domingo, 19 de março de 2017

VESICA PISCIS




Vesica piscis 
é a forma da intersecção de 
dois círculos com o mesmo raio, 
em que o centro de cada circunferência 
está sobre o perímetro da outra. 




"Trata-se de um símbolo que pode ser considerado como um arquétipo de todas as formas de existência do Mundo Imanente – Mundo Criado. Trata-se de um desenho simbólico, representado por um ovóide vertical, com dois vértices em suas extremidades, assemelhando-se a dois parênteses que se cruzam, lembrando um desenho esquemático de um peixe e também a de uma bolsa de ar que os peixes têm no abdomen e destinada a facilitar a flutuação.

A Vesica Piscis é um modelo básico da própria criação, por isso entre todos os símbolos ele é o mais significativo. A Vesica Piscis é o símbolo que constitui a base da Geometria Sagrada e de inúmeros outros símbolos. Trata-se de um desenho representativo da manifestação do próprio universo; uma forma que resulta da interseção de dois círculos. 

O universo tem como origem um ponto adimensional.
Representemo-lo graficamente pela ilustração 1.



Já estudamos que a manifestação do ponto implica em sair de uma condição virtual, imperceptível, para uma perceptiva. Isso explica o movimento gerando o desenvolvimento, o ponto adimensional, virtual, passando a uma condição capaz de ser percebida. Isso implica na existência de uma expansão que inexoravelmente requer movimento. Assim a nova condição pode ser representada pela ilustração 2 (Unicidade), a Consciência Cósmica. 

Nesse ponto tem início aquilo que chamamos de Princípios Universais. 
Há um movimento expansivo surgindo concomitantemente uma delimitação – limite. Aquele ponto expandido passa a ter um limite e então podemos representá-lo por um circulo. Ele ainda é uno, e como tal ainda não pode ser detectado, ou seja, ser percebido em decorrência da natureza analógica da mente. Só se percebe aquilo que pode ser comparado e isso só é possível, no caso em estudo, quando ocorre um desdobramento (o um se manifeste como dois – descontinuidade. Em manifestação a descontinuidade passa a ser representada por dois círculos (ilustração 9). O circulo se divide surgindo o dois, e então já se pode falar de percepção. 

A mente é analógica, por isso é que somente com o advento do segundo circulo pode haver percepção. Havendo percepção há mundo; mundo é fruto de um somatório de percepções. Assim podemos dizer que a criação surge da união de dois círculos. A ilustração 4 mostra isso, o mundo gerado pela interseção de dois círculos de existência.

Como na unicidade não há mente, por ser esta apenas uma expansão oriunda da consciência, e sem mente não há percepção, logo não há manifestação de existência no Um. 
A mente, em essência, é uma manifestação da consciência, isso quer dizer que o dois é uma manifestação do próprio Um. 

Só se tem ciência daquilo que se polariza, a mente é analógica; a existência é o Um, mas a manifestação é o Dois. 

Já estudamos que tudo aquilo que existir na fase um é imanifestável.
Sendo assim, a necessidade de manifestação implica na duplicidade (multiplicidade), isso é, na necessidade de descontinuidade. Disso resulta que o surgimento do Universo implicou na duplicação do Um. 

Ocorrida a descontinuidade surge a possibilidade de existência de N universos.
Indaga-se: quanto? – Impossível se saber.
Não se sabe quantas duplicações ocorreram ou estão ocorrendo, e nem as variedades de interseção, conforme a área. 





Uma análise importante:
Se os dois círculos não se interseccionassem eles ficariam separados por toda a eternidade sem interação recíproca, separados por um nada absoluto, por um mar de inexistência. Não se sabe quantas situações assim existem. Se a duplicação ocorresse de forma total então não haveria interação entre os universos (círculos). Tudo quanto existe mantém certo grau de interação, indicando, portanto, que o deslocamento deve ser considerado como parcial. Só com separações parciais é que pode haver universos. Isso é o que ocorre no modelo que compartilhamos apenas. Por isso podemos afirmar que no caso do nosso universo, o afastamento – descontinuidade – não foi total.

Em termos de mundos podemos considerar a existência (real ou ilusória) : o Mundo Transcendente e o Mundo Imanente em cada descontinuidade parcial estabelecida. 

