sexta-feira, 31 de março de 2017

O Viúvo





Tem o tempo todo.
Perdeu-o, os dias de desejo, para o trabalho
e para outros assuntos,
e agora que o tem por inteiro caminha muito lento
e quando olha em redor procura olhos
que se lembrem dos seus antigos momentos de pressa.
Tem tempo. Caminha lentamente.
Antes a ambição fazia-o levantar-se,
agora, quase se podia jurar, ser o cachimbo que o mantém de pé,
agarrado ao ar como a nada.
Passa perto e olha para mim; acena a cabeça.
Servem-lhe os dias, pelo menos, para ser educado.
É velho. Atravessa, muito lento, o tempo e a terra,
e vai dizendo adeus às pessoas,
como se exercesse o privilégio de se despedir dos amigos
no seu próprio funeral.


Gonçalo M. Tavares




Where there is matter, there is geometry




There exist a very common geometry in the universe. From universe to smallest particle of matter, everything is under violent effect of this common geometry. All branches of science follow the rules of this common geometry. This natural geometry exist every where. Where there is matter, there is geometry. 
 – Johannes Kepler


IGNORÂNCIA





O PROBLEMA DA HUMANIDADE 
NÃO NASCE DA MALDADE. 
NASCE DA IGNORÂNCIA



A violência, o ódio, o egoísmo, a injustiça, o materialismo, a frieza, a falta de amor próprio e outros tantos miseráveis estados de ser, são apenas subprodutos da nossa ignorância quanto à nossa essência, existência e propósito sagrado.


Desconectados do nosso mundo interior, ignorantes sobre o que as antigas sabedorias têm para nos ensinar, em infantil negação quanto à nossa herança energética e propósito de evolução, vivemos num culto iludido pela persona que representamos, pelo corpo e identidade que temos, pelo visível, pelo superficial, pela matéria, completamente desconectados do que em nós é eterno, invisível e intemporal.

A consequência de vivermos apenas a densidade material prendeu-nos à sua emoção dominante; o medo, e esse sim tem dominado o mundo e cada um de nós nos últimos séculos.

O único antibiótico capaz de curar a profunda ignorância de que sofre a humanidade é o amor. E o amor será sempre o resultado do resgate da sabedoria antiga, que nos irá fazer chegar à consciência a nossa missão mais profunda; religar a Terra e o Céu, harmonizando dentro de nós os dois mundos visivel e invisivel, feminino e masculino, o dentro e o fora, o medo e o amor.

Só a partir desta consciência, o mundo dual em que vivemos faz sentido.
Só com a consciência da dualidade percebemos o poder e a responsabilidade que temos em escolher.

O estado da nossa energia depende unicamente das escolhas que temos vindo a fazer assim como das escolhas que estamos a fazer hoje. A vida será então sempre este permanente plantar e colher que tal como a imagem do egípcio mantêm uma mão virada para o passado e outra a plantar o futuro.

Para percebermos essas velhas e esquecidas escolhas, feitas já em outras existências precisamos ir ao passado encontrar a linha que nos trouxe até aqui pois é a partir dela que iremos perceber a direcção rumo ao futuro.
Enquanto não descobrirmos a nossa linha, a nossa rota única, vivemos doentes, a sofrer dos males causados pela sabedoria que desconhecemos.

Por exemplo:

  • Não sabemos que somos partículas de energia em busca do próprio equilíbrio.
  • Não sabemos que somos seres duais capazes do melhor e do pior conforme o nosso nível de consciência.
  • Não estudámos as leis universais que nos regem. Não conhecemos a lei da atracção que nos faz chegar o que e quem precisamos para cumprir o nosso propósito. Não conhecemos a lei da ressonância que nos permite ver nos outros o estado da nossa energia.
  • Não nos ensinaram que somos herdeiros de uma história muito mais antiga do que a que conhecemos com o nosso nome.
  • Não nos avisaram que o que fizermos na vida presente terá consequências na próxima. Não nos explicaram que esta vida é já uma consequência da anterior.
  • Não nos explicaram que a nossa vida serve para fazermos uma imensa transformação da pessoa que nascemos para uma outra bem diferente quando morrermos. 
  • Não nos ensinaram que nós somos os únicos responsáveis pelo estado da nossa energia e pela evolução da mesma. 
  • Não sabemos que embora o mundo pareça um caos, há leis universais que estão para além das experiências e comprovações científicas que regem as nossas vidas.
  • A maior parte de nós vive sem noção de que as circunstâncias da vida presente estão directamente ligadas à história que trazemos das vidas passadas. É o espírito que tem uma história e não a nossa personalidade. Por consequência não entendemos o que nos acontece, quem nos rodeia ou qual o nosso propósito.
  • O nosso ego ou personalidade investe tudo para conseguir criar uma vida estável, segura e feliz. Mas o espírito tem intenções diferentes, muito mais elevadas e inteligentes.
  • Para o espírito, a vida serve para colher as consequências de actos passados, conhecer as leis universais de maneira a conseguir fazer a transformação interior e aprender sobre o amor, e como plantar sementes de qualidade.

