nossa mente.

Não somos capazes de armazenar tudo aquilo que vivemos, por isso as recordações vão gradativamente sendo apagadas.


Mudar é preciso
O filme aborda como a mudança é um imperativo da vida: com o passar do tempo precisamos mudar e somos frequentemente colocados à prova.

Muitas vezes acomodados na nossa zona de conforto, custamos a aceitar as mudanças que a vida nos impõe, mas a verdade é que somos constantemente empurrados para novas situações com as quais não sabemos inicialmente como lidar.

Divertida mente nos ensina que adaptar-se as novas realidades é preciso, ainda que seja um movimento difícil a princípio.


As crises são importantes para o crescimento
Riley, ao longo do filme, passa por uma série de crises e momentos difíceis onde os seus sentimentos são testados.

Frustração, raiva, injustiça - as crises representam um turbilhão de afetos com os quais não sabemos lidar. Mas a verdade é que esses instantes são essenciais para o crescimento da protagonista - e também para o nosso crescimento individual.

Crises são oportunidades para encararmos o mundo de outra forma e para nos redescobrirmos.


Um filme para adultos e crianças
Apesar de a princípio parecer um filme dirigido para a infância, Divertida Mente é importante tanto para adultos quanto para crianças por ser construído a partir de múltiplas camadas de interpretação.

O filme permite que se compreenda o funcionamento do cérebro diante de situações quotidianas. Através de exemplos ilustrativos percebemos como lidamos com circunstâncias do dia-a-dia e de que forma eventos externos se processam internamente.

O roteiro do filme foi construído com a supervisão de psicólogos e neurologistas que procuraram adaptar as complexas explicações sobre o funcionamento cerebral para termos acessíveis aos leigos.


A importância de sabermos como funcionamos por dentro
O filme nos ajuda a entender o nosso funcionamento cerebral e faz com que sejamos capazes de lidar melhor com os nossos sentimentos.

Divertida Mente chama a atenção para analisarmos de forma diferente as situações e estarmos mais alerta para as conexões que fazemos. Não é raro, depois de vermos o filme, refletirmos sobre quem estará na nossa sala de comando e, quais serão os sentimentos envolvidos nas interações que temos.

Ao termos consciência de como o corpo processa o que foi vivido, entendemos melhor os nossos conflitos emocionais e respeitamos as nossas limitações internas e ao mesmo tempo que podemos escolher desafia-las.

O filme também nos ensina a importância de aceitarmos as experiências negativas porque elas são essenciais para a formação do nosso caráter.





Personagens principais

Os sentimentos base que constituem a identidade de Riley são representados pelos cinco personagens que simbolizam as emoções da menina: 
  1. a Tristeza, 
  2. a Alegria, 
  3. a Raiva, 
  4. o Medo e 
  5. o Nojinho. 

Na Sala de Comando os cinco disputam o que se passa no interior de Riley. 
As principais emoções apresentadas no filme afetam a percepção da menina, a forma como ela vê o mundo e como lida com a sua própria vida e com os que estão ao seu redor.





Riley

Riley é a protagonista do filme.
É uma menina de 11 anos do Minnesota, que se vê obrigada a mudar com a família para São Francisco. Acompanhamos a sua vida afetiva desde o dia em que ela nasceu até à sua pré-adolescência. 
Riley é como qualquer menina norte-americana: sente medo, angústia, insegurança e ansiedade. 
Ela está a aprender a lidar com o seu próprio corpo e com quem está à sua volta.

Assistimos ao funcionamento do cérebro de Riley e é a partir dele que conseguimos entender o funcionamento das cinco emoções base: a Alegria, a Tristeza, o Medo, a Raiva e o Nojinho.





Alegria

Assim que Riley abre o olho ao sair da barriga da sua mãe aparece a Alegria, uma das principais emoções do centro de comando do cérebro da menina. Ao ouvir a voz do pai e encarar a expressão da mãe, a Alegria - que tem o corpo com o formato de uma estrela - comparece fazendo imediatamente Riley sorrir.

A Alegria está presente em todos os momentos felizes da vida da menina e tem um papel central no seu bem estar.

A Alegria é a principal narradora do filme, é ela que nos guia por essa aventura e apresenta as principais emoções de Riley.

A Alegria, que é a grande administradora da Sala de Comando do cérebro da menina, é a primeira emoção sentida por Riley. Depois da tela escura, quando a bebé nasce, surge logo a Alegria quando Riley conhece os pais.

