Os Olhos de Buda
Swayambhunath – o Templo dos Macacos
Nepal, Katmandu
Aluno: Nós vivemos numa sociedade que já possui algumas estruturas estabelecidas. É como se no rio do carma houvessem barreiras que não podemos desviar, quando comemos, por exemplo, por mais que nós tenhamos preferência por comer alimentos de cultivo e não animais, mesmo esses alimentos causam sofrimentos, existem pessoas que morrem, que são exploradas e tudo mais. Não há como fugir disso.
Monge Genshô: Acontece que a iluminação não é resolver os problemas do mundo.
A iluminação é um despertar para ter lucidez, se você vê com clareza como as coisas são, essa mudança de olhar te permite ver sem distinção, ver os erros e tentar melhorar o mundo, mas você não vai conseguir fazer este mundo ser perfeito porque ele já é uma manifestação cármica de imperfeição.
Você precisa tirar os seus olhos e colocar os de Buda.
O mundo é imperfeito por sua própria condição, os problemas são muito complexos.
Se você tirasse a agricultura e dissesse: “vamos viver somente com colecta e vamos causar o menor impacto possível”, tudo bem, mas quantas pessoas iriam conseguir viver dessa forma? Muito poucas.
Se fôssemos optar por viver de outra forma neste momento, não seria possível alimentar toda a população da Terra, teríamos que diminuir a população para 2 bilhões.
Então o discurso da inconformidade cai no vazio por conta da falta de practicidade.
Não é para a humanidade recuar para tempos primitivos, o que falta é desenvolvermos mais e melhores tecnologias que possibilitem diminuir esse impacto de outras formas.
in, O Pico da Montanha é Onde Estão os Meus Pés
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