Conclusão: as duas intenções são diferentes e isso cria um dilema dentro de nós pois as Leis Universais e os movimentos do planetas agem a favor da intenção do espírito e não dos desejos do ego.


O crescimento espiritual acontece quando abrimos mão do controle e de querermos que a vida seja à nossa maneira e nos rendemos ao propósito superior de evolução que ela tem para nós.

Aprender sobre as leis universais é essencial para entendermos as dinâmicas à nossa volta de maneira a conseguirmos dar entendimento e resposta positiva ao que quer que venha à nossa vida.

Reconectados com essas leis e com o nosso interior reaprendemos a ver a dualidade. 
Percebemos que o nosso ego nunca irá ter o que quer, iremos sim atrair o que o nosso espírito precisa para cumprir o seu propósito. 
Que iremos estar sempre sujeitos à dualidade que é precisamente perante ela que poderemos exercer o nosso livre arbítrio e escolher o caminho do amor.


Vera Luz 




quinta-feira, 30 de março de 2017

RETICÊNCIAS


Dariusz Klimczak





Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade e na acção.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na clareza, de fazer qualquer coisa!

Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem — um antes de ontem que é sempre...
Sorrio do conhecimento antecipado da coisa-nenhuma que serei.
Sorrio ao menos; sempre é alguma coisa o sorrir...
Produtos românticos, nós todos...
E se não fôssemos produtos românticos, se calhar não seríamos nada.
Assim se faz a literatura...
Santos Deuses, assim até se faz a vida!

Os outros também são românticos,
Os outros também não realizam nada, e são ricos e pobres,
Os outros também levam a vida a olhar para as malas a arrumar,
Os outros também dormem ao lado dos papéis meio compostos,
Os outros também são eu.
Vendedeira da rua cantando o teu pregão como um hino inconsciente, Rodinha dentada na relojoaria da economia política,
Mãe, presente ou futura, de mortos no descascar dos Impérios,
A tua voz chega-me como uma chamada a parte nenhuma, como o silêncio da vida...
Olho dos papéis que estou pensando em arrumar para a janela por onde não vi a vendedeira que ouvi por ela,
E o meu sorriso, que ainda não acabara, inclui uma crítica metafísica.
Descri de todos os deuses diante de uma secretária por arrumar,
Fitei de frente todos os destinos pela distracção de ouvir apregoando,
E o meu cansaço é um barco velho que apodrece na praia deserta,
E com esta imagem de qualquer outro poeta fecho a secretária e o poema...
Como um deus, não arrumei nem uma coisa nem outra...


ÁLVARO DE CAMPOS




................em busca de uma vida intensa e apaixonada




Eu não sabia que estava em busca de uma vida intensa e apaixonada.
Eu só sabia que estava sozinha e perdida e que alguma coisa me puxava mais para o fundo, abaixo da superfície da minha vida, em busca de sentido.
Há nas pessoas uma fome em ir a essas profundezas; para perceber que as nossas vidas são sagradas; que os nossos corações são verdadeiramente capazes de amar.
É um desejo de ser tudo o que podemos ser.
Um desejo de ser Real.


