O que responderias se te perguntasse:
O que sentes pela criança que um dia foste
quando te lembras que ela provavelmente não teve o amor que precisava,
não era valorizada por quem a rodeava,
não teve colinho, não se sentia protegida,
ninguém lhe dizia o quanto ela era maravilhosa e especial
e não se sentia segura com ninguém?
Infelizmente a maior parte ainda responde: "Pena"
Esta resposta, típica de uma profunda falta de empoderamento da própria história e de sabedoria para entender os porquês dos acontecimentos, é um dos muitos empecilhos que impedem a abundância de chegar a nós.
Ou seja, se ainda existe vitimização, se ainda há sentimento de pena em relação ao que passámos na infância, ainda não há resgate do nosso poder pessoal.
- Ainda não há responsabilização pela nossa história.
- Ainda não se activou o sentimento de amor próprio no trabalho de integração com a criança interior, que esse sim abre a porta da abundância.
- Ainda não conseguimos ver as dinâmicas Karmicas que nos trouxeram não o que queríamos, mas sim o que precisávamos e preparámos para a vida presente.
Se ainda existe um sentimento de pena pelas dores ou condições que passámos, não há ainda integração da sombra de considerarmos que um dia fomos nós a causar a mesma dor que agora sentimos, não há ainda noção de poder pessoal de sermos co-criadores da nossa própria história. Estamos ainda em estado de desempoderamento pessoal, presos à visão curta da ignorância de sermos vitimas de um qualquer carrasco fora de nós.
Quando fazemos o trabalho de integração, percebemos que nós e os outros somos a vítima e o carrasco apenas desfasados no tempo e no espaço.
Percebemos inclusive que qualquer que seja o estado em que estamos ou estivemos na infância, ele foi uma escolha feita por nós, num nível muito superior do que aquele que a nossa mente consegue entender.
É dessa perspectiva que seja qual for o nosso estado, ele é sagrado, é um degrau essencial na viagem rumo ao equilíbrio.
É dessa perspectiva que então passamos do sentimento de pena para o sentimento de orgulho de termos sobrevivido às provas que estavam traçadas.
É dessa aceitação e visão superior que nasce o sentimento de amor próprio quando percebemos que aquelas provas e a capacidade de as superarmos foram essenciais à nossa evolução e resgate de quem somos hoje.
Não podemos mudar o passado.
Podemos apenas mudar a visão que temos do passado.
Ainda estamos longe de viver no tempo em que a mente caminha lado a lado com o coração.
Na maior parte do tempo os dois ainda andam desfasados no tempo e no espaço o que nos cria alguns dilemas internos. Por exemplo, a cabeça já entende e percebe a visão espiritual mas o coração ainda está preso na dor e no drama.
O mergulho interior, o trabalho de desenvolvimento pessoal é essencial para fazer esta união e conseguir este equilíbrio. Só através desta viagem interna conseguimos pacificar e libertar estas energias do passado para que consigamos passar da visão da 'pena' para a visão do 'amor' pela nossa história. Essa pequena gigante mudança é a diferença entre uma energia aberta e uma energia fechada. E todos sabemos pela qual ansiamos.
Aproveitemos então estes tempos quentes e banhos salgados para purificarmos os nossos corpos e as nossas energias.
Vera Luz
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