quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Perguntas difíceis...ou não





Hoje, fui lanchar com um Apolo de homem, e depois de alguma conversa e eu não me por a jeito, ele pergunta-me o que eu espero, aprecio e admiro num homem. 

Entendi o que ele queria saber mas, como queria saber a verdadeira intenção da pergunta, perguntei-lhe se ele se referia a um relacionamento com um homem em termos de amizade, ou num relacionamento amoroso.
Ele queria saber o que me cativa num homem a ponto de me entregar fisicamente e emocionalmente.

Não costumo responder a este tipo de perguntas, porque na maioria das vezes têm uma segunda intenção por trás. Mas aqui o Apolo teve a sua graça na forma como abordou a questão, e resolvi responder...

E foi mais ou menos assim:

Comecei por lhe dizer que sou uma mulher que, devido à infância que tive, tenho uma necessidade enorme, desde pequena, em ser autónoma, independente, não depender de um homem para ter a minha paz e tranquilidade na minha vida.
Estou habituada já desde cedo a pagar as minhas contas, a ir atrás do que eu quero sem me encostar a homem nenhum, seja ele pai, marido ou namorado.
E disso não posso abdicar nunca porque, estaria a ser infiel ao meu Código de Honra.
Não me rejo pela Ética e pela Moral criadas pela Sociedade.
Tenho o meu próprio Código de Honra, ao qual sou fiel e leal, antes de o ser com os outros.

E por essa razão, não procuro um homem com uma boa conta bancária, um bom carro, um bom emprego...
Aliás, não procuro nada num homem...porque não sinto o amor como uma necessidade mas sim, como um complemento, um enriquecimento, uma oportunidade de crescimento e evolução mútua...simplesmente aprecio quando algo de bom aparece no meu Caminho, que acredito que, quando acontece não é por acaso.

Então, a pergunta que não quer calar é:
O que é que esse homem pode acrescentar de positivo à minha vida, e eu à dele?

Olhei para ele e vi logo que estava a pensar em coisas materiais, mas não falava...

E eu continuei...
Não me refiro a dinheiro...dessa parte cuido eu.
O que me cativa é algo que vai muito para além disso.

Não me cativa um homem que procure a perfeição em todos os aspectos da vida, completamente dominado pelo Sistema, que não passe de mais um carneiro no meio do imenso rebanho.
Não me cativa um homem mentalmente dominado, que não questiona, que não pensa, que não sente.
Não me cativa um homem desequilibrado em termos energéticos, completamente centrado nos aspectos masculinos, racionais, objectivos e virado para o exterior.
Não me cativa um homem céptico, completamente desligado do seu Sagrado Masculino, do seu Interior Divino.
Não me cativa um homem que seja pinga-amor, mulherengo, infiel sempre que tem oportunidade, que não tem respeito por si próprio entregando-se a qualquer uma que se ponha a jeito, em troca de um momento de prazer banal e animalesco, em que demonstra uma grande falta de respeito por si próprio, falta de carácter e falta de personalidade.
Não me cativa um homem que ande cá por andar, sem objectivos na vida, sem nada que o entusiasme de verdade, sem paixão, sem ganas de viver, sem uma causa para defender.
Não me cativa um homem que se encosta aos outros para chegar a algum lado, não importa qual.
Não me cativa um homem pré-histórico, que olha para uma mulher como um objecto de prazer, como se ela fosse um ser inferior, como se ela não tivesse nada de interessante para dizer, como se estivesse ali para o servir.
Não me cativa um homem com uma vida banal, com um emprego das 9h às 19h, que vai ao futebol e à discoteca todos os fins-de-semana e que não gosta de estar sozinho.

Foi mais ou menos por aqui que ele me interrompeu, talvez cansado de me ouvir dizer o que não me cativa num homem, e me diz que a pensar assim eu iria acabar sozinha e mal amada.

Aí, tive de por as rédeas no meu Ascendente Carneiro para não levantar o tom da conversa...

Respondi-lhe que já sou muito bem amada por mim própria.
Que estaria mal da minha vida se dependesse de um homem para ser bem amada, se é que isso é possível.
Perguntei-lhe se os homens sabem amar de verdade uma mulher.
Ele calou-se...
Acho que entendeu o recado.

Não dependo do olhar de um homem para me sentir feliz!
Não lhe dou esse poder!
Tenho tudo aqui dentro!

Por esta altura, eu já estava de esplanada montada, sem dar muita conversa.
E ele pergunta:
Mas afinal, para que precisas tu de um homem?