A recém-nascida ouve a voz do pai e admira a expressão da mãe, já nesse momento a Alegria é acionada e a menina sorri. A principal missão da Alegria é deixar Riley contente e realizada, ela é a grande responsável pela menina ler os acontecimentos da sua vida de forma positiva e favorável. O sentimento tem como maior objetivo a felicidade de Riley.

Antes de saber que mudaria de cidade, Riley era conhecida pelos pais e pelos amigos como sendo uma menina sempre sorridente e feliz da vida, a Alegria reinava no seu universo mental. A emoção, no entanto, perde o protagonismo quando Riley descobre que precisará mudar de cidade.

Fisicamente a Alegria é uma personagem feminina, que usa um vestido estampado e está sempre bem disposta. Ela é repleta de energia, cheia de otimismo, mesmo quando surgem situações inesperadas como a mudança de casa (a Alegria interpreta esses imprevistos como uma oportunidade de Riley crescer).

É a Alegria que é responsável pela sensação de bem-estar e euforia sentida pela menina.

Com cabelos e olhos azuis, bem magrinha, a Alegria tem a pele amarelada claro e está sempre saltitante. A Alegria tem um formato corporal de uma estrela.

No arquivo das memórias de Riley, as esferas com a cor amarela simbolizam as memórias marcadas pela Alegria. 
O amarelo, cor da personagem, é frequentemente associado à energia, à jovialidade, ao calor, referências que se associam ao perfil expresso pela personagem.






Tristeza

Depois do nascimento de Riley, e da apresentação do sentimento da Alegria, o segundo afeto experimentado pela bebé é a Tristeza.

A Tristeza é um sentimento essencial de Riley e fundamental para o amadurecimento da menina. Ao se deparar com situações inesperadas - como a súbita mudança de cidade - Riley sente-se deprimida, sozinha, e a Tristeza ganha força. Fisicamente o corpo da personagem tem o contorno de uma gota e é azul.

Com um ar pessimista e desanimado, a Tristeza no filme personifica tudo aquilo que gera infelicidade para a pequena menina. A Tristeza está associada aos momentos de angústia e de aflição, onde Riley se sente melancólica, inquieta e sem esperança. Apesar de ser introduzida logo a seguir ao nascimento de Riley, a personagem da Tristeza ganha mais força depois que a menina é informada pelos pais que precisará mudar de cidade. Ciente de que precisará deixar os amigos para trás, a menina vê-se de repente imersa num mar de desânimo.

Embora ninguém goste de se sentir triste, vemos no filme como a Tristeza é importante para que Riley amadureça e lide com as situações novas que vão surgindo ao se sentir sozinha na nova casa.

A sociedade contemporânea costuma muitas vezes mascarar a tristeza, e um dos aspectos mais importantes de Divertida Mente é justamente a legitimação do sentimento. O filme ressignifica o lugar da Tristeza, tirando o afeto do lugar de vilão e colocando-o como um sentimento importante para o nosso processo de crescimento psicológico.

Ao vermos o funcionamento da mente de Riley compreendemos que a Tristeza tem um papel e que ela é importante para garantir o funcionamento saudável no mundo dos afetos.

Fisicamente descrita como sendo baixa, azul, gordinha e com um ar deprimido, a Tristeza usa óculos e anda sempre com um casaco branco. Ela é uma personagem feminina que carrega um ar cabisbaixo e o seu próprio corpo tem o formato de uma gota, fazendo o espectador se lembrar da imagem de uma lágrima. Em inglês a palavra blue - a cor da personagem - é usada numa expressão bastante comum (“feeling blue”) que significa desanimada, triste ou deprimida.

A mesma cor azul da Tristeza aparece nas bolas presentes no arquivo mental de Riley quando a personagem as toca. Essas esferas ficam marcadas como carregando então as memórias infelizes, cristalizadas como sendo de um momento mau.

Um dos ensinamentos de Divertida Mente é justamente a importância da Tristeza, que costuma ser deixada de lado sempre que possível na sociedade contemporânea.





Medo

O sentimento do Medo é essencial para proteger a criança dos perigos do mundo. Ele surge quando nos vemos ameaçados de alguma forma, seja de modo físico ou imaginário.

O personagem no filme representa o nosso lado prudente, nos ensina a ter cautela e a cuidar de nós mesmos com atenção.

