Dizer adeus, perder as forças,
fazer-se ao mar, soltar amarras,
cravar garras no passado ainda presente,
no olhar ausente
de quem sofre e sente,
no coração apertado
de quem esconde e consente
ser e já não estar.
No instante de ir embora,
a hora não passa. Estaca.
Alarga, na esperança oprimida e baça,
uma mágoa que, disfarçada, traça
a suspeita de não voltar,
a dúvida de permanecer.
MARGARIDA FARO
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