segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Glândula Timo – a chave da energia vital
No meio do peito, bem atrás do osso onde a gente toca quando diz “eu”, fica uma pequena glândula chamada timo.
Seu nome em grego, thýmos, significa energia vital.
Precisa dizer mais?
Precisa, porque o timo continua a ser um ilustre desconhecido. Ele cresce quando estamos contentes, encolhe pela metade quando stressamos, e mais ainda quando adoecemos.
Essa característica iludiu durante muito tempo a medicina, que só conhecia através de autópsias e sempre o encontrava encolhidinho. Supunha-se que atrofiava e parava de trabalhar na adolescência, tanto que durante décadas os médicos americanos bombardeavam timos adultos perfeitamente saudáveis com megadoses de raios-X achando que seu “tamanho anormal” poderia causar problemas.
Mais tarde, a ciência demonstrou que, mesmo encolhendo após a infância, ele continua totalmente activo; é um dos pilares do sistema imunológico, junto com as glândulas adrenais e a espinha dorsal, e está directamente ligado aos sentidos, à consciência e à linguagem. Como uma central telefónica, por onde passam todas as ligações, faz conexões para fora e para dentro.
Se somos invadidos por micróbios ou toxinas, reage produzindo células de defesa na mesma hora.
Mas também é muito sensível a imagens, cores, luzes, cheiros, sabores, gestos, toques, sons, palavras, pensamentos.
Amor e ódio afectam-na profundamente.
Ideias negativas têm mais poder sobre ela do que vírus ou bactérias. Já que não existem em forma concreta, a timo fica a tentar reagir e enfraquece, abrindo brechas para sintomas de baixa imunidade, como herpes.
Em compensação, ideias positivas conseguem dela uma activação geral em todos os poderes, lembrando a fé, que remove montanhas.
O teste do pensamento:
Um teste simples pode demonstrar essa conexão.
Feche os dedos polegar e indicador na posição de ok, aperte com força e peça para alguém tentar abri-los enquanto você pensa “estou feliz”. Depois repita pensando “estou infeliz”.
A maioria das pessoas conserva a força nos dedos com a ideia feliz e enfraquece quando pensa infeliz (substitua os pensamentos por uma bela sopa de legumes ou um lindo sorvete de chocolate para ver o que acontece).
Esse mesmo teste serve para lidar com situações bem mais complexas.
Por exemplo, quando o médico precisa de um diagnóstico diferencial, seu paciente tem sintomas no fígado que tanto podem significar câncro quanto abcessos causados por amebas. Usando lâminas com amostras, ou mesmo representações gráficas de uma e outra hipótese, testa a força muscular do paciente quando em contacto com elas, e chega ao resultado.
As reacções são consideradas respostas da timo e o método, que tem sido demonstrado em congressos científicos ao redor do mundo, já é ensinado na Universidade de São Paulo (USP) a médicos acupunturistas.
O detalhe curioso é que a timo fica encostadinha ao coração, que acaba por ganhar todos os créditos em relação a sentimentos, emoções, decisões, jeito de falar, jeito de escutar, estado de espírito… “Fiquei de coração apertadinho”, por exemplo, revela uma situação real da timo, que só por reflexo envolve o coração.
O próprio chacra cardíaco, fonte energética de união e compaixão, tem mais a ver com a timo do que com o coração – e é nesse chacra que, segundo os ensinamentos budistas, se dá a passagem do estágio animal para o estágio humano.
“Lindo!”, você pode estar a pensar, “mas e daí?”
Daí que, se você quiser, pode exercitar a timo para aumentar sua produção de bem-estar e felicidade. Como?
Pela manhã, ao levantar, ou à noite, antes de dormir:
a) Fique de pé, os joelhos levemente dobrados. A distância entre os pés deve ser a mesma dos ombros. Ponha o peso do corpo sobre os dedos e não sobre o calcanhar e mantenha toda a musculatura bem relaxada.
b) Feche qualquer uma das mãos e comece a dar pancadinhas contínuas com os nós dos dedos no centro do peito, marcando o ritmo assim: uma forte e duas fracas.
Continue entre três e cinco minutos, respirando calmamente, enquanto observa a vibração produzida em toda a região torácica.
O exercício estará a atrair sangue e energia para a timo, fazendo-a crescer em vitalidade e beneficiando também pulmões, coração, brônquios e garganta.
Ou seja, enchendo o peito de algo que já era seu e só estava à espera de um olhar de reconhecimento para se transformar em coragem, calma, nutrição emocional, abraço.
Óptimo, íntimo, cheio de estímulo.
MANOELA Z. BRUSCATTO
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