~ Anne Hillman




.............diferença entre gostar e amar


Bella  Kotak 


Perguntaram a Buda 
a diferença entre gostar e amar. 
Respondeu:
Se gostas de rosas, apanhas uma. 
Se as amas, rega-las diariamente.




quarta-feira, 29 de março de 2017

Beth Hart & Joe Bonamassa - I´d Rather Go Blind

                                               





                           





Educação Indígena




A mulher é uma fonte de energias, é intuição, é a mulher selvagem não no sentido primitivo da palavra, mas selvagem como desprovida de vícios impostos pela sociedade, uma mulher sutil, uma mulher primeira, um espírito em harmonia, uma... mulher intuitiva em evolução para sua sociedade e o bem-estar do planeta Terra.

Essa mulher não está condicionada psicológica e historicamente a transmitir o espírito de competição e dominação segundo os moldes da sociedade contemporânea.
O poder dela é outro.

Seu poder é o conhecimento passado através dos séculos, e que está reprimido pela história.
A mulher intuitivamente protege os seios e o ventre contra seu dominador, e busca forças nos antepassados e nos espíritos da natureza para a sobrevivência da família.

Assim é a Educação Indígena.
Todos esses aspectos foram mais preservados na mulher do que no homem. 



Eliane Potiguara




CONVIDA -ME SÓ PARA JANTAR





E não queiras depois fazer amor.
Convida-me só para jantar
num restaurante sossegado
numa mesa de canto
e fala devagar
e fala devagar
eu quero comer uma sopa quente
não quero comer mariscos
os mariscos atravancam-me o prato
e estou cansada para os afastar
fala assim devagar
devagar
não é preciso dizeres que sou bonita
mas não me fales de economia e de política
fala assim devagar
devagar
deita-me o vinho devagar
quando o meu copo estiver vazio.
Estou convalescente
sou convalescente
não é preciso que o percebas
mas por favor não faças força em mim.
Fala, estás-me a dar de jantar
estás-me a pôr recostada à almofada
estás-me a fazer sorrir ao longe
fala assim devagar
devagar
devagar


Ana Goês





Os Amigos Nunca São para as Ocasiões




Os amigos nunca são para as ocasiões. 
São para sempre. 

A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo.  
A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. 
Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso. 

A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais.

Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre. 

Os amigos têm de ser inúteis. 
Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam.
A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo.
É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.

A glória da amizade é ser apenas presente. 
É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade. 



Miguel Esteves Cardoso, 
in, "Explicações de Português"




terça-feira, 28 de março de 2017

The Unity of Geometry

                                                            The Unity of Geometry - Sacred Geometry Fundamentals by Jonathan Quintin Art








Se eu pudesse




Se eu pudesse dar-te aquilo que não tenho
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo com que sonhas
e o que só por mim poderá ter sonhado

Se eu pudesse dar-te o sopro que me foge
e que fora de mim jamais se encontra
Se eu pudesse dar-te aquilo que descubro
e descobrir-te o que de mim se esconde

Então serias aquele que existe
e o que só por mim poderá ter sonhado.



ANA HATHERLY 
in, A IDADE DA ESCRITA




Lição de Mestria dos Gatos



O ser humano ainda não iluminado pela sua consciência espiritual quanto aos valores reais ou relativos, deixa o seu mental apoiar os desejos instintivos do seu ser inferior, cujas exigências anárquicas criam tumultos de aceleração de impaciência, e de caprichos incoerentes.

Sofrendo dessas influências, o Autómato humano assemelha-se a certo tipos de animais. 
O cão treme de impaciência diante do osso avidamente desejado. 
A inconstância do macaco é típica pela sua dispersão de ideias. 
A agitação da mosca lança-a para a armadilha da aranha. 
A pressa é a preocupação da abelha pelo dever social; 
é também a inquietação da formiga que tem sempre qualquer coisa que fazer, mas que se precipita em voltas supérfluas, sabendo a direcção, mas não a maneira de contornar os obstáculos.


Ao contrário de outros animais 
que nos dão uma lição de mestria, 
sendo exemplo disso o gato 
cuja sabedoria é um modelo 
porque junta a maior paixão 
à mais indiferente calma.


Na sua imobilidade reflecte o seu salto, sempre exacto;
a força dos seus rins é proporcional ao relaxe do seu sono:
há no seu sono, o abandono da criança recém-nascida,
enquanto que o seu instinto está sempre de vigília;
a sua leveza sem resistência torna a sua queda sem perigo;
Caça e luta são para ele alegria do jogo: ele caça sem ódio e joga sem finalidade;
constantemente pronto ao ataque sem animosidade,
e pronto a defender-se sem apreensão:
vencedor indiferente, ele nunca é vencido.
A serenidade é o fruto da independência.


