sábado, 17 de janeiro de 2015
Abrir os grilhões das portas
Depois de séculos a viver numa energia escura de medo, pecado, vitimização, culpa e desmerecimento perante um Deus pai castrador e julgador, implacável com o seu castigo infernal perante qualquer pecado maior ou menor, começamos aos poucos a sentir que a nossa pena pesada está à beira de ser cumprida e que já começamos a ouvir abrir os grilhões das portas que nos mantiveram condicionados no escuro por tanto tempo.
A esperança e a excitação de sentir a luz do sol e a alegria de viver começam a tomar conta...
No entanto, as consequências emocionais e mentais desse longo tempo de cativeiro cósmico são visíveis em cada um de nós, de várias maneiras diferentes:
• Perdemos a fé num Deus de amor pois passámos a acreditar num Deus punidor.
• Perdemos a valorização pessoal pois Deus exigia-nos pobreza, humildade e submissão.
• Perdemos o amor próprio pois a culpa impedia-nos de nos amarmos e obrigava-nos a amar quem o coração não gostava.
• Perdemos o contacto com a nossa alma pois passamos a dar ouvidos aos livros, rituais, mandamentos e gurus que nos foram apresentados.
• Perdemos a noção de que somos merecedores de amor incondicional pois ensinaram-nos que somos pecadores e culpados e só merecedores caso tenhamos uma vida perfeita e imaculada.
• Perdemos a noção de equilíbrio interior da nossa luz e da nossa sombra pois fizeram-nos acreditar que a luz é dos bons e a sombra é dos maus e nós queremos sempre acreditar que somos os bons...
• Perdemos a noção de Sabedoria e com ela os conceitos de Luz Interior, Fonte de Amor, Universo Inteligente, Leis Cósmicas, Karma, Evolução Espiritual sendo substituídas por ostentação, poder material, leis terrenas, espírito de competição e materialismo.
• Perdemos a liberdade de poder escolher o que nos faz bem à alma e ao coração pois corríamos o risco de estar a enfrentar e furioso e ameaçador Deus que parecia apenas ficar feliz com a nossa desgraça, doença e miséria.
Embora tenha sido uma experiência longa e pesada para não dizer dolorosa, uma densidade que cada um de nós carrega na memória das suas células, ela não foi um azar ou sequer uma injustiça.
Cada experiência faz parte do plano maior da experiência de Tudo* e por isso também a experiência das trevas é essencial para que os polos opostos dentro de nós se possam equilibrar.
Agora, após um intensivo curso do que é a ausência de luz, estamos prontos, disponíveis e abertos para reconhecer a verdadeira sabedoria e abraçar a verdadeira luz.
Aos poucos teremos que ir mudando e ajustando os nossos conceitos de liberdade, felicidade, amor, respeito, fé...
As regras de sobrevivência e rotina dentro das catacumbas não serão as mesmas lá fora.
Livres dos grilhões já não precisamos competir, reagir violentamente, mentir ou manipular ninguém para nos mantermos vivos ou superiores.
Podemos simples e livremente afastar-nos de quem não nos tratar bem.
Já não precisamos “vender a alma ao diabo” submetendo-nos seja a quem for, pois agora sabemos que o Universo apoiará todas as nossas iniciativas de amor próprio.
Passaremos a ver os desafios não como punições divinas, mas como oportunidades de evolução que nos levarão mais perto do Deus do Amor.
Deixaremos de fugir, esconder ou abafar as nossas sombras, pois agora sabemos que a liberdade só acontece quando as integramos.
Deixaremos de sentir vergonha ou medo de mostrar o nosso melhor e desenvolver os nossos potenciais, pois agora sabemos que foram presentes do céu.
Sejamos então tolerantes e pacientes connosco próprios, dando-nos o tempo que precisarmos para nos ajustarmos a tantas novas regras.
Levará o seu tempo para nos equilibrarmos e sentirmos merecedores de uma nova história que será com certeza muito mais feliz do que aquela que conhecemos até agora.
Lembremos apenas que com esta nova liberdade vem a responsabilidade de escolhermos bem, de escolhermos de acordo com a nova energia do amor e não mais com a velha energia do medo.
A qualidade da nossa vida dependem apenas disso...
Vera Luz
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário