domingo, 27 de março de 2016

Vem, sem medo




e tu sussurras:
- não, não afastes a boca da minha orelha.
derrama dentro dela aquilo que não consegues dizer em voz alta.
e eu digo:
- as tuas mãos queimam-me a fala.
tu sorris, dizes:
- vem , sem medo, pela aridez do meu corpo.
no fundo de mim existe um poço onde guardo a tua imagem. 
é tempo de ta devolver. 
é tempo de te reconheceres nela.


Al Berto


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