O Medo é fundamental para a nossa autopreservação e nos faz escapar de situações potencialmente perigosas nos transportando para realidades mais seguras - tanto em termos do corpo como da mente.

Por mais que o Medo não seja um sentimento desejado - e vemos as situações vividas por Riley que causam esse desconforto - a verdade é que ele é muito importante para o amadurecimento da protagonista.

O Medo permite que Riley pense bem antes de tomar uma atitude fazendo com que a menina avalie e reavalie os riscos físicos (como quedas) ou emocionais (como as decepções).

A primeira sensação vivida por Riley é a Alegria, a segunda é a Tristeza e a terceira é justamente o Medo. O Medo é um personagem masculino, que começa a surgir com mais frequência quando Riley começa a explorar a casa e os perigos vão ficando cada vez mais próximos.

O Medo no filme tem a pele roxa, olhos grandes, usa sempre uma camisola xadrez, e cada vez que toca numa das esferas do Centro de Comando uma memória de Riley se torna lilás eternizando uma situação que a apavorou. O formato do seu corpo faz lembrar o contorno de um nervo.

O Medo é responsável por muitas das reações de repulsa de Riley, quando ele entra em ação a menina tem o impulso de escapar da situação em que se encontra o mais rapidamente possível.

Apesar de tendermos a menosprezar e a diminuir ao máximo o Medo, ele acaba por se mostrar como um sentimento essencial para a proteção do indivíduo.





Raiva

A última emoção que é apresentada a Riley é a Raiva. Ele representa a sua revolta e traduz a fúria que sentimos quando o que desejamos não acontece conforme planeado. A presença da Raiva está associada aos momentos em que Riley se vê acometida por uma fúria intensa, tornando-se agressiva física ou verbalmente.

A primeira cena em que é apresentada acontece quando a menina diz que não vai, de modo algum, comer brócolos. O pai diz-lhe que, se ela não comer, ficará sem sobremesa. É nesse momento que surge a Raiva pela primeira vez.

A Raiva ganha mais força quando Riley vai entrando na pré-adolescência. Com o corpo a desenvolver-se muito rapidamente e sem saber lidar bem com os afetos, a menina muitas vezes tem a Sala de Comando invadida pela Raiva.

Quando Riley se sente frustrada ou dececionada, muitas vezes a Raiva toma o controle do seu sistema emocional e espanta todos os outros sentimentos.

O personagem masculino Raiva é todo vermelho e liberta labaredas de fogo pela cabeça. Com o corpo quadrado e sólido como um tijolo, ele é baixinho e veste-se como um executivo (com roupa social).

Quando Riley se enfurece com alguma situação, a Raiva coloca a mão na esfera da memória na Sala de Comando e a bola imediatamente se transforma em vermelha, eternizando o afeto que a menina irá reviver quando se lembrar daquela situação específica.

A cor vermelha carregada pelo personagem está habitualmente associada ao nervosismo e a ira.
Quando as coisas não acontecem conforme o esperado, a Raiva entra em ação e domina a sala de comando do pensamento.

Em diversas situações chave vemos a menina a render-se à raiva, o sentimento começa a ficar especialmente potente quando Riley cresce e entra na pré-adolescência.






Nojinho

A quarta personagem apresentada ao público é Nojinho, que surge quando Riley é ainda bem pequena e é convidada pelos pais a provar brócolos. A personagem está associada aos momentos em que a menina sente repulsa, náusea, asco.

Apesar de ter uma participação menor no filme, Nojinho é muito importante porque impede a menina de se intoxicar e se envenenar. Sentir nojo é fundamental para nos protegermos de agentes estranhos, que desconhecemos.

Ao ver-se diante de uma situação que causa repulsa, Nojinho encosta numa das esferas da Sala de Comando de Riley e a bola se transforma em verde. A cor verde é provavelmente resultado de uma associação com os legumes e vegetais, que as crianças não costumam comer e relacionam com o sentimento de repulsa. O próprio formato do corpo de Nojinho faz lembrar uma pequena “árvore” de brócolos.

Fisicamente a personagem é toda verde, com olhos e cílios enormes, tem uma estatura baixa e usa um vestido estampado verde e um batom cor de rosa que combina com o lenço elegante que leva ao pescoço. Seu figurino snobe dialoga com a postura convencida das crianças que se recusam a provar um alimento novo.

As situações em que Nojinho mais aparece envolvem a refeição, especialmente quando há brócolos no prato.

