quinta-feira, 24 de março de 2016

Ishtar




Em muitos idiomas, como o português, o nome Páscoa deriva-se do hebraico “Pesach” que significa “Passagem” ou “Passover” no inglês, mas as nações de língua inglesa chamam a Páscoa de “Easter”, palavra derivada do nome da deusa teutônica “Ostra” (em escandinavo) ou “Ostern” e “Eastre” (para os nórdicos), que tem sua origem na mitologia desses povos, cuja essência principal era a da fertilidade na primavera. 
“Ester” do Antigo Testamento é uma repetição da deusa Ishtar.


Ishtar é a deusa dos acádios, 
herança dos seus antecessores sumérios, 
cognata da deusa Astarte dos filisteus, 
de Isis dos egípcios, 
Inanna dos sumérios e 
da Afrodite, dos Gregos.


Astarte, Astoreth ou Isis, de quem vem Páscoa (“Easter”), cujo reino e significado longínquo pouco é dito ou reconhecido pela nossa actual sociedade, era representada pelo planeta Vénus.

Inanna-Ishtar leva-nos de volta a um tempo onde o Feminino era activo, dinâmico, poderoso, com os dons da paixão, do riso, e da graça envolvente. Os sumérios viam Inana como uma metáfora para o Divino na Matéria, e eu vou mais longe, para afirmar que Inana/Ishtar é alegria, conexão, paixão, entusiasmo e força; a guerreira que mantém sua posição com integridade, como não-vítima.


Ela representa a força e o encantamento 
da existência sob a forma feminina, 
e para tanto é autocentrada, 
auto definida e independente.


Inana/Ishtar é o arquétipo mesopotâmico do Feminino Dinâmico e Não Maternal. O arquétipo da Grande Mãe nos alimenta a partir do útero e dá-nos sustento ao longo de toda infância e anos subsequentes do ponto de vista da protecção e aceitação total. Por outro lado, as deusas dinâmicas e não maternais aparecem quando estamos no limiar do portal que nos levará à maturidade e plenitude, quando nos sentimos aptos para tomar as rédeas de nossas vidas com nossas próprias mãos.

Uma pessoa madura e bem integrada não precisa de uma mãe para lhe dizer o que fazer. O que uma pessoa madura precisa é a inspiração de uma guia e musa para ultrapassar barreiras interiores e exteriores em todos os mundos. Isto é o que a Deusa Inana/Ishtar é e faz como a Deusa Dinâmica e Não Materna, e Senhora do Amor e da Guerra.

Na Antiguidade era comum o culto aos deuses através de rituais e Ishtar tinha alguns rituais de carácter sexual, uma vez que era a deusa da fertilidade.

Um ritual importante ocorria no equinócio da primavera, onde os participantes pintavam e decoravam ovos (símbolo da fertilidade) e os escondiam e enterravam em tocas nos campos.

O Equinócio da Primavera marcava, para os antigos, o início do Ano e princípio do ciclo sazonal das Estações. O momento de fertilizar a terra e renovar sua força e vitalidade que seria transformada no inicio do Verão em Abundância e Fartura.


A Páscoa, portanto, simboliza a capacidade 
que o ser humano possui de renascer e de renovar-se 
a cada ciclo do tempo. 
Esta capacidade está associada à condição de 
libertar-se de tudo o que é velho 
e abrir-se para o novo.


Na simbologia cósmica, significa o renascimento da Terra em sua força de fertilidade (primavera) após um período de morte (inverno).

O Ovo em muitas culturas representa o símbolo da imortalidade, da ressurreição e da abundância da vida que se manifesta na Primavera. É o símbolo representativo da Criação entre os Chineses, os Egípcios, os Gregos, os Romanos, os Persas e outros povos.

A Lebre está, aqui, associada à Lua que é também o planeta regente da Reprodução, da Fertilidade e da Maternidade. A Lebre, pela sua grande fertilidade e facilidade reprodutiva, tem sido objecto dos mais variados mitos populares. A Lebre chega a ter 42 crias por ano e associa-se também a ideia de Longevidade e de Imortalidade.

Nesta data, as vibrações estão centradas na comemoração da “Páscoa – Passagem” e as energias geradas nestas celebrações estão voltadas para os processos de libertação, comunhão com o Sagrado e o renascimento.

Aproveite este momento fazendo uma imersão. Vibre nestas energias, libertando-se do que não tem mais sentido e preparando-se para renascer para uma vida melhor.


Dani Rossi


Sem comentários:

Enviar um comentário