Cais das Colunas
Lisboa
O amor chegou, e desembarcou no cais,
onde ninguém o esperava, fazendo
a cidade inteira estremecer, como se
o amor a tocasse.
Mas alguém o viu sair
do barco, e levou-o para a fila
da alfândega, onde lhe perguntaram: "Donde
vem? Que traz consigo? Mostre
o passaporte." O amor não percebeu
o que lhe pediam; pôs o arco sobre
a mesa, e juntou-lhe as flechas.
“Tudo apreendido: não queremos agressões
nesta cidade; proibidas as armas brancas.” E
o amor, sem passaporte, ficou no cais,
por entre sacos de lixo e vagabundos
sem nada para fazer.
E à noite, quando a cidade
adormece, todos perguntam
quando chega o amor.
Nuno Júdice
in “A Chegada do Amor”
O amor entristeceu se tanto que foi para as nuvens
ResponderEliminarde lá regou toda a Terra com amor.
Que lindo comentário!
EliminarGrata pela visita.