domingo, 15 de setembro de 2013

bicho estranho...eu sei!


Às vezes sinto que posso parecer um pouco esquisita.
Tu detectas-me alguma loucura.
Não sei se sabes que parte dessa loucura és tu quem ma desperta.
Sei que podes achar que grande parte dos meus interesses não são propriamente os da maioria das pessoas de hoje em dia.
Tens razão quando dizes que sou uma aventureira.
Sim, gosto do perigo e de saborear o risco.
Atrai -me o proibido, seduz-me tudo o que é contrariado, excita-me tudo o que é imoral aos olhos desta sociedade mesquinha.
Acho que sou feita de emoções químicas, de seduções proibidas mas apetecidas.
Atraída por pessoas que tenham a ousadia de trincar e saborear a maça proibida.
Sou feita de pedaços de imoralidade.
Tenho em mim fragmentos das mais levianas tentações.
A sociedade é apenas a sociedade.
E eu sou muito mais eu…sem mesquinhices e restrições.
Eu e quem quiser ser comigo...
Na perspectiva dos outros, de quem vê, de quem se apercebe, posso parecer um pouco delinquente, embora a palavra possa ser perigosa ou arriscada.
Ambos sabemos o perigo que representamos um para o outro.
O perigo, a tentação, o risco.
Talvez eu esteja a cometer um crime moral…talvez me apontem o dedo, mas talvez o crime maior não seja meu.
Este enredo não é novo.
Mas interessa-me.
Eu gosto disto.
Desta agitação.
Deste frenesim que me invade.
Do alvoroço no olhar e na voz.
Das coisas fora do lugar.
Do teu corpo no meu em lugares diferentes.
De ti adormecido no meu colo.
De mim a dormir em ti.
Das reacções previstas e das imprevistas.
Do barulho das ondas.
Da areia fina a sentir o nosso desejo.
Do nascer do sol observado por nós , e ele a testemunhar as nossas conversas.
Da sensação de liberdade que é abraçar-te.
De sentir o teu braço a pousar-me em cima do ombro espontaneamente.
Dos teus olhos.
Os teus olhos, Meu Poeta Carroceiro…por vezes peço que não me olhes assim, porque vejo neles tanto de mim…e porque tenho medo que vejas nos meus tanto de ti.
Para quem observa de fora, para quem vê do lado de fora da nossa pele, talvez seja inexplicável e estranho.
Talvez se estivéssemos desse mesmo lado também fosse incompreensível.
Mas nós estamos do lado de dentro, é na nossa própria pele que as coisas acontecem.
E em vez de estranharmos, parece que nos entranhamos um no outro…

É como se o amor nos dissesse:
Enquanto nosso tempo não chega, cuida de ti para ti e, cuida-te para mim que, adiante eu cuidarei de nós. 

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