domingo, 14 de agosto de 2016

Antes de julgar...




O Que Os Outros Pensam De Ti 
Reflecte Quem Eles São, 
Não Quem Tu És



Os Sioux têm um provérbio muito interessante:

“Antes de julgares uma pessoa, caminha três luas com os seus sapatos”. 

Se referem ao facto de que julgar é muito fácil, entender o outro é um pouco mais difícil.
Ser empático é muitíssimo mais complicado.
E o julgamento só será justo se vivermos experiências iguais.

Entretanto, com frequência pretendemos que os outros nos entendam, que compreendam nossas decisões e as compartilhem, ou que, pelo menos, nos apoiem.
Quando não fazem o que queremos, sentimos-nos mal, incompreendidos e até rejeitados.

É evidente que isto é difícil de aceitar, todos necessitamos que, em algumas situações, alguém acolha as nossas emoções e decisões. É perfeitamente compreensível.
Contudo, sujeitar a nossa felicidade à aceitação dos outros, ou tomar decisões com base no medo de que os outros não nos vão entender, é um grande erro. 
Um grande e inominável erro.

Porque os que os outros pensam sobre ti, na realidade diz mais sobre eles do que sobre a tua pessoa. O que pensam reflecte, com certeza, o que eles são, não quem tu és.

Quando criticamos alguém sem usar a empatia de nos colocarmos no seu lugar e sem, pelo menos, tentar compreender o ponto de vista do outro, na realidade expomos a nossa forma de ser.  Quando alguém diz ao mundo que tu és uma má pessoa esta atitude revela que ela é insegura, tem um pensamento fechado e cheio de estereótipos.

Quem critica o que não é, não compreendeu ou não quer aceitar.

O mais certo é que, por trás de uma crítica destrutiva quase sempre se esconde o desconhecimento ou a negação de si mesmo. 

Na verdade, muitas pessoas criticam-te porque não compreendem as tuas decisões, não caminham com os teus sapatos, não conhecem a tua história e não entendem a verdadeira razão de teres escolhido o caminho que escolheste.
Muitas pessoas ainda te vão criticar por desconhecimento mais profundo sobre o teu jeito e, sobretudo, por serem arrogantes e pensarem que são os donos absolutos da verdade.


Noutros casos, as pessoas criticam-te porque vêem reflectidas em ti certas características ou talentos que não querem reconhecer. 

O escritor francês Jules Renard afirmou com precisão:
“Nossa crítica consiste em reprovar nos outros  as qualidades que cremos ter”.  

Por exemplo, uma mulher que é maltratada pelo seu marido pode criticar duramente o divórcio. É uma forma de reafirmar a sua posição. Diz a si mesma que deve continuar a suportar essa situação. E o curioso é que quanto mais tóxica seja a crítica, mais forte se revela a negação dos seus sentimentos.

Na prática, em algumas ocasiões, a crítica destrutiva não é mais do que um mecanismo de defesa conhecido como projecção. Neste caso, a pessoa projecta nos outros os mesmos sentimentos, desejos ou impulsos que lhe são muito dolorosos. E com os quais não é capaz de conviver. De maneira que os percebe como algo estranho e que deve ser castigado.



Como sobreviver às críticas?

Ninguém gosta de ser criticado, principalmente se as críticas se transformam em duros ataques verbais. Infelizmente, nem sempre podemos evitar estas situações, mas devemos aprender a lidar com elas sem que as mesmas nos afectem em excesso.

Como faço? 
Aqui estão algumas estratégias diferentes, porém eficazes:



  • Coloque-se no lugar de quem o critica. A empatia é um poderoso antídoto contra a raiva. Não podemos ter raiva de alguém quando compreendemos como se sente. Por isso, da próxima vez que alguém te criticar, tenta pôr-te no seu lugar. Ainda que essa pessoa não seja capaz de se colocar no tseu. Assim verá que é provável que se trate de alguém míope dos olhos da alma. Ou quem ainda não teve a tua experiência de vida e guarda muita amargura e ressentimento. Dessa forma, perceberás que não vale a pena aborreceres-te pelas palavras ditas com raiva.

  • Entende que é somente uma opinião, nada mais. O que os outros pensam sobre ti é a realidade deles, não a tua realidade. Tais pessoas estão a julgar-te segundo as suas experiências, valores e critérios. Se tivessem caminhado com os teus sapatos, talvez andado pelos mesmos caminhos que tu percorreste, é provável que pensariam diferente. Portanto, assume de vez que essas críticas, na realidade, são apenas opiniões lançadas ao vento, nem mais nem menos. E que são absolutamente tendenciosas. Por outro lado, tu podes valorizá-las se perceberes que podes tirar proveito delas. Mas podes, simplesmente, desprezá-las; jamais permitas que as críticas arruínem o teu dia.



  • Devolve a crítica com graça. Quando se trata de críticas destrutivas o mais conveniente é fazer “ouvidos moucos”. Porque essa pessoa não está aberta ao diálogo. Pois se estivesse, em vez de julgar e atacar, mostraria uma atitude mais respeitosa e compreensiva. Não obstante, haverá casos em que seja necessário dar um basta na situação. Depois de tudo, quando tivermos que enfrentar males extremos, devemos recorrer a soluções mais incisivas. Nestes casos, responde sem te alterares e com frases breves que não dêem motivos às réplicas.  Por exemplo, você pode dizer: “Não pode dar opinião sobre coisas que não conhece” ou “Creio que não entendeu e tampouco deseja viver em paz. Dessa forma, não aceito que me critique”. Não critique sem pensar antes.


“Em geral, os homens julgam mais pelos olhos do que pela inteligência, pois todos podem ver, mas poucos compreendem o que vêem”,
disse Maquiavel, há séculos atrás. 


Podemos fazer a nossa própria frase e, ainda assim, mantermos a sua vigência:

“Criticar por criticar, significa que temos a língua fora do cérebro”.



Jennifer Delgado 
in, Rincón de la Psicología



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