O ser humano ainda não iluminado pela sua consciência espiritual quanto aos valores reais ou relativos, deixa o seu mental apoiar os desejos instintivos do seu ser inferior, cujas exigências anárquicas criam tumultos de aceleração de impaciência, e de caprichos incoerentes.
Sofrendo dessas influências, o Autómato humano assemelha-se a certo tipos de animais.
O cão treme de impaciência diante do osso avidamente desejado.
A inconstância do macaco é típica pela sua dispersão de ideias.
A agitação da mosca lança-a para a armadilha da aranha.
A pressa é a preocupação da abelha pelo dever social;
é também a inquietação da formiga que tem sempre qualquer coisa que fazer, mas que se precipita em voltas supérfluas, sabendo a direcção, mas não a maneira de contornar os obstáculos.
Ao contrário de outros animais
que nos dão uma lição de mestria,
sendo exemplo disso o gato
cuja sabedoria é um modelo
porque junta a maior paixão
à mais indiferente calma.
Na sua imobilidade reflecte o seu salto, sempre exacto;
a força dos seus rins é proporcional ao relaxe do seu sono:
há no seu sono, o abandono da criança recém-nascida,
enquanto que o seu instinto está sempre de vigília;
a sua leveza sem resistência torna a sua queda sem perigo;
Caça e luta são para ele alegria do jogo: ele caça sem ódio e joga sem finalidade;
constantemente pronto ao ataque sem animosidade,
e pronto a defender-se sem apreensão:
vencedor indiferente, ele nunca é vencido.
A serenidade é o fruto da independência.
Cria em ti esta independência, que não é indiferença, mas neutralidade face às impressões recebidas do exterior:
bonito e feio, bom e mau, alegre ou triste, agradável ou penível...
Uma coisa é discernir as qualidades, outra é deixá-las afectar a nossa disposição.
in, A Abertura do Caminho
Isha Schwaller De Lubicz
Isha Schwaller De Lubicz
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