segunda-feira, 7 de dezembro de 2015
Beatitude
Há uma (chamemos-lhe) sensação que nos coloca num vórtice sem gravidade…flutuamos sem sequer querermos analisar isso….nem nos apercebemos que respiramos! É como se fosse um outro mundo. Por uns breves instantes (há quem consiga viver lá!) somos para ali transportados pelo estado de beatitude.
Sorrimos como se tudo fosse nuvem fofa.
É, de facto, um estado alterado de consciência e, num qualquer momento da vida, todos o experimentámos. Costuma ser despoletado por algo exterior mas, na verdade, é do interior que vem….o catalisador pode ser uma frase num livro, uma árvore, um pôr-do-sol….mas é do interior que vem.
Essa capacidade de entrarmos num estado alterado de consciência sem que esta seja induzida por químicos ou por sugestão de alguém exterior a nós, é fascinante. Porque não conseguimos estender a nossa estadia aí? Oh, porque se nos fosse dado a escolher, não sairíamos de lá!
Ali o tempo não existe. Estamos em perfeito contacto com o nosso verdadeiro ser e as suas extensões, através de forte conexão com o nosso Eu Superior. E pensar que, num momento ou noutro das nossas vidas já experimentámos isto!
Aceitarmos que é ali que somos verdadeiramente, que aquele estado deve ser integrado e trazido, pouco a pouco, para a nossa vida aqui, onde estamos, é o mais importante neste momento. Aceitar, sem necessidade de questionar, que tudo está bem, que tudo está certo…que tudo está conforme o que sempre soubemos.
Saber que tudo nos é dado, que tudo o que precisamos, seja em que área de vida for, é-nos proporcionado, sem termos que forçar, desesperar e perder o norte. Este fluxo de energia que nos nutre de todas as formas…é como um respirar cósmico. Vamos experienciando, vamos gerando pensamentos sobre o que queremos viver a seguir e, no momento que estamos a atravessar, é rápido o processo de criar e receber…para o bem e para o menos bem.
Quaisquer que sejam as circunstâncias que estejamos a viver, fomos nós que as criámos, por uma razão só nossa…..ou pura e simplesmente por não termos noção nenhuma que somos os criadores da nossa realidade. A qualquer momento podemos reverter a situação actual; a qualquer momento podemos criar pensamentos de uma experiência diferente…colocar lá a intenção e entregar.
Mas entregar sabendo que está entregue! Sentindo isso. Está entregue e é só aguardar, porque o Universo tem formas de nos entregar o que queremos, que não cabem no nosso raciocínio lógico.
Deixar fluir….enquanto ficamos em paz connosco e com tudo.
A beatitude, que deu origem ao beato religioso, deixou de ser um estado reservado a uma elite que nos fizeram acreditar não sermos merecedores de pertencer. A beatitude é um estado normal em todos nós…é a entrega!
Quando exprimimos aquele sorriso ao entrar num local….estamos a iluminar tudo à nossa volta e, a energia que recebemos de volta é um princípio de beatitude; saímos do local com aquela sensação….tudo é maravilhoso…sinto vontade de voar…as pessoas são mesmo simpáticas….
Passámos o meio da semana…caminhamos seguros olhando para nós mesmos.
Estamos diferentes?
Ou é a nossa percepção que deu um salto?
Cá estamos….cá estamos, olhando uns pelos outros mas, vemos agora o outro como uma parte de nós mesmos.
Sorria! Está a ser filmado pela sua câmara interna.
Alexandre Viegas
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