“Se você falar com os animais, eles falarão com você.
E assim, vocês conhecerão um ao outro.
Se você não falar com eles, não os conhecerá......
E aquilo que você não conhece, você teme....
E aquilo que se teme, se destrói.”
Anónimo
Em todas as tradições xamânicas os animais são vistos como arquétipos, símbolos de energias que existem e que podemos encontrar e manifestar dentro de nós.
E como arquétipos energéticos, cada pessoa tem seu "Animal de Poder", “Animal Negro”, “Animal Dourado” e seu “Animal Alado”, que correspondem às características que aquela pessoa necessita desenvolver, aprender e manifestar em si, em determinado momento de sua vida.
A sabedoria existente num animal específico, não está necessariamente ligada com sua aparência ou com os pré-conceitos e crenças criados a respeito do mesmo pelo homem, e sim pelo seu poder natural.
ANIMAL DE PODER
Todos nós possuímos apenas um.
No contexto de cura do Grande Espírito ele representa nosso ego e características da nossa personalidade.
As personas (máscaras) que usamos, nossas habilidades conhecidas e aquelas a que ainda não tivemos acesso.
ANIMAL NEGRO
Significa “o nosso lado negro”, a única força existente em nós que consegue combater a força da magia negra.
Este animal recebe e compartilha esta força da Mãe-Terra.
Representa nossa sombra, nosso lado escuro, que ao ser iluminado pela luz do conhecimento nos remete a transformação.
Todos nós possuímos um lado negro e um lado de luz.
Quando negamos essa energia existente em nós humanos, não permitimos o nosso crescimento e as soluções de todos os nossos problemas.
ANIMAL DOURADO
Representa nossa cura interna.
A luz dourada da sabedoria.
Significa todos os nossos conhecimentos adquiridos em todas as vidas.
É o elo de protecção do nosso eu com o Grande Espírito.
ANIMAL ALADO
Nosso animal espiritual.
Ele traz a visão transcendente da situação e o poder para resolvê-la.
Nos ajudando a ir além de nossa visão pessoal, a encontrar as soluções através dos arquétipos, forças sagradas e divinas.
Tanto o Animal de Poder, como o Animal Negro, Dourado ou Alado, é que escolhe a pessoa e não o contrário.
Através de uma jornada xamânica a toques de tambor o animal se apresenta para a pessoa.
É importante não deixar que o ego interfira no seu processo de encontro com o Animal Sagrado. Muitas vezes a pessoa deseja que seu animal seja o mais bonito ou mais forte em sua opinião, e esses desejos do ego acabam atrapalhando a apresentação do animal que ela realmente necessita.
É importante lembrar que nenhum animal é melhor ou pior que outro.
Uma vez que descobrimos nossos Animais Sagrados, devemos estabelecer um relacionamento com os mesmos.
Devemos invocá-los, ao realizar nossas tarefas do dia a dia, visualizá-los freqüentemente perto e dentro de nós, e buscar aprender a desenvolver e manifestar suas características.
Lembrando sempre que ao invocar o Animal Sagrado, seja o de Poder, Negro, Dourado ou Alado, não invocamos algo que vem de fora, e sim a energia animal que está dentro de nós.
Outro motivo de confusão no meio xamânico é quanto ao termo “Totem”.
Conforme trilhamos o Sagrado Caminho do Xamanismo, aos poucos, vamos construindo nosso Totem Sagrado, que corresponde na verdade, à unificação dos Animais Sagrados, dos Animais Guardiães das Quatro Direções e os Animais dos Clãs, que vão se associando ao nosso Eu Xamã e formando assim, nossa Identidade Xamânica.
Apenas um xamã experiente e com vários anos de caminhada pode afirmar que possui um Totem desenvolvido.
Mesmo após desenvolvermos um Totem Sagrado, outros animais ainda podem se apresentar para determinada pessoa, dependendo do trabalho que a mesma está realizando ou vai realizar.
Estes animais são conhecidos como “Animais Auxiliares”.
É muito importante estarmos atentos aos sinais e mensagens que o arquétipo do animal está nos passando. Eles podem aparecer em sonhos, jornadas, no dia a dia, na mente, através de um filme, desenhos, pinturas, ou através de outros meios.
E se quisermos realmente compreender as características de um determinado animal, devemos estudá-lo, para entender o que ele tem para nos passar.
Estudar seu habitat, hábitos, o que come, medos, presas, sons que manifestam e outros detalhes, será a oportunidade de aplicarmos seus ensinamentos em nossas vidas.
MA JIVAN PRABHUTA/ Astrid Annabelle
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