segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Eu não sei viver em conflito




Eu não sei - nem, aliás, quereria saber - viver em conflito.
Ora a nossa sociedade faz dele o seu alimento natural.
Ele está na política, no futebol e na religião.
Mais, chega mesmo a acontecer que filiados no mesmo grupo, acabem por se não entender, o que é mais surpreendente ainda.
Mas afinal a nossa maior obrigação não será a busca da felicidade?
Haverá algum objectivo que se sobreponha a esse?
Então, se assim é, não mandaria a lógica que cada um procurasse no outro, ou nos outros, os pontos de convergência, em lugar de buscarem afincadamente aqueles que os afastam?
Não será melhor estabelecer pontes entre pessoas diversas do que andar à procura daquilo que as antagoniza?

Há muito que procuro a serenidade na minha vida, pese embora a imensa diversidade que tanto caracteriza a minha família. Sempre considerei que o facto de termos ideologias diferentes, nunca deveria ser motivo para gostarmos menos uns dos outros.
E hoje, que já passaram sobre mim muitos anos, concluo que essa é talvez a maior riqueza que possuo. Nem a religião, nem a política ou o futebol me afastaram, alguma vez, das pessoas que amei, porque sempre olhei para essas características como fazendo parte do seu ADN.
E, por as considerar assim, acabam sempre por me incomodar tão pouco como se da cor de pele ou do cabelo se tratasse. Ou seja, nada.
Não será isto mais saudável do que andar "à trolha psicológica" com o mundo à nossa volta?

Helena Sacadura Cabral

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