Homem que nesta fortaleza mágica
És capaz de transformar
Tua dor e tua coragem sólidas
Os vícios e os princípios másculos
Em carinhos e créditos
Mas amantes com fé ?
Homem, que me dizes - Hoje - Mulher !
És capaz de te despir
Deste sórdido destino
Deste código maldito
Que te faz muito sofrer
E que a história impõe te dar ?
Homem, que me fazes, porém, sorrir...
És capaz de te impor
Diante da crueldade maior
Do egoísmo secular
Do poder e do julgar
E defender tua mulher ?
Homem que me fazes, então, chorar
É possível despertar
Tão virgens teus fortes peitos
Rir de teus velhos conceitos
E ver o fêmeo em ti brotar
Acreditando em quem te quer ?
Homem que não permites-me errar !
És capaz de perdoar
Sem cobrar mil sacrifícios
Me ceder bens ou benefícios
E lá na frente me tomar ?
Então, homem !
Contigo e por ti quero criar
E nas matas fecundar.
Produzir nas fábricas
Produzir nos campos
Produzir no lar...
Trabalhar com as mãos
Batalhar com as mentes
Numa célula crente.
É aí que eu te quero gente
E aí, eu te quero amante...
Portanto, homem
Eu te quero forte
Mas também te quero fraco...
Eu te quero rindo
Mas te quero chorando...
Eu te vejo indo
Mas te quero chegando...
Suponho-te potente
Porém também és impotente
Parece-me prepotente
Mas muito esforça-te humilde...
Eu te quero homem
Eu te quero humano
Eu te amo hoje
Eu te amo sempre
Eu te quero herói
Porém te vejo homem
Homem até errante
Mas da verdade urgente
Homem !
Concebeu a mim, não de uma costela
Mas de uma estrela, que trabalhava bela:
Mãe, fêmea, amante sécula
Mas com seus direitos de mulher.
ELIANE POTIGUARA
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