Cria em ti esta independência, que não é indiferença, mas neutralidade face às impressões recebidas do exterior: 
bonito e feio, bom e mau, alegre ou triste, agradável ou penível... 
Uma coisa é discernir as qualidades, outra é deixá-las afectar a nossa disposição. 



in, A Abertura do Caminho
Isha Schwaller De Lubicz




Neuroscience and Buddhism




Neuroscience backs up 
the Buddhist belief  that
 “the self” isn’t constant, 
but ever-changing



While you may not remember life as a toddler, you most likely believe that your selfhood then—your essential being—was intrinsically the same as it is today.
Buddhists, though, suggest that this is just an illusion—a philosophy that’s increasingly supported by scientific research.


“Buddhists argue that nothing is constant, everything changes through time, you have a constantly changing stream of consciousness,” Evan Thompson, a philosophy of mind professor at the University of British Columbia, tells Quartz. “And from a neuroscience perspective, the brain and body is constantly in flux. There’s nothing that corresponds to the sense that there’s an unchanging self.”

Neuroscience and Buddhism came to these ideas independently, but some scientific researchers have recently started to reference and draw on the Eastern religion in their work—and have come to accept theories that were first posited by Buddhist monks thousands of years ago.

One neuroscience paper, published in Trends in Cognitive Sciences in July, links the Buddhist belief that our self is ever-changing to physical areas of the brain. 
There’s scientific evidence that “self-processing in the brain is not instantiated in a particular region or network, but rather extends to a broad range of fluctuating neural processes that do not appear to be self specific,” write the authors.
Thompson, whose work includes studies of cognitive science, phenomenology and Buddhist philosophy, says this is not the only area where neuroscience and Buddhism converge.
For example, some neuroscientists now believe that cognitive faculties are not fixed but can be trained through meditation. And there may be scientific backing to the Buddhist belief that consciousness extends into deep sleep.

“The standard neuroscience view is that deep sleep is a blackout state where consciousness disappears,” Thompson says. “In Indian philosophy we see some theorists argue that there’s a subtle awareness that continues to be present in dreamless sleep, there’s just a lack of ability to consolidate that in a moment-to-moment way in memory.”

Studies of meditators’ sleep patterns suggest this might indeed be the case. 
A study published in 2013 found that meditation can affect electro-physical brain patterns during sleep, and the findings suggest there could be capacity to “process information and maintain some level of awareness, even during a state when usually these cognitive functions are greatly impaired,” according to the researchers.
But neither neuroscience nor Buddhism has a definitive answer on exactly how consciousness relates to the brain.

And the two fields diverge on certain aspects of the topic.
Buddhists believe that there’s some form of consciousness that’s not dependent on the physical body, while neuroscientists (and Thompson), disagree.

But Thompson supports the Buddhists’ view that the self does in fact exist.
“In neuroscience, you’ll often come across people who say the self is an illusion created by the brain. My view is that the brain and the body work together in the context of our physical environment to create a sense of self. And it’s misguided to say that just because it’s a construction, it’s an illusion.”



Olivia Goldhill




segunda-feira, 27 de março de 2017

A Nossa História Sagrada




Acredito que muitos já estão confortáveis com a ideia 
de que já vivemos antes, 
que trazemos connosco uma imensa bagagem que, 
quer queiramos ou não, 
nos condiciona tanto no que nos atrai 
como no que nos retrai. 


Se nos tivessem preparado para estarmos atentos aos sinais e às energias que vamos atraindo sem o dedo do julgamento e projecção no outro das cargas que carregamos, já teríamos juntado muitas peças que compõem o gigante puzzle que esconde a nossa verdadeira história.
Não a nossa história actual/social mas a nossa história espiritual.

Infelizmente, a educação do Ocidente a que todos estivemos sujeitos falava apenas da missão social onde o único objectivo era atingir uma persona e vida "perfeita" que tanto servia o "sucesso" social/profissional como servia o propósito religioso de agradar o caprichoso Deus como de escapar ao inferno.
Logo, todo o enquadramento espiritual e Karmico deixou de se fazer...

Ou seja, o que nos faz sentido e o que não faz, deixou de ser ouvido levando-nos então a escolhas que na maior parte das vezes nada têm a ver com a nossa história, mas apenas adornam a dita máscara.

