Fosse-lhe dada essa oportunidade, e partiria nesse mesmo instante.
Para onde quer que fosse e, até, com quem quer que fosse.
A urgência era demasiada para escolhas.
Fugir. Sim... fugir.
Haveria algo de tão errado em querer fugir?
Até porque tinha a certeza de que voltaria.
De que lhe apeteceria intensamente voltar.
E precisamente por isso desejava abandonar-se.
Partir para voltar.
Onde estaria o sentimento de pertença que não via?
Precisava esquecer-se para se sentir em casa.
Naquele momento, tudo se lhe mostrava estranho, até hostil.
E, no entanto, tudo continuava igual.
Talvez se se fosse embora.
Relembrar, dar-lhe-ia um sabor mais doce, com toda a certeza.
Precisava sentir saudades do que via à sua volta.
Só assim perceberia que tinha, afinal, tudo o que precisava.
Ali.
Marla de Queirós
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