Ao menor alerta de Nojinho, Riley imediatamente se afasta da circunstância que lhe provoca repulsa e aversão.




sábado, 21 de janeiro de 2023

MEMÓRIAS DE LEVE TRISTEZA

 





Oh exilados da montanha do esquecimento!
Oh joia de seus nomes, dormindo na lama do silêncio
Oh memórias destruídas, memórias de leve tristeza
Na mente turva de uma onda no mar do esquecimento
Onde está o transparente, a corrente que flui de teus pensamentos?
Que mão ladrona saqueou a estátua de ouro puro de teus sonhos?
Nesta tempestade que origina a opressão
Para onde foi teu barco, tua serena lua prateada do barco?
Depois desse frio cortante que dá à luz a morte –
O mar deveria desprender a calma
Deveria a nuvem libertar o coração nodoso de tristezas
Deveria a donzela da lua nos brindar o amor, ofertar um sorriso
Deveria a montanha adoçar seu coração, adornar-se de verde,
Tornar-se frutífera –
Qual de teus nomes, na altura do topo,
Se torna brilhante como o sol?
O amanhecer de tuas memórias
Memórias de leve tristeza
Nos olhos dos peixes cansados pelas inundações e
Temerosos da chuva da opressão,
A esperança é refletida?
Oh exilados da montanha do esquecimento! 



 Nadia Anjuman





Ondas de Solidão

Tyler Bradt


 

Se possuísse uma canoa e um papagaio, podia considerar-me realmente como um Robinson Crusoé, desamparado na sua ilha. Há, é verdade, em roda de mim uns quatro ou cinco milhões de seres humanos. Mas, que é isso? As pessoas que nos não interessam e que se não interessam por nós, são apenas uma outra forma da paisagem, um mero arvoredo um pouco mais agitado. São, verdadeiramente como as ondas do mar, que crescem e morrem, sem que se tornem diferenciáveis uma das outras, sem que nenhuma atraia mais particularmente a nossa simpatia enquanto rola, sem que nenhuma, ao desaparecer, nos deixe uma mais especial recordação. Ora estas ondas, com o seu tumulto, não faltavam decerto em torno do rochedo de Robinson - e ele continua a ser, nos colégios e conventos, o modelo lamentável e clássico da solidão.

Eça de Queirós
in 'Correspondência'




 

domingo, 15 de janeiro de 2023

4 stages of our Consciousness Evolution

 




“There’s an invisible code as to 
how the world operates — how  human beings
interact with each other, how we worship, relate with 
our parents, perform at work, fall in love, 
make money, and stay healthy and happy. 
I started my career as a computer programmer 
spending hours in front of a screen 
trying to understand the code of machines. 
Today, I’m more obsessed with the code of 
how the human world operates.”

  Vishen Lakhiani


  

  “Extraordinary Mind”, “New York Times Bestseller”, “Stop limiting your power”, “Transcend the culturescape”, “10 unconventional laws to redefine your life & succeed on your own terms”.

  

 These 4 parts represent a gradual expansion of awareness levels:


  

PART I — Living in the culturescape: how you were shaped by the world around you

According to a Gallup study surveying more than 150,000 Americans, 70% of respondents said they were disengaged from their jobs. Through a quick search, I found out that disengagement can come from 3 key sources: 
  1. Not belonging — or placelessness; 
  2. The environment or culture of the company; 
  3. A bad boss.

But it’s not just our ideas about careers that are faulty. 
Vishen brings us more statistic data: 40–50% of U.S. marriages end in divorce; only 33% of Americans claimed to be “very happy”; 8/10 Americans have some debt, most often because of a mortgage. 

The question is: today, if we live in the most technologically advanced age, with the greatest comfort and access to information ever, why are our happiness, relationships, love lives, careers and health so inadequate? How did we get here and how do we escape?

Before introducing the author’s answering, let’s talk a bit about human history and the importance of culture for human survival. According to Yuval Noah Harari, author of the Sapiens book, at a certain point in history, there could have been as many as 6 different types of humans living on the planet at once. But Homo Sapiens was the one who survived. 
What helped sapiens survive? For Dr. Harari, the reason was the use of a more complex language, which enabled our sapiens ancestors to communicate complex information important to survival.

