segunda-feira, 6 de abril de 2015

Não sinto nada mais ou menos



Não sinto nada mais ou menos,
ou eu gosto ou não gosto.
Não sei sentir em doses homeopáticas.
Preciso e gosto de intensidade,
mesmo que ela seja ilusória e se não for assim,
prefiro que não seja.
Não me apetece viver histórias medíocres,
paixões não correspondidas
e pessoas água com açúcar.
Não sei brincar e ser café com leite.
Só quero na minha vida
gente que transpire adrenalina de alguma forma,
que tenha coragem suficiente para me dizer o que sente antes,
durante e depois
ou que invente boas estórias
caso não possa vivê-las.
Porque eu acho sempre
muitas coisas – porque tenho uma mente fértil e delirante – e porque
posso achar errado – e ter que me desculpar – e detesto
pedir desculpas
embora o faça sem dificuldade
se me provarem que eu estraguei tudo
achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias;
quero o amor e o ódio;
quero o mais, o demais ou o nada.
Não me importa o que é de verdade ou o que é mentira,
mas tem que me convencer,
extrair o máximo do meu prazer
e me fazer crêr que é para sempre
quando eu digo convicto
que nada é para sempre.


Autor Desconhecido
Falsamente atribuído a Gabriel García Marquez

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