segunda-feira, 31 de julho de 2017
.........................parar para pensar
É difícil parar para pensar, avaliar o que fizemos, o que nos aconteceu sem termos contribuído para isso e a forma como fomos lidando com as coisas.
É difícil porque exige avaliarmo-nos.
Para mim é difícil chegar ao fim do dia, cozinhar e tirar conclusões bolas, podia ter feito melhor nisto ou naquilo. E se eu não tivesse respondido mal ao meu irmão? E se eu tivesse ajudado aquela senhora com os sacos...
É muito mais fácil chegar a casa, enfiar o amuo no sofá e tapar-me no queixume:
Tive um dia horrível, Tenho uma vida de m$%&=, Sou infeliz porque... (fill in the blanks) e por aí adiante. Na maior parte das vezes preferimos esta posição de sermos agentes passivos da nossa vida porque é tão mais fácil culpar tudo o resto.
Quando a comida vem para a mesa temos sempre duas opções: ou comemos ou não comemos.
Se decidimos comer, ou saboreamos ou passamos o tempo a encontrar defeitos na comida.
Saborear nem sempre significa que a comida está óptima, muitas vezes significa que temos fome e essa é a única razão para nos saber bem.
Por muito que nos custe a acreditar, saborear a nossa comida é uma escolha.
Saborear a vida também.
Se escolhermos dizer mal do tempero cada vez que nos chega um prato à mesa, nunca vamos estar satisfeitos. E seremos sempre péssimas companhias de refeição para os outros.
E foi isto que, depois de comer um chocolate inteiro, eu agradeci na quinta-feira.
A capacidade de decidir, todos os dias, saborear a comida mesmo quando ela está salgada, e de saborear a vida mesmo quando ela parece azeda.
Agradecida.
Maria Midões
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