segunda-feira, 9 de maio de 2016

..............................deixemo-nos ir…




Por muito que nos faça confusão, 
deixemo-nos ir…
não temos de entender tudo de uma vez!


Parecem bolhas de sabão…aparecem no nosso campo de energia e não as vemos mas sentimos; não é uma sensação como todas as outras que já têm nome, é algo que nos chama a atenção e que não desaparece até lha darmos. Procuramos-lhe o sentido, divagamos em esperanças de agarrarmos aquela “coisa”, mas só quando nos afastarmos racionalmente conseguiremos perceber que o que está ali é uma porta.
Estas portas surgem a qualquer momento e em qualquer circunstância porque não estão condicionadas ao tempo. É para irmos lá! Podem ser fugazes visitas ou caminhadas mais longas, mas quanto mais depressa o fizermos, mais sentido faz cada momento.

São camadas que vamos limpando de energias há muito estagnadas, mesmo que não percebamos isso, acaba por se tornar patente na forma como deixamos de ir buscar imagens de passados mal resolvidos. Muitos dos assuntos nem imaginávamos que estivessem arquivados…achávamos que apenas foi uma parte da nossa vida que passou, nada mais.
Mas tudo o que vivemos deixa uma impressão indelével na nossa energia e se tiver havido naquele momento, um desconforto ou dor emocional, então ficou lá e aparece agora para ser removido. Esta remoção nem sempre implica reviver o momento passado; por vezes, carece apenas da nossa atenção….sim, lembramos como foi aquele episódio e vemos agora o que sentimos então…chega isto.

Estamos a aprender uma nova forma de nos movermos…fluindo sem pontos cardeais, sem restrições. Nem é sentido como caótico, porque o caos só existe como conceito.
Podemos refilar à vontade, desde que estejamos conscientes de que o estamos a fazer!
Esse refilar é uma forma que temos de encontrar um fio por onde possamos seguir, mas tão logo nos tranquilizemos um pouco e tudo passa a fazer sentido. Quem nos assiste a partir de outras frequências não se preocupa com as nossas pantominices, apenas observa à espera do momento certo para nos dar os sinais, por isso, podemos refilar e esbracejar durante o tempo que quisermos, sem culpas….mas desde que estejamos conscientes de que o estamos a fazer!

Por cada assunto marcante que limpemos da nossa energia pessoal, mais o colectivo segue célere na sua evolução, porque estes pesos, enquanto individuais, ensombram a nossa ligação ao Todo, porque ensombram a nossa ligação a nós mesmos.

Estamos em viagem e a velocidade tem aumentado. Mantenhamos o nosso espírito de viajantes despreocupados, olhando para as maravilhas, brincando, passeando por aí no meio das gentes ou no meio dos nossos sonhos…o que interessa é estarmos conscientes. E se virmos alguém que quase adormece na viajem, uma cotovelada meiga pode fazer toda a diferença.

Às vezes ainda olhamos para trás…não porque queiramos voltar, mas porque nos apetece um descanso. Mas esse descanso pode estar mesmo aqui, só que de tanto virarmos o pescoço perdemos o vínculo com o que está à nossa frente.

O nosso barco é o coração que nos leva pela mansidão das águas…é a confiança que nos azula o céu sempre que quisermos, a esperança que nos mantém com o peito virado para a brisa morna…não é preciso mais que isto.



Alexandre Viegas


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