segunda-feira, 7 de julho de 2014

Maleficent.........Maléfica

Título original:
Maleficent
De:
Robert Stromberg
Com:
Angelina Jolie, Elle Fanning, Sharlto Copley, Juno Temple
Género:
Aventura
Classificação:
M/12
Outros dados:
EUA, 2014

Maléfica é um filme de aventura e fantasia, dirigido por Robert Stromberg e produzido pela Walt Disney Pictures, a partir de um roteiro escrito por Linda Woolverton.
Com Angelina Jolie como a personagem vilã da Disney de mesmo nome, o filme é um live-action re-imaginado do clássico da Walt Disney Pictures, A Bela Adormecida de 1959, adaptação animada da Walt Disney de A Bela Adormecida, e retrata a história a partir da perspectiva da antagonista, Maléfica.

A história da vilã mais icónica do clássico de 1959 da Disney "A Bela Adormecida" e os elementos da sua traição acabam por lhe transformar o coração puro em pedra.
Determinada em conseguir vingança e em proteger o reino da floresta que governa, Maléfica lança uma cruel maldição sobre Aurora, a filha recém-nascida do rei.
À medida que a criança cresce, Aurora é apanhada no meio do conflito fervilhante entre o reino da floresta que aprendeu a amar e o reino humano ao qual pertence o seu legado.
Maléfica percebe que Aurora pode deter a chave para a paz no reino e vê-se forçada a tomar acções drásticas que irão mudar para sempre os dois mundos.

Esta não é a história da Bela Adormecia que todos conhecemos.
A que vai ser aqui contada é a de Maléfica, a fada má cuja maldição induziu a princesa Aurora a um sono profundo, de onde apenas pôde despertar após 100 anos, depois de ser beijada por um príncipe.
O que se pretende perceber são as intenções de Maléfica ao amaldiçoar Aurora.
Pura maldade e prazer no sofrimento? 
Talvez não. 
Aparentemente, lançar o cruel feitiço sobre a filha recém-nascida do rei era a única forma de proteger o Reino da Floresta de inimigos que o queriam destruir.
Contudo, à medida que a princesa Aurora cresce no bosque, longe dos perigos do reino a que pertence, vê-se num conflito entre o ambiente da floresta que aprendeu a amar, e o do humano de onde provém.
Maléfica percebe então que a menina pode vir a ser a solução para a paz entre os dois reinos, vendo-se assim forçada a tomar decisões que irão alterar, para sempre, ambos os mundos...

Com realização de Robert Stromberg ("designer" de produção de "Avatar", "Alice no País das Maravilhas" e "Oz: O Grande e Poderoso"), um filme em "live-action" que readapta, sob um ponto de vista totalmente diferente, um dos mais importantes clássicos da literatura infantil. Contando com a participação de Angelina Jolie, Elle Fanning e Sam Riley, marca o 55.º aniversário do filme "A Bela Adormecida" lançado pelos estúdios Disney e realizado por Clyde Geronimi.



"A minha infância, à semelhança de outras, foi passada a ver e rever filmes Disney.
Filmes como a “Branca de Neve e os 7 anões”, “Aladdin”, “Papuça e Dentuça”, “Hercules”, “O Livro da Selva” de entre outros foram revistos até à exaustão (ao ponto de algumas cassetes terem ficado mesmo “gastas”).

Mas atenção, o filme “Bela Adormecida” não figurar entre os acima referidos não foi lapso.
De facto, esse filme também figurava na prateleira, no entanto marcou-me de outra maneira…
Foi para mim o primeiro contacto com um filme de terror.
E ainda hoje o considero um dos filmes de terror mais bem conseguidos da Disney.
Deste modo, foi com bastante curiosidade (e alguma expectativa) que me dirigi à sala de cinema mais próxima.

