domingo, 17 de janeiro de 2016

Mães Tóxicas




"Também há pais e avós tóxicos.
São mestres em educar as crianças sem estimular o crescimento pessoal e a segurança.
Com isso, entregues ao mundo no futuro, elas poderão ter a sua independência física e emocional bastante prejudicadas.

O papel da mãe é quase sempre mais forte na educação dos filhos.
É ela que define o vínculo de carinho e afecto com a criança que, com passar do tempo, irá sair de seus braços e seguir no mundo sabendo que tem uma mãe que a ama. Ela terá sempre a referência do amor incondicional dela, mas de forma saudável, pois amadureceu de forma inteligente.

As mães tóxicas oferecem um amor imaturo aos seus filhos. 
Projectam sobre eles as suas inseguranças para se reafirmar e, assim, obter um maior controle sobre as suas vidas e a de seus filhos.

Por mais que soe estranho, por trás do comportamento de uma mãe tóxica está o amor.
Agora, todos sabemos que quando se fala de amor, há dois lados da mesma moeda: uma dimensão capaz de promover o crescimento pessoal do indivíduo, seja a nível de parceria ou a nível familiar, e um outro lado, mais tóxico, onde um amor egoísta e interessado é exercido, por vezes de forma sufocante, que pode ser completamente destrutivo.

O factor preocupante é que as famílias que exibem estas artimanhas de toxicidade o fazem em crianças, indivíduos que estão em processo de amadurecimento pessoal, tentando estabelecer a sua personalidade e desenvolver a sua autoestima. Tudo isso vai deixar grandes lacunas nos filhos, grandes inseguranças que, por vezes, se tornam intransponíveis.



Vejamos as dimensões psicológicas delineadas das mães tóxicas:


1. Personalidade insegura
Às vezes, possuem uma nítida falta de autoestima e autossuficiência que as obriga a ver em seus filhos uma “salvação”, algo que devem modelar e controlar para ter ao seu lado, para cobrir as suas deficiências.

Quando notam que as crianças estão a tornar-se independentes e capazes de construir as suas próprias vidas, elas sentem uma grande ansiedade, pois temem, acima de tudo, a solidão. Portanto, são capazes de implantar “truques hábeis” para continuar mantendo-as por perto, projectando nelas, desde o início, a sua própria falta de autoestima, as suas próprias inseguranças.


2. Obsessão pelo controle
Essas mães têm o hábito de controlar todos os aspectos de suas vidas e passam a tentar fazer o mesmo na vida de seus filhos. Elas não conseguem respeitar os limites. Para elas, controle é sinónimo de segurança, algo que faz com que se sintam muito bem.

A parte complicada desta situação é que muitas vezes elas exercem esse controle a pensar que estão a fazer o bem, demonstrando amor.

“Eu vou fazer a tua vida mais fácil, controlar as tuas coisas para te fazer feliz”

“Eu só quero o que é melhor para ti e assim tu não precisas errar”

O controle é o pior acto de superprotecção. Com ele, as mães evitam que as crianças sejam independentes, capazes e corajosas. E impedem que elas aprendam com seus erros.


3. A projecção dos desejos não realizados
“Quero que tenhas o que eu não tive”, “Não quero que cometas os mesmos erros que eu”, “Quero que te tornes no que eu não consegui me tornar”.

Às vezes, as mães tóxicas projectam em seus filhos os desejos não realizados de seus próprios passados, sem se perguntarem se é isso o que os seus filhos desejam, sem dar-lhes a opção de escolher. Pensam que assim estão a mostrar um amor incondicional, quando, na realidade, demonstram um falso amor. Um interesse amoroso.



Como lidar com uma mãe “tóxica”?
Fica consciente de que és TU que tens que quebrar o ciclo de toxicidade.
Tens vivido muito tempo nele, sabes as feridas que isso te causou.
Mas agora entende que precisas abrir as tuas asas para seres tu mesmo. Para seres feliz. Será difícil, mas deves começar a dizer “não” para colocar as tuas necessidades em voz alta e aumentar as tuas próprias barreiras, aquelas que ninguém poderá ultrapassar.

Trata-se da tua mãe, e quebrar esse ciclo de toxicidade pode causar danos. Às vezes, dizer a verdade pode parecer prejudicial, mas é uma necessidade vital. Isso significa deixar claro o que permites e o que não permites. Não queres causar nenhum dano, mas também não queres mais sofrer; isso deve estar bem claro na tua mente.

Reconhece a manipulação; às vezes, ela é tão subtil que não nos damos conta, pois ela pode estar em qualquer palavra, em qualquer comportamento.
E, acima de tudo, não caias na “vitimização” delas, um recurso muito utilizado pelas mães e pessoas tóxicas.
Elas mostram-se como as mais sofredoras, as mais feridas quando, na realidade, o mais ferido és TU.
Mantém sempre isso em mente."




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