Em diversos mitos vemos casais sagrados,
de cuja união geram vida, fertilidade e amor.
Ísis e Osíris,
Hera e Zeus,
Inana e Dumuzi,
Eros e Psiquê,
Ishtar e Tammuz entre outros.
Esses casais representam nada mais do que a plenitude masculina
em união com a plenitude feminina.
Quando um homem conhece seu corpo, honra seu Deus Interior e reconhece e honra o sagrado que há na mulher e há uma reciprocidade entre ambos a união das contrapartes gera uma energia que não só os envolve como um casal, mas sim a todos que estão ao seu redor, a sua comunidade e a Terra.
A sinergia gerada por essa união não se manifesta apenas no âmbito sexual, pois os envolve de forma mais profunda gerando um elo de forma que mesmo separados continuam ligados energeticamente.
Um Homem Sagrado sabe honrar e respeitar os ciclos da mulher e não há o desejo de posse, pois a Mulher Sagrada pertence a si mesma. Não há o sentimento de culpa, pois ambos conhecem o poder que fluí deles. Não há dominação, pois não são opostos, mas sim complementos. As barreiras de tempo e espaço deixam de existir, pois se tornam apenas o Uno e o Atemporal.
Ambos experimentam o ápice do poder de seu género de forma pura e transcendente, pois os seus corpos se tornam canais que os ligam à energia cósmica da natureza.
Há o sentimento de afecto, protecção, amizade, companheirismo e o amor incondicional.
Se todos os homens aprendessem a conectar-se com o seu Eu Sagrado, honrando seus ciclos junto à natureza, e da mesma forma as mulheres e ver um no outro a centelha divina, não haveria tantos problemas de relacionamento e a Guerra dos Sexos acabaria sem perdedores.
O mal da nossa sociedade actual é que os sexos se opõem ao invés de se unirem e buscarem um crescimento e evolução juntos de forma que toda a Terra se beneficiaria dessa união. Não existiriam estupros, violência e crimes de ódio.
O machismo e o feminismo enquanto forem vistos por uma visão distorcida um do outro onde os machistas buscam dominar o sexo feminino e as feministas dominarem o poder que tanto tempo ficou na mão dos homens e dominá-los de forma que os inferiorizem não haverá o verdadeiro equilíbrio.
O homem se inflou de tal forma que a energia masculina se desequilibrou e com o passar dos anos isso só tem piorado. Porém não há culpados. Não podemos culpar apenas os homens pelo desastre que a nossa sociedade actual causou não só às mulheres, mas aos próprios homens e à Terra.
No livro Rei Guerreiro Mago Amante os autores afirmam que é evidente que o mundo está superpovoado não só de homens imaturos mas também de menininhas tirânicas e prepotentes fingindo que são mulheres. Ainda alegam que tem havido uma verdadeira guerra contra o sexo masculino, que chega ao ponto de uma total demonização dos homens e difamação da masculinidade e que as mulheres não são mais inerentemente responsáveis nem maduras do que os homens.
E concluem dizendo que: “Os homens não devem desculpar-se pelo seu sexo, como sexo. Devem preocupar-se com o amadurecimento e a administração desse sexo e do mundo mais amplo. O inimigo de ambos os sexos não é o sexo oposto, mas sim a grandiosidade infantil e a divisão do Si-mesmo dela resultante.”
Se ambos os sexos reconhecerem que são vítimas na Guerra dos Sexos e que ao invés de se oporem, buscarem o amadurecimento de forma que se conectem com seu Eu Sagrado, iriam unir-se de forma que essa união resultasse como a união dos Deuses em vida, cura, fertilidade e amor, não apenas para o homem e a mulher, mas para toda a Terra.
E os homossexuais onde ficam nesta história?
Quando falo de homem e mulher estou a falar de género e isso não tem relação com sexualidade.
Há muitos gays que desprezam o sexo feminino, assim como algumas lésbicas repudiam o sexo masculino. Se ambos se conectarem com a verdadeira essência de seu género acessando o sagrado que há dentro de si, veriam e honrariam o sagrado que há dentro de cada um, não importando o seu sexo, sua etnia, e muito menos a sua sexualidade.
O Hieros Gamos que nas sociedades antigas ocorriam entre o Rei e a Rainha ou entre os altos sacerdotes para fertilizar a Terra e trazer colheitas prósperas deve ocorrer na nossa sociedade actual com a união entre os Homens e as Mulheres, ambos se conectando com as suas divindades interiores de forma que a Terra se cure e que as gerações futuras colham paz, equilíbrio, união e amor.
Natan Brith
O amor é espiritual,
a união do Espírito e da Alma,
de Eros e Psiqué,
união que liberta e que integra,
se manifesta na carne
e na essência primordial da vida...
Heberle Babetto
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