Embora sejam condicionantes que nos levam a escolhas inconscientes, não deixam de ser escolhas e logo irão originar consequências pelas quais teremos que nos responsabilizar.
A mais perigosa, tem provado ser o afastamento da nossa essência e a identificação total com a nossa persona. E não são raros os que confundem as duas energias quando questionados acerca da sua identidade...

No entanto, a máquina cósmica foi criada para apoiar a viagem do espírito e logo irá "polir" tudo o que não esteja alinhado com os mais elevados valores espirituais que apoiam a nossa autonomia, auto preservação e equilíbrio pessoal. 

Muitas das escolhas que fizemos então em prol da máscara acreditando ser a escolha "perfeita" acaba por não funcionar, levando-nos inclusive a sensações de injustiça, revolta e incredibilidade perante um Deus cego que parece não reconhecer o nosso esforço de "perfeição".
Infelizmente muitos são os que ainda acreditam que a "recompensa divina" é atribuída aos "perfeitos"...
Se assim fosse, muitos seriam os que estariam protegidos da dor e da perda.

Mas a realidade mostra que não é bem assim.
A abundância que tanto ansiamos vem, não dessa máscara perfeita mas sim como consequência do trabalho interior que já fizemos.
Do alinhamento com a nossa história pessoal.
Da responsabilização karmica pelo que atraímos.
Do amor próprio que já conquistámos.
Da humildade de percebermos quem somos.
Da coragem de seguirmos o nosso caminho.

Os últimos anos mostraram-nos onde e como estávamos em desequilíbrio INTERIOR, onde vivíamos aquém do nosso potencial INTERIOR, esquecidos do nosso propósito original INTERIOR.
E qual é afinal esse propósito, perguntas tu?
- Honrar as nossas vidas passadas.
- Procurar finais felizes para os seus dramas.
- Resgatar o amor próprio e a valorização pessoal tantas vezes perdida para poderes exteriores.
- Corrigir as escolhas feitas sem amor e colocar ao serviço do mundo, os potenciais já resgatados para que o deixemos um pouco melhor do que o encontrámos.

Deste ponto de vista, podemos imaginar como cada um de nós viveu vidas únicas, experiências únicas, fez escolhas positivas e negativas que precisam de ser agora sentidas e honradas dentro de nós, não fazendo normalmente sentido nenhum a quem nos rodeia, pois o outro não tem o registo emocional da nossa história.

Por exemplo:
Um mulher morre numa vida passada frustrada e com um imenso vazio porque nunca teve filhos. Nasce no presente com uma vontade imensa de ser mãe numa quase obsessão de "vingar" aquela vida.
A sua melhor amiga por contrário trás uma memória de ter perdido um filho bebé e logo não quer nem ouvir falar em engravidar ou ser mãe.
A conversa entre as duas será curiosa principalmente se não se questionarem de onde podem vir afinal as suas inclinações.
Conscientes ou inconscientes do passado, a primeira não irá parar enquanto não engravidar e a segunda irá adiar ou evitar qualquer gravidez...

Tomarmos consciência da nossa história espiritual, percebermos os padrões que carregamos, é então essencial tanto para entendermos a maneira como reagimos ao que atraímos como é para aprendermos a ser neutros e tolerantes quando as escolhas dos outros nos testam e não nos fazem sentido.

Cada história é única de facto tal como a proposta de encarnação que trazemos connosco, e conhecê-la, estarmos conscientes dela, é um sinal de inteligência, sabedoria e humildade perante a Ordem Maior.

Tanto a Astrologia como a Numerologia Karmicas têm o poder de nos revelar o que de melhor e pior trazemos connosco.
Que história sagrada é essa afinal que me trouxe à terra para resolver. 
E enquanto a mesma não estiver consciente e não se tornar uma prioridade, os encontrões do Universo para que a resgatemos terão que continuar a acontecer...


Vera Luz



To be self-aware, you have to have feedback





In order to be self-aware, you have to have feedback.
Consciousness is a feedback between the external world and the internal world.
That’s fundamental to ALL things.
So then ALL things are conscious.
All things are feeding information to the vacuum and the vacuum is feeding it back.
The amount that you are able to feed into the system, is related directly to your amount of resistance, in how much information can come.


