Claudia Wycisk
A noite passeia-me pelo silêncio
Por mim enternecido pela calma sumptuosa com que assisto.
À distância vêm-se luzes como candeias sopradas pelo vento
E pairam minúsculas partículas cintilantes na essência do ar.
Perto de mim nascem abruptos corpos folhosos,
Árvores majestosas delineando os caminhos
Com as suas sombras escuras,
Círculos de ternura numa solidão intimista.
Desce luarenta luz rastejante sobre as copas das árvores
Com corredores de brilho e sombra indeléveis.
Há um intérmino inimaginável de liberdade no céu,
A cor acende-se no limiar da opacidade
E a calma toca-me pela fusão encadeada de palpitações.
Abraço esta poeira esculpida na escuridão,
Porque sorriem contornos estrelares na longínqua timidez,
Uma recreio de silêncio ainda que na treva
Culmine na transcendência do infinito.
Duradoira liberdade de quem vê o silêncio como o infinito.
João Vale Lopes
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