sábado, 30 de julho de 2016

Baobá - A Árvore da Vida



Avenida dos Baobás - Morondava, Madagascar


Se és fã do Pequeno Príncipe, adorável personagem criado por Antoine de Saint-Exupéry, certamente te recordas do drama dos baobás, aquelas árvores enormes que ameaçavam a existência do pequeno planeta fictício do menino.
Essas árvores existem de verdade e são realmente bem grandes, podendo alcançar até 25 metros de altura.

Eu AMO esta árvore!!!
Apaixonei-me por ela em Angola.
Estava uma turma a ter aulas com o professor junto da árvore.

Os baobás, embondeiros, imbondeiros ou calabaceiras (Adansonia) são um género de árvore com oito espécies, seis nativas da ilha de Madagascar, uma do continente africano e Médio Oriente e uma da Austrália.
A espécie encontrada em África, Adansonia digitata, existe também em Madagascar.

O baobá é a árvore nacional de Madagascar, e o emblema nacional do Senegal.

Estas árvores podem viver durante milhares de anos e, se as observares com atenção, vais perceber que elas parecem ter sido plantadas de cabeça para baixo. Isto deve-se à aparência dos seus galhos, que lembram raízes e normalmente permanecem sem folhas durante nove meses do ano.
É considerada a árvore que tem o tronco mais grosso do mundo, chegando em alguns casos, a medir 20 metros de diâmetro. É uma das árvores mais antigas da terra.
O Baobá pode viver até 6 mil anos e a sua semente demora 10 anos para germinar.

Uma característica do Baobá é o tronco oco, no qual a planta acumula água, podendo atingir até 120.000 litros. Isto é de extrema importância para os africanos nos períodos de estiagem, e também para os viajantes que abrem um buraco no caule, bebem a água, e depois tapam-no com a própria casca da árvore. Quando a água seca, o interior da árvore fica oco e passa a servir como casa para os bichos e até para pessoas, conforme relatos contidos na literatura africana.

Tudo nos baobás pode ser aproveitado. A casca da árvore, por exemplo, é utilizada no fabrico de tecidos e corda, e as folhas têm propriedades medicinais e são usadas como condimento.

Os baobás também produzem frutos — a mukua —, que se parecem com grandes cocos verdes com sementes no seu interior. Esse “miolo” é seco e coberto com uma espécie de pó com sabor agridoce, e essa substância é incrivelmente nutritiva. Análises revelaram que o pó contém 5 vezes mais potássio do que as bananas, 3 vezes mais cálcio do que o leite, seis vezes mais vitamina C do que as laranjas e três vezes mais antioxidantes do que os mirtilos.

Das sementes é possível extrair um óleo rico em vitaminas A e F, além de ómega 3, 6 e 9, muito benéfico para a pele, sendo inclusive utilizado no tratamento de várias afecções cutâneas, como a psoríase e o eczema. As folhas, por sua vez, são ricas em betacaroteno, que é transformado pelo organismo em vitamina A, e um pó obtido a partir delas é usado para tratar a asma, diarreia, anemia e reumatismo.
Outros produtos obtidos a partir do baobá também são usados no tratamento da febre, malária, sarampo, varicela e problemas digestivos.



Diz a lenda que antes de serem embarcados nos navios negreiros, os escravos africanos, sob chibatadas eram obrigados a dar dezenas de voltas em torno de um imenso baobá, enquanto depositavam as suas crenças, suas origens, seu território, enfim a sua essência, para em seguida serem baptizados com uma identidade cristã-ocidental e enviados para o cativeiro.
Por isso o baobá passou a ser chamado de árvore do esquecimento, pois os escravos teriam deixado ali toda a sua memória (sabedoria).



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