domingo, 8 de novembro de 2015

.........................e digo baixinho:




Mas hoje, ainda longe daquele grito, sento-me na fímbria do mar.
Medito no meu regresso.
Possuo para sempre tudo o que perdi.
E uma abelha pousa no azul do lírio, e no cardo que sobreviveu à geada. 
Penso em ti.
Bebo, fumo, mantenho-me atento, absorto – aqui sentado, junto à janela fechada.
Ouço-te ciciar amo-te pela primeira vez, e na ténue luminosidade que se recolhe ao horizonte 
acaba o corpo.
Recolho o mel, guardo a alegria, e digo baixinho: 
Apaga as estrelas, vem dormir comigo no esplendor da noite do mundo que nos foge.


Al Berto 
in, Lunário

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