Desde a “Bruxa má” (com os seus chifres arqueados), o feitiço, as árvores cheias de espinhos, a roca e o príncipe encantado, tudo naquele filme batia certo.
Até o beijo mágico e as fadas madrinhas (capazes de inverter uma maldição) conseguiam aprimorar o que, à partida, já era perfeito.
O filme de que falo é de 1959, e o argumento foi baseado num conto dos irmãos Grimm.

Mas de 1959 até 2014 (ou tecnicamente 2013) o que levou a Disney a voltar a olhar para um clássico?
Porquê revisitar um filme tão belo (e tenebroso) como “A Bela Adormecida”?
Talvez ajude saber que Angelina Jolie estava pronta a embarcar na aventura de reencarnar uma das mais emblemáticas vilãs da Disney.
O resto é tudo obra (e graça) de Linda Woolverton (a argumentista) que, conhecida por “A Bela e o Monstro” (1991), “Rei Leão” (1994) e “Mulan” (1998), relança aqui definitivamente a carreira.

Bom, mas falando do filme.
“Maléfica” não esconde ao que vai.
Nem os espectadores têm dúvidas assim que o filme começa.
“ Toda a gente conhece o conto, mas saberemos a verdade?”.
Se calhar não.
Afinal de contas, Maléfica é uma bruxa má, não é verdade? 
Talvez não seja bem assim…

Com uma presença monumental no ecrã Angelina Jolie – essa mesmo – justifica o pagamento do bilhete. De uma elegância arrebatadora, de uma beleza assustadora, e de uma segurança sem igual Angelina Jolie vai passeando classe por cada cena em que participa.
Pouco espaço deixa a Elle Fanning (Aurora em ‘adulta’) e a Sharlto Copley (o Rei Stefan, devem lembrar-se dele do filme” District 9”), mas os espectadores não se importam.

Em traços largos, no clássico da Disney temos o nascimento de uma princesa, a festa do seu batizado, o aparecimento de Maléfica (e a sua maldição) e o clássico aparecimento do príncipe a salvar a ocasião.
Mas qual é, na verdade, a história de Maléfica? 
A que se deve, desde logo, a ausência de convite?
Pois bem, essa personagem é revisitada neste filme, assumindo papel principal, contando-nos não só “o que já sabíamos” mas também “a verdade” sobre essa mesma história.

Revisitar um clássico é sempre um terreno pantanoso.
E um passo em falso é a morte do artista.
Mas este “Maléfica” nunca compromete.
Tendo sempre presente o filme da Disney este nunca pretende ser um filme “independente”, antes, um complemento ao anterior.
Porque no fundo, nos já “sabemos a história”.
Passeando pelo passado de maléfica, pela sua juventude e pela primeira grande tristeza, o filme tem sempre como principal objectivo esclarecer o espectador.
Desde a infância da pequena Aurora à coroação do rei, das asas perdidas de Maléfica à “criação” do seu corvo falante (Sam Riley) tudo neste filme é contado de forma primorosa.

Mas poderia ser considerado um filme se se limitasse a recontar algo?
Não, e é por isso que este filme é diferente.
E surpreendente.
Porque felizmente a Disney ainda nos consegue surpreender.

Recordando sempre “A Bela Adormecida” conseguimos rapidamente perceber que “Maléfica” partilha apenas os traços gerais.
Desde logo porque Maléfica, de vilã, tem apenas o nome. 
Dona de um coração mole que sofreu no passado (por amor, claro!) assume-se como Anjo-da-guarda de Aurora, por quem se apaixona, acompanhando também toda a juventude da futura princesa (com um delicioso momento em que a própria filha de Jolie – Vivienne Jolie-Pitt – desempenha o papel de Aurora (antes da personagem entrar na idade ‘adulta’, pedindo colo à própria mãe) desde a sua mudança de “ares” até ao dia em que a maldição é consumada.

Conseguirá receber o beijo do verdadeiro amor?
A resposta toda a gente sabe, mas conseguirá surpreender-se com isso?
Acredito que sim, porque eu próprio fiquei surpreendido.
Afinal de contas, ainda existem (bons) contadores de histórias."


Diogo Gonçalves

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