Eu olhei para ele, e a vontade de lhe responder não foi nenhuma mas...
Peguei no bolo que estava a comer e expliquei-lhe que eu sou como aquele bolo, bom, delicioso, com os sabores equilibrados, e que por si só não lhe falta nada, está mais do que bom, que não precisa de mais nada para ser um bom lanche.
MAS, se lhe puser uma cereja em cima fica ainda muito melhor!

Ele já estava a olhar para mim de lado...
e eu continuei...
Eu não sou uma metade, não ando à procura da minha alma gémea, da minha metade da laranja...como queiras chamar...eu já sou inteira!
Não preciso de um homem para me completar! Já sou completa!

Eu acho que ter um relacionamento amoroso com um homem é o desafio dos desafios!
Para ter um relacionamento positivo para ambos, têm de estar os dois em sintonia!
A complementarem-se um ao outro!
A servirem de espelho um ao outro, porque só assim podem evoluir juntos como seres humanos, que para mim é a única razão para cá estarmos encarnados na Terra.
A limarem arestas juntos!
A crescerem juntos!
A superarem-se juntos!
A evoluírem como pessoas e como almas!
A terem no sexo uma forma de se transcenderem, de se tocarem enquanto almas.

Por isso, para mim só faz sentido estar num Relacionamento Livre!
Nem fechado(com ciumes, controle, desconfiança, cobranças, casamento, etc) nem Aberto(relacionando-se com outras pessoas exteriores à relação).
Já os vivi e não me preenchem minimamente.

LIVRE!!!
Com compromisso, mas com total liberdade de ir embora quando entender necessário.
E isso só será possível com o meu Poeta Carroceiro!

É preciso ser um homem com uma personalidade muito forte, saber bem o que vale, ter uma boa auto-estima e um grande amor próprio para ser feliz num relacionamento assim.
Que me faça superar a mim própria, ser melhor pessoa e melhor mulher, que traga para fora de mim o que de melhor eu sou, alguém que eu admire e que me admire tal e qual como sou, sem expectativas nem idealizações, que procure a tranquilidade interior, o seu lado mais sagrado, a sua essência e me ajude a fazê-lo também, que seja sensível o suficiente para amar e entender as 3 Susanas que vivem aqui dentro de mim, mas ao mesmo tempo forte o suficiente para estar ao meu lado sem se sentir pequeno, alguém que eu respeite e admire pelo que é e que me respeite e admire pelo que eu sou. Um homem inteiro, seguro de si, que sabe o que quer. Um homem em quem eu confie de uma forma espontânea. Um homem energéticamente equilibrado.
Bicho em extinção, bem sei...mas um dia iremo-nos cruzar por aí, numa esquina qualquer...

E depois disto o silêncio imperava...
E eu pensava...mais um homem lindo de morrer, um autêntico colírio para os olhos, digno de pôr o suspirómetro nos pincaros...mas, carroceiro que dá dó...



4 comentários:

  1. Hoje a tarde foi assim...
    Grata pela visita e pelo comentário, Maria Adelina!
    Abraço Cosmico

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  2. Susana,
    Adorei! E acho que é a 1ª vez que vejo comentários neste blog. Não percebo se a sua ideia é mesmo essa, ou se as pessoas simplesmente não comentam. Não sendo obrigatório, claro está! Este cantinho é uma grande fonte de inspiração para mim, e apesar de ainda não cumprir todos os requisites que aqui fala numa relaçao, acredito que a consciência plena da minha vida me guiará a bom porto. MUito obrigada!

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  3. Olá, Claudia,
    Muito grata pelo seu comentário.
    É sempre muito bem vinda aqui à minha Caixinha dos Segredos...
    O objectivo é apenas partilhar o que me faz bem, o que desperta a minha consciência, o que me ajuda a pensar, a evoluir como Ser Humano.
    E ao partilhar, pode ser que ajude outras pessoas como me ajuda a mim.Esse é e sempre foi o grande objectivo.
    Por isso sujeitei os comentários a aprovação.
    Sei que desmotiva as pessoas a deixarem comentários mas, se quiserem mesmo partilhar algo com o blog, fazem-no na mesma.
    O importante é que os textos tragam algo de positivo às pessoas, que lhes toque a alma e o coração, que as faça pensar, questionar, ajustar a rota...
    Eu acho que a vida sem partilha não faz sentido.
    Mais uma vez, obrigada por partilhar a sua opinião.
    Fico feliz que o blog esteja a ter uma presença positiva para si.
    O tomar consciência das coisas é o primeiro passo.
    Depois, com o passar do tempo e com auto-análise, essa consciência passa a reflectir-se nas nossas atitudes e na nossa postura na vida.
    Mas, é uma aprendizagem constante, e por isso é tão importante a auto-análise e o ajustar da rota.
    É para isso que este blog existe.
    Espero que ajude a si e aos outros, como me ajuda a mim.

    Abraço de Baobá

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