sábado, 21 de janeiro de 2017

Gosto de homens que beijam.



Beijam crianças, beijam mulheres (com paixão ou cordialmente), mas acima de tudo que beijam outros homens.
Lá em casa sempre se beijou. Os pais (pai e mãe), os tios (tios e tias), os avós (acho que já perceberam...).
Além disso sempre fui um pouco piegas, mariquinhas, fofinho, afectivo e para mim os beijos contavam para a panela dos afetos. E isso enche o meu coração de alegria (se for então uma combinação de abraços apertados e beijos ainda melhor).
Mas fui crescendo e foi-se tornando cada vez menos socialmente aceite um homem dar beijos a outro homem. E no cumprimento da norma assim fiz. Porque sempre fui de respeitar a norma...
Passou a ser um passou-bem ou, nos melhores dias, um abraço mais ou menos apertado.
Mas um dia um fenómeno bem natural aconteceu, quase sem explicação, a despedir-me de um amigo querido recebi um beijo, que retribuí com entusiasmo. Foi um mistura de surpresa e alegria. De entusiasmo e novidade.
Fiquei num misto de surpresa e alegria. Mas a partir desse momento quebrei todas as normas. Agora dou e recebo beijos dos homens que me apetece. E é um prazer e uma alegria partilhar uma amizade-amor tão bonita que se sele com um ou dois beijos.
E assim, os homens que amo, que importam e que estimo e que conseguem receber ou dar ou receber e dar partilho com eles um beijo cheio de carinho.
Porque o coração e o amor não vêm o sexo. 
Apenas a alma da pessoa que têm por diante.


Bernardo Ramirez



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