Nassim Haramein




Masturbação





Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar

e então são os meus
já os teus dedos

e são meus dedos
já a tua boca

que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca

Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde

E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde

E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios

que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma



Maria Tereza Horta




domingo, 26 de março de 2017

Beauty and the Beast




“Beauty and the Beast” 
is a pretty film 
disguising the ugly beast of misogyny



The actress Emma Watson has made a point of portraying her latest movie, Disney’s Beauty and the Beast, as feminist film.
Watson told Vanity Fair that she worked with Disney to update her character for the live-action version of its 1991 cartoon: In this latest version, Belle wears more practical clothing, is an inventor in her own right (rather than her father’s assistant), and often asserts her love of reading. Watson even asked renowned feminist writer Gloria Steinem to watch the film and make sure it aligned with feminist principles.

But let’s be clear: 
Beauty and the Beast is not a feminist movie. 
These nods to feminism mean diddlysquat for gender equality.
I don’t care that the protagonist is a woman, nor that she’s played by one of Hollywood’s leading feminists.

The feminist veneer aligns with Watson’s ideology, but it also has the handy benefit of harnessing the growing marketing appeal of gender equality. And lo, there are dozens of headlines connecting Beauty and the Beast with feminism, each doing remarkable twists to excuse the inexcusable fact that sweet, beautiful Belle is being held captive by an immoral beast—and shows clear signs of Stockholm Syndrome by falling in love with him.

The original fairytale is ultimately the story of a kidnapping—one that hinges on the importance of physical looks. That alone disqualifies the film from being truly feminist. There are more sexist movies out there, to be sure.

But what makes Beauty and the Beast particularly egregious is the insincere and flimsy “feminist” dressing it comes in: Belle wears riding boots and invents a washing machine. Ergo, she’s presented as an “activist.”
Such additions aren’t real feminism, but rather a clever disguise, and one that will allow moviemakers to continue churning out under-developed female characters and sexist storylines for as long as we let them.

This isn’t the first time Beauty and the Beast has been presented as feminist. (Even though the original story portrays not only an ugly beast but also a stupid one, whom Belle ultimately agrees to stay with out of gratitude for the imprisonment hospitality.)
In 1991, Linda Woolverton, who wrote the animated film, made a point of creating a character more well-rounded than the typical damsel in distress. That’s how Belle came to enjoy reading in the first place. But that change didn’t make the story feminist then, and it certainly doesn’t now.

I don’t doubt the good intentions of those who’ve tried to thrust Belle toward feminism, but I do know that the result is just the re-packaged tale of yet another beautiful woman’s docility. It remains a troubling story about the need for women to submit to their assigned husbands, twisted into a romance to make it seem palatable.

Disney’s Beauty and the Beast is a symptom of Hollywood’s very real problem with women. 
In 2016, just 29% of protagonists and 7% of directors were women.
While men are allowed to be flawed heroes, or even antiheroes, women are generally afforded no such depth or nuance. Portrayals of women on screen are still so limited that female characters who do behave “badly,” like those in HBO’s Girls, are criticized for their immoral behavior rather than appreciated for their depiction of humanity.

Hollywood knows it has a sexism problem, and a wave of marketing has sought to highlight examples of strong woman characters among its offerings. But presenting any film with a female protagonist as feminist—regardless of the plot or nature of the character—reeks of using feminism as a mere selling point.
And the implications are dangerous.

Just as Ivanka Trump’s half-hearted feminism serves as a shield for her father’s misogynistic policies, dressing sexist movies in feminist clothing only allows Hollywood to further indulge in its unhealthy portrayals of women.

If we want real gender equality, let’s demand complex female characters and stories, not simply updated versions of sexist tropes. After all, misogyny has always had the remarkable ability to adapt across political ideologies, countries, and centuries, by changing its face while retaining its key sexist principles. 
It’s a tale as old as time.



Olivia Goldhill



Time is distance in space




Since time is distance in space, time is memory on the structure of space.
Without memory, there is no time.
Without time, there is no memory.
It then follows that the energy that we perceive as the material world must be information, or energy on the structure of space.
  