Language became the building blocks to culture. It allowed us to create a whole new world within our heads. We became better able to plan for and prevail over challenges, capable of inventing solutions to problems and then to pass these solutions, values, beliefs, customs, and rules on through language, from generation to generation. Although it was (and is) essential for our survival, safety and development, relative truths aren’t true for all human beings.

The darker side of cultures is when we get so focused on how life “should” be and label people or processes as good or bad based on the rules they follow. This is how you should live and dress. This is how women, children, the sick, the elderly, or “the different” should be treated. My beliefs or ways of living are right and yours are wrong. My tribe is superior to yours. My God is the only God.

Law 1: Transcend the Culturescape — look at the rules, beliefs and life habits based on your culture. Selectively, choose the ones to follow VS those to question and ignore.

Many of us live according to outdated rules imposed on us. 
At this time, Vishen introduces us to a new concept: Brules. Brules are bullshit rules that society adopts to simplify its understanding of the world. We tend to live according to supposed models due to our need to belong, to be accept by our pairs — family, friends, coworkers, boss, and society. 
Do you remember the statistical data I showed you previously? 
This is the reason why our happiness, relationships, love lives, careers and health are apparently so inadequate.

Law 2: Question the Brules — when you feel that brules are out of alignment with your dreams and desires, question them. Many brules have long passed their expiration date.

Common brules world challenging:
  1. We should get a college degree to guarantee our success. When you look at people who don’t go to school and make their way in the world, are they losers?
  2. We should marry within our religion or ethinicity. Oh, is it? Actually, do we really have to get married to be “happily ever after”, or have children to “build a family”?
  3. We should adhere to a single religion. Do we really need religion? Millenials are adopting, more and more, the model “spiritual but not religious”.
  4. We must work hard to be successful. And more: if you aren’t working hard all the time, you’re lazy and won’t be successful. If you leave work before the end time, you’re not a dedicated professional (specially in the Portuguese culture). 


PART II — The awakening: the power to choose your version of the world 


“We might consider their lives [of the people of the Achuar tribe] bizarre, but to Achuar, we seem bizarre too. We run off to stressful jobs, leaving our kids in the care of others. We sit and state at a lit-up screen for most of the day. We consumed packaged food that has lost much of its nutrients. We pack our elders into communal homes and then worry about how to care for them. We take pills to keep from feelings fear and other emotions we believe are negative. We drink potions to stay awake. Then we take pills to put ourselves to sleep. We eat and drink too much, partly because we have more than we need and partly because we’re stressed out.” 
 Vishen Lakhiani

                                  

The Xs represent potential brules. When we become aware of it, we have the chance to eliminate or filter them. 


 
Law 3: Practice consciousness engineering — conscious engineering is a tool for influencing the world and creating your own growth, which depends on two things: (1) your beliefs, ideas and values; (2) your habits/ daily activities. 

Our beliefs (the author called them “models of reality”) are programmed by the grew up in. 
Our definition of what is normal is nothing more than what is embedded into our society, what is usual and blindly accepted. 

So, the question is: What ideas and values do you choose to believe? How do you choose to live, learn and growth? What can you do daily to follow this path, towards your desires and beliefs? 


Law 4: Rewrite your models of reality — seek to have beliefs that empower you to feel good about yourself and powerful in shifting the world to match the visions in your mind. 

Your beliefs impacts the way you act, communicate, and influence the people around you. 
If you believe you’re not good enough, you’ll tend to depreciate your ideas, your value as a professional, brother/sister , father/ mother, boyfriend/ girlfriend, husband/ wife. 
You can also believe that you’re not pretty enough, mature enough, experienced enough, or that you are too old or young to do something new. 
The impact starts on you (everything starts in you), but it becomes much greater for others, and even for the world, who knows. 

Exercises that can help you in this point: 
(A) The Gratitude Exercise: think of 3 to 5 things you’re grateful today (mainly the smallest and simplest). 
(B) The “What I love about myself” Exercise: for a few minutes each day, think of 3 to 5 qualities or actions that made you proud. 


 Law 5: Upgrade your systems for living — consistently spend time discovering, upgrading, and measuring new rituals or activities applied to your life, work, heart and soul. 

   
"I think it’s very important to have a feedback loop, where you’re constantly thinking about what you’ve done and how you could be doing it better. I think that’s the single best piece of advice: constantly think about how you could be doing things better and questioning yourself." 
Elon Musk

Vishen interviewed Richard Branson, a British businessman who started 8 different companies in 8 different industries and taken all of them to a billion dollars. 