Nas ilustrações, podemos ver a área de intersecção, área de interação, portanto universo.

Num modelo em que os dois círculos coincidissem isso seria o mesmo que a preservação do Um, não haveria descontinuidade, ou seja, não haveria criação alguma, não existiria o triangulo da manifestabilidade.

O afastamento dos dois círculos gera a “vesica piscis” (conforme ilustrações).

O que resulta da intersecção parcial desses dois círculos é idêntico, não faz diferença se ele é real ou ilusório. Foi assim para os que crêem que o universo é uma realidade física, e também é assim para os que aceitam a hipótese da ilusão.

Do deslocamento parcial dos dois mundos resulta a formação daquilo que chamam de Vesica Piscis. O nome deriva da forma resultante referente à zona de interação.
Bexiga de peixe por sua forma.




Como podemos ver, a forma da Vesica Piscis resulta da intersecção de dois círculos a partir dos quais são gerados dois triângulos equiláteros; um, de vértice superior; e o outro, de vértice inferior. Se entrecruzar esses dois triângulos o gráfico resultante será o hexagrama (Estrela de David).

Perguntam da razão desse universo ser trino e do porquê da importância que os místicos e metafísicos dão ao número 3. Ai está a resposta, a criação resulta de um desdobramento do círculo e a primeira coisa a ser gerada é exatamente uma trindade representada graficamente por um triângulo. Também se pode ver como a partir da curva se gera a reta. Vê-se que na origem não existe reta mas ela nasce a partir da Vesica Piscis.



Vejamos o que aconteceria se o afastamento dos círculos ultrapasse o diâmetro, ou seja, os círculos ultrapassassem a metade, isto é, eles não correspondessem ao diâmetro. Evidentemente haveria surgimento dos triângulos, porém eles não seriam equiláteros, e sendo assim não constituiriam um sistema equilibrado. Não haveria simetria e, logo deixaria de existir harmonia. Tudo nele seria irregular.
Por exemplo, transportando para a Trindade Religiosa, então as três “Pessoas da Trindade” seriam desproporcionais, uma maior do que as outras. Em todos os sentidos o equilíbrio não se faria presente. 

O mesmo aconteceria se o deslocamento fosse menor do que o diâmetro longitudinal.

Vemos que seja ampliando, ou diminuindo, o afastamento os círculos, o mesmo irá acontecendo com o triangulo, chegando ao ponto dele desaparecer. Essa condição equivale à volta ao Um. Se o processo de descontinuidade ultrapassar o limite em que não mais haja interseção, então, nesse caso os dois círculos seriam independentes – universos independentes – sem qualquer ligação ente eles. O intervalo seria um estado totalmente vazio, um nada absoluto, portanto não haveria nenhuma forma de retorno à origem e nem de interação.

A vesica ainda mostra que se chega ao infinito, tanto ampliando, quanto diminuindo, o distanciamento dos círculos, e quando ocorre a coincidência o universo está desfeito e a condição então é a de Infinito."

José Laércio 






O nome significa, literalmente, a bexiga do peixe, em latim. 
Na tradição cristã, é uma referência a Cristo, como Ichthys.
É conhecido na Índia e na Mesopotâmia, África e civilizações asiáticas.




O número 153 aparece no Evangelho de João (21:11) como o número exato de peixes que Jesus fez serem pescados pelos discípulos, em uma pesca milagrosa. Este número é, portanto, considerado por alguns como uma referência codificada à crença de Pitágoras.
Ichthys é um símbolo usado pelos primeiros cristãos, conhecido mais popularmente como o símbolo do peixe.





A Vessica Piscis tem sido objeto de especulação mística em vários períodos da história, onde talvez, o primeiro lugar esteja entre os pitagóricos que o consideravam uma figura sagrada.

A relação matemática de sua largura (medidos para as extremidades do "corpo", não incluindo a "cauda") para sua altura, teria sido fixada em 265:153.
Esta razão, igual a 1,73203 é considerada como um número sagrado, tendo sido chamada de medida do peixe. A relação geométrica entre estas dimensões é, na verdade, a raiz quadrada de três, ou 1,73205.


























No mundo da ciência, especialmente a física, o Vesica Piscis representa o ponto de ligação entre dois universos paralelos, ou duas dimensões, coexistindo em simultaneidade, por determinado período.


















                       

















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