sábado, 19 de julho de 2014
Yemanjá
Yemanjá - Mãe de todas as cabeças
Quando Olódùmarè criou o mundo, dividiu-o conforme a natureza individual de cada Orixá, entregando a cada um destes um reino específico para governar. Èṣù tornou-se o senhor da comunicação, controlador de todos os caminhos no mundo. Ogum ganhou o axé sobre todos os metais, tornandos-e o forjador que propricia a agricultura com seus instrumentos, e divide com Èṣù o controle da abertura dos caminhos.
Ọ̀ṣọ́ọ̀si recebeu o poder sobre a caça e tornou-se o provedor dos alimentos e da fartura. Ọbalúwaìye, pela sua natureza intrínseca com a terra, recebeu o poder de curar ou inflingir as doenças. Oxumaré, vivendo entre as nuvens, torna-se o dono do Arco-ìIris, embelezando o céu e controlando a chuva, equilibrando o ciclo das águas que sobem e que descem. Xangô tornou-se o patrono da ordem e da justiça, com poder sobre o trovão e a eletricidade do solo. IÌyásan, ganhou o controle sobre o reino dos mortos e os raios como arma. Yewa ficou incumbida de guiar os espíritos dos mortos para o Orum e o poder sobre os cemitérios. Ọ̀ṣun seria a dona da beleza, do amor sensual e da fertilidade das mulheres, além de ser dona das riquezas da terra.
Nanã recebeu a tarefa de receber os mortos no seio da terra, que com suas águas paradas, formam a lama para que Òṣàlà modelasse os novos seres humanos. Para Yemanjá, coube como missão, cuidar de Òṣàlà, de assisti-lo em suas tarefas, de cuidar de sua casa e de seus filhos.
Yemanjá, insatisfeita com aquela situação, pois todos os outros Orixás pareciam ter funções importantes no mundo e por isso recebiam oferendas e louvores de seus adoradores. Ela, menos favorecida, sentindo-se uma serviçal, relegada a um segundo plano, reclamava o tempo todo.
E falou tanto, tanto nos ouvidos de Òṣàlà, que a cabeça dele não aguentou e ele enlouqueceu. Òṣàlà, não suportando as insistentes queixas de Yemanjá, adoeceu. Percebendo o tormento a que havia submetido Òṣàlà, começou a tratar a cabeça do marido enferno com ori (gordura vegetal), omi-tutu (água fresca), obi (nóz de cola), e oferendas de eyelé-funfun (pombos brancos), conseguindo assim curar Òṣàlà.
Òṣàlà ficou tão agradecido que pediu a Olódùmarè que este desse a Yemanjá o poder de curar todas as cabeças. Assim Yemanjá passou a receber oferendas sempre que se realiza o Bori e todos os ritos destinados a propiciar à cabeça ds pessoas.
Yemanjá é responsável pela saúde mental.
Yemanjá - Simbolo da Maternidade e Fecundidade
Filha de olokum, deusa do mar, yemanjá era casada com olófim oduduá com quem tinha dez filhos orixás.
Por amamentá-los, ficou com seios enormes.
Impaciente e cansada de morar na cidade de ifé, ela saiu em rumo oeste, e conheceu o rei okerê; logo se apaixonaram e casaram-se.
Yèmọnja teve muitos problemas com os filhos.
Ọ̀sónyìn, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na mata virgem estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Ọ̀ṣọ́ọ̀si bebeu uma poção dada por Ọ̀sónyìn e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Yèmọnja, irritada, expulsou-o. Então Ògún a censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com os três filhos, Yèmọnja chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar.
Yèmọnja foi casada com Okere.
Como o marido a maltratava, ela resolveu fugir para a casa do pai Olokum. Okere mandou um exército atrás dela mas, quando estava sendo alcançada, Yèmọnja se transformou num rio para correr mais depressa. Mais adiante, Okere a alcançou e pediu que voltasse; como Yèmọnja não atendeu, ele se transformou numa montanha, barrando sua passagem. Então Yèmọnja pediu ajuda a Ṣàngó; o orixá do fogo juntou muitas nuvens e, com um raio, provocou uma grande chuva, que encheu o rio; com outro raio, partiu a montanha em duas e Yèmọnja pôde correr para o mar; o rio seguiu para o oceano e, dessa forma, a orixá tornou-se a Rainha do Mar. .
Èṣù, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a a força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu, e bravamente Yèmọnja resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe. Enlouquecido e arrependido pelo que fez, Èṣù "saiu no mundo desaparecendo no horizonte. Caída ao chão, Yèmọnja entre a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokum e ao criador Ọlọ́run. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo dando origem aos mares. Èṣù, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos orixás, tendo como incumbência eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.
Por isso Yèmọnja é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a fecundidade.
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