If you could summarize in own sentence how you did it, what would you say?, asked Vishen. 
Richard answered: It’s all about finding and hiring people smarter than you, getting them to join your business and giving them good work, then getting out of the way and trusting them. You have to get out of the way so you can focus on the bigger vision. That’s important, but here is the main thing: You must make them see their work as a mission.

That’s the Richard’s “system” for starting game-changing companies. 
What’s yours for enhance your creativity, pursue the career you desire, have a great health (physical, mental and spiritual) and deep relationships? 

 

PART III— Recoding yourself: transforming your inner world

Ok, at the moment, we already understood the importance of being awake both to the exterior and interior world
On the one hand, we observe the (exterior) rules embedded in society and question them: 
Why do I do/think/act/live this way? 
Because is it a real desire or is it what it’s supposed to do? 
On the other hand, we have to look inside, at our beliefs, values, ideas, and rituals.

Your awareness will never be the same! 
I often say that this is a path of no return! 
Even before reading this book, I already questioned the “should’s”, the career, the way of working, the relationships, the concept of success. 
This book has confirmed that external and internal questioning is the way to live according to our ideals. However, it is not easy at all! It isn’t easy to break rules, to feel that we have disappointed the people we love. The human being needs belonging. 

But what’s the cost to pay for living a life that is not yours? 
It’s the life that others want you to live.

Law 6: Bend reality — have bold and exciting visions for the FUTURE, leave a mark on the world, while you’re happy in the NOW. This balance allows you to move toward your visions at a much faster rate while having a ton of fun along the way. To outsiders, you’ll seem “lucky”.

Anxiety, frustration, worry: you often feel it, don’t you? 
In these states, our mind is in the future, anticipating problems and chasing after a happiness that is always ahead there. 
Enjoying the now seems to be the key to balance these emotions. 

Let’s do a “test” to check your status in this regard. 
Answer Not at all true, Sometimes true and Very true to the following statements:

(1) I love my current job to the point where it does not feel like work.
(2) My work is meaningful to me.
(3) There are often moments at work that make me so happy the time just flies by.
(4) When things go wrong, I don’t worry at all. I just know something good is on the horizon.
(5) I feel excited about my future, knowing even better things are always on their way.
(6) Stress and anxiety don’t seem to faze me much. I trust in my ability to attain my goals.
(7) I look forward to the future because I have unique and bold goals on the horizon.
(8) I spend a good amount of time thinking excitedly about my visions for the future.

According to Vishen, if you answered 
“Very true” to statements 1–4, you’re likely happy in the now; 
to statements 5–8, you likely have a good vision for your future; 
for all 8 statements, you’re likely in the state of bending reality. 

Most people, however, find that they tend to be able to answer “Very true” to either the happiness-related statements or to the vision-related questions, but not both.

Law 7: Live in Blissipline — Blissipline is the discipline of daily bliss. Happiness comes from within. Start with this in the now and use it to drive all your other visions and intentions. 


 "Q:How is it possible to be happy 
when seeing so much misery and tragedy every day? 
A: But who can you help if you’re unhappy?"
Dalai Lama




Vishen states that blissipline consists of 3 key points:

1The Power of Gratitude
Focusing on the good things that have already happened in our lives provides instant happiness in the now. The author proposes to exercise daily gratitude by spending a few minutes thinking about 3–5 things we’re grateful in our personal and work life.

2Forgiveness
Letting go of grudges and anger gives us a huge sense of compassion. Each situation that hurt us, each person who has entered our lives, carries a great lesson. Instead of nurturing hatred and rancor, why not ask: “What did I learn from this? How did this situation change and impact my life, my personality, who I am?”

3The Practice of Giving
“To be happy, make others happy. Giving is the path for doing this.”, Dalai Lama said. List all the things you could give to other — time, love, understanding, compassion, skills, ideas, wisdom, energy, physical help. Think about where you could give help, follow your intuition and take action. 


 Law 8: Create a vision for your future — free from expectations of the culturescape. Create a vision focused on end goals that strike a direct chord with your happiness. 


Most of us are asked to choose a career before we can legally buy a beer.
Goal setting can be dangerous to an untrained mind. You could end up somewhere you don’t want to be.