– Nassim Haramein



Mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer




o tempo, subitamente solto pelas ruas e pelos dias,
como a onda de uma tempestade a arrastar o mundo,
mostra-me o quanto te amei antes de te conhecer.
eram os teus olhos, labirintos de água, terra, fogo, ar,
que eu amava quando imaginava que amava. era a tua
a tua voz que dizia as palavras da vida. era o teu rosto.
era a tua pele. antes de te conhecer, existias nas árvores
e nos montes e nas nuvens que olhava ao fim da tarde.
muito longe de mim, dentro de mim, eras tu a claridade.


José Luís Peixoto
in, A Criança em Ruínas



Conscious consumerism is a lie



Bella  Kotak


Conscious consumerism is a lie. 
Here’s a better way to help save the world



As a sustainable lifestyle blogger, my job is to make conscious consumerism look good.
Over the course of four years Instagramming eco-friendly outfits, testing non-toxic nail polish brands, and writing sustainable city guides, I became a proponent of having it all—fashion, fun, travel, beauty—while still being eco-friendly. So when I was invited to speak on a panel in front of the UN Youth Delegation, the expectation was that I’d dispense wisdom to bright young students about how their personal purchasing choices can help save the world.
I stood behind the dais in a secondhand blouse, recycled polyester tights, and a locally made pencil skirt, took a deep breath, and began to speak.

“Conscious consumerism is a lie. Small steps taken by thoughtful consumers—to recycle, to eat locally, to buy a blouse made of organic cotton instead of polyester—will not change the world.”

The audience looked back at me, blinking and silent.
This was not what they expected.



Where we got it all wrong

According to the lore of conscious consumerism, every purchase you make is a “moral act”—an opportunity to “vote with your dollar” for the world you want to see. We are told that if we don’t like what a company is doing, we should stop buying their products and force them to change. We believe that if we give consumers transparency and information, they’ll make the right choice. But sadly, this is not the way capitalism is set up to work.

Making series of small, ethical purchasing decisions while ignoring the structural incentives for companies’ unsustainable business models won’t change the world as quickly as we want.
It just makes us feel better about ourselves. 

Case in point: A 2012 study compared footprints of “green” consumers who try to make eco-friendly choices to the footprints of regular consumers. And they found no meaningful difference between the two.

The problem is that even though we want to make the right choices, it’s often too little, too late. 
For example, friends are always asking me where to take their old clothes so that they are either effectively recycled or make it into the hands of people who need them.
My answer? It doesn’t matter where you take them: 
It will always end up in the exact same overloaded waste stream, which may or may not eventually dump it in Haiti.
This isn’t your fault for trying to do the right thing:
It’s the fault of the relentless trend cycle of fast fashion, which is flooding the secondhand market with a glut of clothes that Americans don’t want at any price.

There’s also the issue of privilege. 
The sustainability movement has been charged with being elitist—and it most certainly is.
You need a fair amount of disposable income to afford ethical and sustainable consumption options, the leisure time to research the purchasing decisions you make, the luxury to turn up your nose at 95% of what you’re offered, and, arguably, a post-graduate degree in chemistry to understand the true meaning behind ingredient labels.

Choosing fashion made from hemp, grilling the waiter about how your fish was caught, and researching whether your city can recycle bottle caps might make you feel good, reward a few social entrepreneurs, and perhaps protect you from charges of hypocrisy.
But it’s no substitute for systematic change.



Environmentalism, brought to you by Multinational, Inc.

I came to this conclusion myself through years of personal research, but other academics have devoted their lives to uncovering the fallacy of conscious consumption.
One of those sustainability experts is professor Halina Szejnwald Brown, professor of environmental science and policy at Clark University. She recently authored a report for the United Nations Environmental Programme, “Fostering and Communicating Sustainable Lifestyles: Principles and Emerging Practices.”
We met sharing the stage at the UN Youth Delegation, where her presentation backed up my suspicions with research and data.

In short, consumption is the backbone of the American economy—which means individual conscious consumerism is basically bound to fail. “70% of GDP in the US is based on household consumption. So all the systems, the market, the institutions, everything is calibrated to maximize consumption,” Brown told me in a later interview.
“The whole marketing industry and advertising invents new needs we didn’t know we had.”

