A raiva é sempre destruidora se for deixada crescer sem a entendermos.
Se a enterrarmos, poderá contribuir para uma depressão.
Se a "tratarmos" com álcool ou drogas, procurando que essas substâncias a acalmem, passaremos a ter mais um problema.
Se a exteriorizarmos sempre, poderemos transformar-nos em alguém conflituoso e insuportável.
É fundamental conhecer a raiva destes adolescentes agressivos.
Muitas vezes viveram com pessoas sem controlo emocional, que veicularam sempre a ideia de que a violência tudo pode resolver.
Noutros casos, viveram em famílias "perfeitas", onde ninguém podia gritar e qualquer manifestação agressiva era associada à loucura: na adolescência, na luta pela autonomia, a raiva finalmente libertada encontra nos mais próximos o alvo preferido.
Por vezes, são vinganças face a pais maltratantes na infância (abusadores, por exemplo), que explodem quando o medo físico dos familiares é agora ultrapassado por um corpo juvenil cheio de energia.
Compreender não significa mudar.
Feita a história da relação, é crucial intervir.
- Conhecer a raiva.
- Compreender que não se fica agressivo para sempre.
- Perceber que não se pode ficar parado, num ritual de progressiva auto-humilhação.
- Concluir que intimidar os outros nos pode deixar mais sós.
Daniel Sampaio
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