We’re trained to set “means goals” rather than “end goals”.
In practice, Means goals are a means to an end; for instance, get a good grade, so you can graduate from a good college, so you can get a good job and good promotions at work, so you can make lots of money, so you can afford a nice house, car, etc. Means goals usually have a “so” in them and are often about conforming to brules. 
In opposition, End goals are about experiencing love, traveling around the world, contributing to the planet because doing so gives us meaning, or learning a new skill for the pure joy of it. They bring joy in themselves, not because they confer any label, standard or value attached by society. They are often feelings. They are the experiences that create the best memories in our lives.


Vishen shows us the 3 most important questions that can help us get straight to the end goals that really matter in our life:

1What experiences do you want to have?
If time and money were no object and you didn’t have to seek anyone’s permission, what kinds of experiences would your soul crave?

2How do you want to grow?
In order to have the experiences above, how do you have to grow? What sort of people do you need to evolve into?

3How do you want to contribute?
If you have the experiences above and have grown in these remarkable ways, then how can you give back to the world?




PART IV— Becoming Extraordinary: Changing the World

Offering people simple little gifts or reminders to help them grow, and which are aligned with their dreams, isn’t just a way of showing that we care. 
We are making someone totally light up as they recognize that their dreams are supported by others.

Law 9: Be Unfuckwithable — look at you and realize how enough you are. Be truly at peace with yourself and the world around you, without needing the validation or praise from others to attain your goals.

We live our lives trying to prove that we’re enough. Sometimes it’s a drive to take dreams out of the drawer; sometimes the fear of judgment and criticism is so great that it petrifies us. 

Vishen suggests us some exercises to become immune to others’ behaviors, criticism or judgement: 
(1) talk to yourself in the mirror — for self-love; 
(2) self-gratitude — for appreciating yourself; 
(3) becoming present — to remove sudden fear and anxiety.

Q: If it’s true that “I’m enough” and if we don’t need to get validation or praise from others, what is the driving force that pushes us to do big things in the world? What would prevent us from just being happy couch potatoes, doing nothing but enjoying the present? 
A: “If you sit on the couch all day and do nothing, it is precisely because you don’t think you’re enough. You’re afraid. You’re afraid of failure. You’re afraid of rejection. You’re afraid that those things will be proof positive that you indeed are not enough. So you do nothing. But if you believe you’re enough, that’s when you take action. That’s when you go out and try something new. That’s when you apply for that job you really want. That’s when you ask for that raise. Because you’re enough. And even if you fail, you won’t take rejection personally because it’s not you, and because you know you’re enough, you know you can then improve those methods and skills and your approaches and then try again”
Marisa Peer


Law 10: Embrace your Quest — extraordinary minds are motivated by a quest or calling, a drive to create some positive change in the world. This drive propels them forward in life and helps to gain meaning and make a meaningful contribution.

According to Vishen, the most extraordinary people in the world do not have careers. 
What they have is a calling. It’s a passion. It’s meaningful.
You’d probably do it for no money. It may be a book you’re working on, or dedicating your life to raising remarkable children.



Santori: big insights that happen suddenly and change you forever. Kensho: it’s the Universe giving you tough love.





Sometimes you have to destroy a part of your life to let the next big thing enter.
Behind every problem, there’s a question trying to ask itself.
Behind every question, there’s an answer trying to reveal itself.
Behind every answer, there’s an action trying to take place.
Behind every action, there’s a way of life trying to be born. → your calling.

The last question is “Do you choose your calling, or does your calling choose you?”

Michael Jackson believed that Nature look for people to create. 
In his documentary, Michael Jackson’s This Is It, Michael used to call his manager all the time at like 3, 4, 5 a.m. The manager was saying Mike would be like, “Fireflies. We need fireflies.”. He would be like, “Michael, it’s four in the morning. We’ll talk about this tomorrow.” And Michael would say, “No, I need you to write it down. I need you to get up and write it down. Fireflies.” And his manager would say, “Why? We’ll talk about it tomorrow,”. He’s like, “If we don’t do it, Prince will.”
It’s like Nature trying to create all the time and looking for people who are awake. 

Elizabeth Gilbert, author of the book Big Magic, also states the same: 
“I believe inspiration will always try its best to work with you — but if you’re not ready or available, it may indeed choose to leave you and to search for a different human collaboration.”



Conclusion: several concepts covered in this book were not new for me, and probably, not even for you. Anyway, each author’s approach is unique, bringing new insights and questions that lead us to different reflections. And our memory needs to be refreshed from time to time.


What was your biggest insight?



Vishen Lakhiani 
The Code of the Extraordinary Mind