Andrea Chénier
é uma ópera em quatro actos
do compositor Umberto Giordano,
com um libretto italiano de Luigi Illica.
A primeira performance aconteceu no Teatro Alla Scala em Milão no dia 28 de Março de 1896.
Acontece nos arredores de Paris, por volta de 1789 e 1793, no Castelo di Coigny durante a Revolução Francesa.
O popular poeta Andrea Chénier vai a um baile dado pela Condessa de Coigny, e apaixona-se pela irmã da Condessa, Maddalena de Coigny. A condessa pede-lhe para cantar e ele recusa, mas Maddalena, a flertar, pede-lhe para cantar e sugere o tema amor, ele aceita mas canta sobre a miséria, o sofrimento dos pobres e sobre os nobres.
Com excepção de Maddalena, todos os convidados se sentem ofendidos pelo ideais sociais e crenças de Chénier.
Chénier é agora um revolucionário e um homem procurado.
Seu amigo Roucher aconselha-o a partir e consegue um passaporte. Chénier está apaixonado por Maddalena e nega-se a ir sem ela. Maddalena abandona a sua família, com o desejo de se unir à Revolução.
Gérard, que também ama Maddalena vai ao encontro de Chénier.
Duelam com espadas e Gérard sai ferido.
Gérard a pensar que vai morrer, adverte Chénier sobre a fúria dos seus inimigos e pede que salve Maddalena.
Quando chegam pessoas uns minutos depois, Gérard diz-lhes que não conhece o seu atacante.
Entretanto, Gérard está recuperado e preside um tribunal revolucionário.
Uma espiã anuncia a detenção de Chénier. É uma excelente oportunidade para se vingar do seu rival e, para o punir, no entanto, vacila por um momento, ao lembrar-se que foi um verso de Chénier que despertou o seu patriotismo e agora, para satisfazer a sua paixão, é capaz de sacrificar um amigo.
A luta entre a honra e o desejo domina por uns momentos Gérard mas finalmente triunfa o desejo.
Maddalena, que tinha acabado de perder a mãe (os revolucionários invadiram a sua casa, a mãe morre para salvar Maddalena, de seguida incendeiam a sua casa. Maddalena que vinha de uma família nobre fica sozinha e sem nada) vai ter com Gérard, conta-lhe como a mãe morreu para a salvar e promete ficar com ele, para tentar salvar a vida de Chénier. Gérard diz-lhe que vai libertar Chénier.
Confinado na tristeza da prisão de San Lazzaro, Chénier espera a sua execução.
Maddalena entra na prisão. Gérard leva-a para ver Chénier.
Os apaixonados têm um breve momento antes da última apelação, que falha.
Finalmente, Chénier é executado.
Incapaz de viver sem o seu amado, Maddalena toma o lugar de uma condenada e morre, junto ao seu amor.
O incêndio da casa de Maddalena acontece no Terceiro Acto, em que ela canta a ária "La Mamma Morta" para Gérard a explicar-lhe como a mãe morreu para a salvar da ira dos revolucionários durante os tumultos da Revolução Francesa. Depois incendeiam a casa, ela quase desiste de viver e fica gravemente doente, e a sua criada Bersi vende-se como prostituta para salvar a vida de Maddalena.
A ária divide-se em duas partes: primeiro começa de uma forma melancólica em que ela conta o que lhe aconteceu, e depois a segunda parte mais forte em que ela relata o que a voz de Deus lhe disse.
La mamma morta m'hanno
Moriva e mi salvava!
poi a notte alta
io con Bersi errava,
quando ad un tratto
un livido bagliore guizza
e rischiara innanzi a' passi miei
la cupa via!
Guardo!
Bruciava il loco di mia culla!
Così fui sola!
E intorno il nulla!
Fame e miseria!
Il bisogno, il periglio!
Caddi malata,
e Bersi, buona e pura,
di sua bellezza ha fatto un mercato,
un contratto per me!
Porto sventura a chi bene mi vuole!
Fu in quel dolore
che a me venne l'amor!
Voce piena d'armonia e dice
Vivi ancora! Io son la vita!
Ne' miei occhi è il tuo cielo!
Tu non sei sola!
Le lacrime tue io le raccolgo!
Io sto sul tuo cammino e ti sorreggo!
Sorridi e spera! Io son l'amore!
Tutto intorno è sangue e fango?
Io son divino! Io son l'oblio!
Io sono il dio che sovra il mondo
scendo da l'empireo, fa della terra
un ciel! Ah!
Io son l'amore, io son l'amor, l'amor
E l'angelo si accosta, bacia,
e vi bacia la morte!
Corpo di moribonda è il corpo mio.
Prendilo dunque.
Io son già morta cosa!
They killed my mother
at the door of my room
She died and saved me.
Later, at dead of night,
I wandered with Bersi,
when suddenly
a bright glow flickers
and lights were ahead of me
the dark street!
I looked –
My childhood home was on fire!
I was alone!
surrounded by nothingness!
Hunger and misery
deprivation, danger!
I fell ill,
and Bersi, so good and pure
made a market, a deal, of her beauty
for me –
I bring misfortune to all who care for me!
It was then, in my grief,
that love came to me.
A voice full of harmony says,
"Keep on living, I am life itself!
Your heaven is in my eyes!
You are not alone.
I collect all your tears
I walk with you and support you!
Smile and hope! I am Love!
Are you surrounded by blood and mire?
I am Divine! I am oblivion!
I am the God who saves the World
I descend from Heaven and make this Earth
A heaven! Ah!
I am love, love, love."
And the angel approaches with a kiss,
and he kisses death –
A dying body is my body.
So take it.
I am already dead matter!
Sempre que ouço esta música emociono-me sempre.
Hoje acordei a cantarolar esta música...
Cantada pela Maria Callas.
Faz lembrar a cena do filme Philadélfia, em que o Tom Hanks, agarrado ao suporte da medicamentação, explica a Denzel Washington a história da ária cantada em italiano.
Para mim, uma das melhores cenas de sempre do cinema...
Inesquecível!
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