A ideia de que temos o poder
de co-criar a nossa vida
sempre foi cativante.
Parece haver uma antiquíssima e longínqua vozinha dentro de cada um de nós, que tenta de vez em quando relembrar-nos que de facto temos tal poder.
No entanto, para muitos no presente, tal poder parece mais uma ilusão saída de um qualquer filme de ficção científica.
Eu acredito que esse poder está ao alcance de cada um de nós sim.
Nós é que nos dessintonizámos desse poder interior, desalinhámo-nos da fonte que o permitia e como esquema de compensação, passámos a co-criar apenas a um nível físico comprando infinitas tralhas que nos dão a ilusão de poder de criar.
Trocámos as antigas Leis Cósmicas pelas leis científicas, demos prioridade ao exterior em detrimento do interior, passámos a adorar a matéria e a descurar o espírito, a valorizar mais o ruído do que o silêncio, a incentivar mais a ideia e a palavra e menos a emoção e a intuição.
Diz a antiga sabedoria Hermética:
"A energia segue o pensamento"
A Lei do Karma garante que a mesma retorne à fonte algures no Tempo.
Não por questões de castigos, penas ou culpas pois a energia não se rege por agendas religiosas ou por deuses julgadores.
Ela volta porque a lei do retorno assim o dita, tal como a lei da gravidade puxa tudo para o centro da terra, as energias voltam à fonte para que o emanador possa sentir, experienciar, processar o impacto da sua própria escolha, pois só assim ele poderá escolher se a quer manter, repetir ou mudar. E assim se co-cria.
Ou seja, tal como qualquer objecto na terra está invisivelmente sujeito à lei da gravidade, também tudo o que está a chegar a cada um de nós está invisivelmente a ser devolvido pela lei do retorno.
Mas então o que dizer
das pessoas "boas" que tanto sofrem
e dos "maus" que passam impunes??
Ela age sobre a nossa história espiritual e não sobre a nossa personalidade actual. Ela traz de volta o que quer que tenha saído de nós. E porque é neutra ela traz o pior e o melhor. E porque abarca as nossas vidas passadas e age sobre o nosso espírito, estarmos atentos ao que nos vai chegando ao longo da vida vai-nos revelando pistas das pessoas que fomos e do que andámos a plantar.
Claro que não será fácil admitirmos que a maldade, injustiça, violência, rejeição, abandono, etc, de que somos alvo no presente foi causada por nós. Mas é o nosso ego que resiste a admitir a dualidade que somos e tudo faz para manter a sua imagem perfeitamente imaculada. A alma reconhece bem o poder que tem de co-criar, valoriza bem o livre arbítrio que temos de escolher e responsabiliza-se por todos esses movimentos sabendo que irá receber o que tiver plantado.
Para recuperarmos então o poder de realmente co-criarmos a nossa realidade, temos que primeiro reconhecer que sempre o tivemos. Que a realidade que estamos a viver JÁ É uma co-criação mesmo que tenha sido iniciada noutra vida e completamente inconsciente.
Muitos são os que nunca estudaram as leis físicas como a lei da gravidade o que não impede de ela agir na vida deles, certo?.
O que precisamos então de fazer
para co-criar o paraíso que tanto ansiamos?
Comecemos a Ser e a plantar EXACTAMENTE o que desejamos experienciar.
Deixo mais umas pistas de como:
- Tornar conscientes e estudar as Leis Universais.
- Aplicar a Lei de Karma a TUDO o que a nós chega.
- Desactivar as projecções dos nossos dramas nos outros.
- Reconhecer que o pior que vemos em quem nos rodeia, é um reflexo do que um dia já fomos.
- Desactivar o controle exterior sobre os outros e o mundo, libertar a necessidade de manter uma máscara perfeita anulando assim a proposta de amor e transparência da alma.
- Assumir a responsabilidade de termos feito escolhas menos nobres e amorosas no passado, trazidas por quem atraímos, que agora precisamos perdoar dentro de nós e a nós próprios.
- Lembrar constantemente a Regra de Ouro quando usamos a escolha ou seja, consideremos se o que vamos plantar é para o bem maior e de todos.
- Aprender a ter disciplina sobre a própria mente e emoções e as escolhas que fazemos assumindo total responsabilidade e consciência de que o que quer que esteja a sair de nós, a nós irá voltar algures num diferente tempo.
- Reconhecer que os conceitos de Tempo e Espaço estão sujeitos à realidade 3D e por isso o que sai de nós e o que nos chega está dependente de leis que nem sempre entendemos.
- Assumir o compromisso de que através do nosso livre arbítrio podemos plantar sementes de medo ou sementes de amor e que mais do que a responsabilidade pessoal de as vir colher, também temos a responsabilidade social de co-criar o mundo que idealizamos para os nossos filhos.
Para compensar os séculos em que nos desligamos deste poder, em que cedemos inconscientemente o nosso poder pessoal ao estado, ao poder, à religião, ao ego, às energias Yang, tenhamos agora a disciplina e façamos o compromisso de o resgatar.
Estamos a viver um tempo mágico e finalmente a acordar desse pesado sono da inconsciência e do medo que nos dominou nos últimos séculos.
Sem consciência alguma do poder de estarmos constantemente a co-criar a nossa realidade, acabámos por co-criar o que não queríamos: um mundo superficial, materialista, egoísta, competitivo do qual somos cada um de nós à sua maneira, responsáveis. Foi essa cedência de poder pessoal ao outro e ao exterior que deu inicio aos conceitos de vitima/carrasco que ainda hoje dominam os nossos relacionamentos.
Mas da mesma maneira que co-criamos o mundo como está, teremos que agora co-criar um diferente. E como a nossa realidade pessoal será sempre um reflexo da nossa realidade interior, temos pistas e sinais bem claros se estamos a co-criar algo positivo ou negativo.
Chegou o tempo de libertar a máscara e admitir de uma vez a nossa dualidade luz / sombra e o propósito de espírito de experienciar em ambas pois só a partir daqui poderemos voltar a usar a escolha consciente, responsável para co-criamos uma realidade em amor e liberdade.
Vera Luz
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