terça-feira, 26 de julho de 2016

Filosofia Taoista





  • Do "caminho", surge "um" (aquele que está consciente), de cuja consciência, por sua vez, surge o conceito de "dois" (yin e yang), dos quais o número "três" está implícito (céu, terra e humanidade); produzindo, finalmente, por extensão, a totalidade do mundo como o conhecemos, "as 10 000 coisas", através da harmonia do wu xíng. O caminho, enquanto passa pelos cinco elementos do wu xíng, é também visto como circular, agindo sobre si mesmo através da mudança para simular um ciclo de vida e morte nas 10 000 coisas do universo fenoménico.
  • Aja de acordo com a natureza e com subtileza, em lugar de força.
  • A perspectiva correta será encontrada pela actividade mental da pessoa, até chegar a uma fonte mais profunda que guie sua interacção pessoal com o universo. O desejo obstrui a habilidade pessoal de entender o caminho, moderar o desejo gera contentamento. Os taoistas acreditam que, quando um desejo é satisfeito, outro, mais ambicioso, brota para substituí-lo. Em essência, a maioria dos taoistas sente que a vida deve ser apreciada como ela é, em lugar de forçá-la a ser o que não é. Idealmente, não se deve desejar nada, "nem mesmo não desejar".
  • Unidade: ao perceber que todas as coisas (inclusive nós mesmos) são interdependentes e constantemente redefinidas pela mudança das circunstâncias, passamos a ver todas as coisas como elas são e a nós mesmos como apenas uma parte do momento presente. Essa compreensão da unidade nos leva a uma apreciação dos factos da vida e do nosso lugar neles como simples momentos miraculosos que "apenas são".
  • Dualismo: a oposição e combinação dos dois princípios básicos - yin e yang - do universo é uma grande parte da filosofia básica. Algumas das associações comuns com yang e yin, respectivamente, são: masculino e feminino, luz e sombra, activo e passivo, movimento e quietude. Os taoistas acreditam que nenhum dos dois é mais importante ou melhor que o outro. Na verdade, nenhum pode existir sem o outro, porque eles são aspectos equiparados do todo. São, em última análise, uma distinção artificial baseada na nossa percepção das 10 000 coisas, portanto é só a nossa percepção delas que realmente muda.


O termo chinês TAO significa
"caminho",
"via" ou "princípio",
a Fonte,
a dinâmica e a força motriz por trás de tudo que existe.

A principal obra do taoismo é o Tao Te Ching
Juntamente com os escritos de Zhuangzi, estes textos formam os alicerces filosóficos do taoismo.

Ao longo do tempo, no entanto, foram sendo criadas formas institucionalizadas do taoismo na forma de diferentes escolas que, frequentemente, misturaram várias crenças e práticas.
Embora Lao Tsé nunca tenha pregado nenhuma religião no Tao Te Ching e tenha sempre se mantido no terreno filosófico e moral, cerca de mil anos depois da sua morte, formou-se um corpo de doutrinas e de práticas religiosas e culturais que constituíram a religião taoista.
A religião taoista conserva apenas uns traços da filosofia de Lao Tsé, com empréstimos de ideias e práticas culturais do budismo, com a introdução de vários deuses, deusas e génios, e uma mistura com algumas crenças preexistentes, como a teoria dos cinco elementos, a alquimia e o culto aos ancestrais.



Taoismo e Confucionismo


O taoismo é uma tradição que, dialogando com seu tradicional contraste, o confucionismo, modelou a vida chinesa por mais de 2 000 anos. O taoismo enfatiza a espontaneidade ou liberdade da manipulação sociocultural pelas instituições, linguagem e práticas culturais.
Manifesta o anarquismo - defendendo essencialmente a ideia de que não precisamos de nenhuma orientação centralizada. Espécies naturais seguem caminhos apropriados a elas e os seres humanos são uma espécie natural. Seguimos todos por processos de aquisição de diferentes normas e orientações da sociedade, mas poderíamos viver em paz mesmo se não procurássemos unificar todas estas formas naturais de ser. 

Como o conceito confucionista de governo consiste em fazer todos seguirem a mesma moral, o taoismo representa, de certa forma, a antítese do conceito confucionista referente a deveres morais, coesão social e responsabilidades governamentais (embora o pensamento de Confúcio inclua valores taoistas e o inverso também ocorra, como se pode observar lendo os Analectos de Confúcio).



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