Take plastic water bottles, for example. 
Plastic, as most of us now know, is made from petroleum that takes hundreds of years—or maybe even a thousand—to biodegrade (scarily, we’re not really sure yet). Shipping bottled water from Fiji to New York City is also an emission-heavy process. And yet, despite the indisputable facts and the consistent campaigning by nonprofits, journalists, and activists to urge consumers to carry reusable water bottles, bottled water consumption has continued to rise—even though it costs up to 2,000 times more than tap water.

So why do we continue to buy 1.7 billion half-liter bottles, or five bottles for every person, every single week? 
Because market capitalism makes it incredibly difficult to make truly helpful sustainable choices.

The majority of our food and consumer products come wrapped in plastics that aren’t recyclable. Food that is free of pesticides is more expensive.
We’re working ever-longer hours, which leaves little time for sitting down to home-cooked meals, much less sewing, mending, and fixing our possessions. Most of those clothes have been designed in the first place to be obsolete after a year or two, just so that you’ll buy more. And only 2% of that clothing is made in the US—and when it is, it’s 20% more expensive.
Palm oil, an ingredient that is the world’s leading cause of rainforest destruction and carbon emissions, is in half of our packaged food products, hidden behind dozens of different names.

These are just a few examples of how the government and businesses collude to nudge you into blindly destroying the environment on a regular basis, whether you choose to buy organic milk or not.

Then there are the social impediments to making sustainable decisions.
“We as humans are highly social beings. We measure our progress in life in relation to others,” Brown says. “The result is that it is very difficult to do something different from what everybody else is doing.”

In order to shun consumer culture, we have to shun social mores. 
You can dig through dumpsters for perfectly edible food that restaurants and grocery stores have tossed out.
You can absolutely return every holiday or birthday gift that doesn’t adhere to your high standards.
And you can demand that your friends and family serve only raw, vegan, organic food at social gatherings, and go on hunger strike when they don’t.
But to do so would mean becoming an insufferable human being. 
Society is weighted against us, too.



How to actually make decisions that help the environment

So what’s the answer? 
I’m not saying that we should all give up, or that we should stop making the small positive decisions we make every day as responsible humans. And if you’re choosing the greener product for health reasons, by all means, do what feels right.
But when it comes to combating climate change, pollution, and habitat destruction, what we need to do is take the money, time, and effort we spend making these ultimately inconsequential choices and put it toward something that really matters.

Beyond making big lifestyle decisions such as choosing to live in a dense urban area with public transportation, cutting red meat out of your diet, and having fewer children (or none at all), there are diminishing returns to the energy you put into avoiding plastic or making sure your old AAs end up in the appropriate receptacle. 

Globally, we’re projected to spend $9.32 billion in 2017 on green cleaning products.
If we had directed even a third of that pot of money (the typical markup on green cleaning products) toward lobbying our governments to ban the toxic chemicals we’re so afraid of, we might have made a lot more progress by now.
“It’s a gesture,” Brown says of fretting over these small decisions. “Well-meaning signals that you care about the environment. But the action itself makes no difference.“

We pat ourselves on the back for making decisions that hush our social guilt instead of placing that same effort in actions that enact real environmental change. But there are small switches in our mentality we can take to make a difference. 
A few suggestions:


  • Instead of buying expensive organic sheets, donate that money to organizations that are fighting to keep agricultural runoff out of our rivers.
  • Instead of driving to an organic apple orchard to pick your own fruit, use that time to volunteer for an organization that combats food deserts (and skip the fuel emissions, too).
  • Instead of buying a $200 air purifier, donate to politicians who support policies that keep our air and water clean.
  • Instead of signing a petition demanding that Subway remove one obscure chemical from its sandwich bread, call your local representatives to demand they overhaul the approval process for the estimated 80,000 untested chemicals in our products.
  • Instead of taking yourself out to dinner at a farm-to-table restaurant, you could take an interest in the Farm Bill and how it incentivizes unhealthy eating.



On its face, conscious consumerism is a morally righteous, bold movement. But it’s actually taking away our power as citizens. It drains our bank accounts and our political will, diverts our attention away from the true powerbrokers, and focuses our energy instead on petty corporate scandals and fights over the moral superiority of vegans.

So if you really care about the environment, climb on out of your upcycled wooden chair and get yourself to a town hall meeting. If there’s one silver lining to the environmental crisis facing us, it’s that we now understand exactly the kind of work we need to do to save the planet—and it doesn’t involve a credit card.



Alden Wicker