sábado, 12 de março de 2016

Separação Afectiva




Cada vez que temos uma desilusão 
estamos mais perto da verdade, 
por isso agradecemos.

| Professor Hermógenes |


Separar-se dói, mas também pode ser uma bênção. 
A vida é como atravessar uma ponte. 
Nem sempre as pessoas com quem iniciamos a travessia 
são as mesmas que nos cercam agora ou com quem chegaremos do outro lado. 
Mas sempre há alguém por perto. Nunca estamos sós. 
O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. 
Ou se lamentem após uma separação, 
apegadas até mesmo ao conflito conhecido. 
Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. 
Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. 
Dificuldades que podem levar ao sofrimento 
filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares. 
Mantenha viva a chama do amor incondicional 
e saiba se separar (se assim for) 
com a mesma ternura e respeito com que se uniu.

| Monja Coen |




Separar-se dói, mas também pode ser uma benção. É possível separar-se de alguém com respeito e com ternura. É possível um divórcio verdadeiramente amigável.

Mas para isso é preciso que as duas pessoas envolvidas no processo de desfazer um laço de intimidade tenham amadurecido o suficiente para conhecer a si mesmas.

Caminhamos lado a lado com algumas pessoas em alguns momentos da vida.

O medo da solidão, muitas vezes, faz com que as pessoas suportem o insuportável. Ou se lamentem após uma separação, apegadas até mesmo ao conflito conhecido.

Ainda há mulheres que sofrem violências morais e até mesmo físicas de seus companheiros ou companheiras. Ainda há homens que sofrem violências morais e até mesmo físicas de suas companheiras ou companheiros.

Como dar limites? Como conhecer esses limites?

Quando os limites são desrespeitados, as dificuldades começam. Dificuldades que podem levar à separação e ao divórcio. Dificuldades que podem levar ao sofrimento filhos e filhas, animais de estimação, amigos, familiares.

Caminhamos lado a lado. Ou não. Quando nos afastamos e nos distanciamos, nunca é repentino. Um processo que, se desenvolvermos a clara percepção da realidade do assim como é, poderemos prever, antecipar e até mesmo alterar o desenvolvimento do processo.

Entretanto, se não conseguirmos antever o que já acontece, se colocarmos lentes fantasiosas sobre a realidade, poderemos nos desiludir e nos sentirmos traídos na confiança mais íntima do ser.

Se você teve uma desilusão é porque não estava em plena atenção. Mas não fique com raiva nem de você nem da outra pessoa. Nada é fixo. Nada é permanente.

Saber abrir mão, desapegar-se – até da maneira como tem vivido – é abrir novas possibilidades para todos.

Por que sofrer? Por que manter relações estagnadas ou de conflito permanente? Ou como transformar essas relações e dar vida nova ao relacionamento?

Apreciar e compreender a vida em cada instante é uma arte a ser praticada. Separar-se dói, confunde, mexe com sonhos e estruturas básicas de relacionamentos. Separação pode ser também uma bênção, uma libertação de uma fantasia, de uma ilusão. Observe em profundidade.

Será que ainda é possível restaurar o vaso antigo? No Japão, as peças restauradas são mais valiosas do que as novas. Tem história, emoção, sentimento.

Cuidado com o eu menor. Cuidado com sentimentos de rancor, raiva, vingança. Esse sentimentos destroem você, mais do que as outras pessoas. Desenvolva a mente de sabedoria e de compaixão. Queira o bem de todos os seres. Isso inclui você.

Cuide-se bem e aprecie a sua vida – assim como é –, renovando-se a cada instante e abrindo portais para o desconhecido, o novo – que pode ser antigo, mas novo a cada instante.

Mantenha viva a chama do amor incondicional e saiba se separar (se assim for) com a mesma ternura e respeito com que se uniu.
Esse é o princípio de uma cultura de paz e de não violência activa.


Monja Coen


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