Já publiquei aqui vários textos sobre o ingresso de
Saturno em Sagitário até 21 de Dezembro de 2017.
Hoje vou publicar aqui alguns excertos de um texto de Nuno Michaels, sobre a entrada de Júpiter em Virgem até Setembro de 2016.
"No dia 11 de Agosto Júpiter ingressou no Signo de Virgem e aí transitará durante um ano.
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Júpiter, o maior planeta do sistema solar e o “deus dos deuses” na mitologia olímpica, está associado com o crescimento, a expansão, o que é grande, maior, ou se amplia para conter mais e melhor mundo –ampliação e visão de conjunto, por assim dizer; e Virgem, o signo de Terra mutável regido por Mercúrio, está associado com as coisas pequenas, os detalhes, a análise, a discriminação, a separação.
...então Júpiter em Virgem seria o planeta do “grande deus” a ingressar no signo do “pequeno pormenor”, por assim dizer.
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Mesmo porque se Júpiter adora teorias, a verdade é que Virgem abomina o caos.
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Júpiter simboliza, portanto, a busca, por parte do Homem, de um sentido, de um significado “maior” para a sua existência.
Leis humanas baseiam-se na crença do que é bom, correcto e justo; leis universais, na compreensão natureza do cosmos manifestado, nos princípios inteligentes que o organizam, estruturam, e explicam.
Leis físicas, no estudo e compreensão das limitações e regras do mundo material. Leis espirituais, na natureza do espírito humano.
Leis civis, no que é considerado como “verdadeiro”, “bom” e “correcto” para um conjunto de seres humanos. Leis marciais, no poder decisório de uma autoridade militar.
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É por isso que Mercúrio e Júpiter, ou os signos Gémeos e Sagitário, regidos por estes planetas, são chamados o “eixo” (um par de signos opostos e complementares é um “eixo”) do ensino e da aprendizagem.
A comunicação (Gémeos) de princípios abstractos (Sagitário).
O sentido (Sagitário) da informação (Gémeos).
A comunicação e o movimento (Gémeos) como via para ampliar a compreensão (Sagitário).
A visão de conjunto (Sagitário) que permite ordenar, contextualizar e atribuir sentido (Sagitário) à imensidão de conhecimentos e informações (Gémeos) que a cada momento temos ao nosso dispor.
As palavras (Gémeos) que traduzem, ainda que imperfeitamente, os princípios (Sagitário).
As ideias (Gémeos) que traduzem e permitem aproximar-nos dos ideais (Sagitário) – tornando assim o distante (Sagitário), mais próximo (Gémeos) ou, pela mesma via, levando-nos a descobrir (Gémeos) “paragens” cada vez mais longínquas (Sagitário).
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Mercúrio rege Virgem; e Júpiter é co-regente de Peixes. Em Gémeos, Mercúrio rege um signo de Ar: abstracção, comunicação, ideia, palavra, conceito, informação, movimento. Em Virgem, Mercúrio rege um signo de Terra: informação aplicada ao mundo concreto. Mente racional orientada para o real. Análise, discriminação, correcção, aperfeiçoamento, melhoria. Em Gémeos, Mercúrio explica-nos o que é um relógio. Em Virgem, descobre como funcionam os seus mecanismos.
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Então em Gémeos/Sagitário temos Mercúrio e Júpiter a reger o Ar e o Fogo: estes são Elementos complementares e compatíveis. Ambos são yang, i.e., orientados para fora, para o movimento, para a mudança, a diferença, a separação, e para cima, para a frente, para o futuro.
Na tipologia das funções psíquicas de Jung, o Ar estaria associado ao Pensamento, e o Fogo à Intuição. O Ar trabalha com ideias e pensamentos e palavras e com a capacidade de abstracção que lhes está por detrás; e o Fogo intui possibilidades, i.e., refere-se mais ao que “pode (vir a) ser”, mas que não existe (ainda) no aqui e agora: o Fogo é o elemento que mais se projecta no futuro, quero dizer, no mundo das possibilidades que ainda não existem. Pioneiro, visionário, idealista, entusiasta: essa é a psicologia do Fogo (não confundir com “A Psicanálise do Fogo”, que tem muito a ver, mas não é disso que falamos: é mesmo da “psicologia” do Fogo, se o Fogo tiver(sse) “psique”).
Mas em Virgem/Peixes, o segundo eixo regido por Mercúrio e por Júpiter, assistimos à regência destes planetas sobre a Terra e a Água - que são entre si compatíveis, mas nenhum deles com o Fogo, nem com o Ar. Terra e Água são elementos yin, i.e., orientados para “dentro” e para “baixo”, para trás, para o presente (Terra) e o passado (Água) – “onde” se está (Terra) e “de onde” se vem (Água, o elemento da memória).
Terra e Água são elementos mais ligados com a “realidade”: Terra é a “realidade” objectiva, exterior, o concreto. Dinheiro, casa, trabalho, roupa, quadro, comida, corpo, exercício, calendário, relógio, enfim... coisas... coisas que limitam (e são delimitadas) pelo “real”, pelo menos na percepção humana, e na visão mecanicista, ou newtoniana, de que os objectos existem separados entre si por um espaço vazio, agem uns sobre os outros, e são compostos de “blocos constituintes” chamados de átomos.
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Na tipologia jungiana, a Terra corresponderia à função Sensação e a Água à função Sentimento: se a Água sente, a Terra percepciona; e se o Ar pensa, o Fogo expande. E da integração relativa dessas quatro funções em nós, se compõe o modo como apreendemos – e avaliamos – o que para nós existe e é “real”.
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Ensina a tradição astrológica que para cada um dos sete planetas tradicionais (Sol, Lua, Mercúrio, Vénus, Marte, Júpiter e Saturno) existem signos onde estes se “sentem” particularmente bem e outros onde os planetas se sentem mais desconfortáveis;
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signos onde os planetas se sentem “em casa” e signos onde os planetas se sentem num “ambiente” energético que é quase, diríamos, o oposto do que lhes é intrínseco, natural e espontâneo.
Os signos onde os planetas se sentem “em casa” (ou “domicílio”), são os signos das suas regências, e os signos opostos a estes são chamados os signos do seu “exílio”, ou detrimento.
domicílios e detrimentos
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A ideia é portanto esta: quando um planeta está em domicílio, expressa-se de maneira pura, forte, e tem a capacidade de avançar os seus próprios objectivos sem precisar de consultar mais ninguém (i.e., sem depender de nenhum outro planeta).
Quando, pelo contrário, um planeta está em exílio (i.e., no signo oposto e complementar ao da sua regência/domicílio), precisa aprender a integrar polaridades, i.e., a manejar o oposto daquilo que lhe é mais natural, a desenvolver tolerância pela ambiguidade, aceitação do paradoxo, para integrar – e não extrapolar – os extremos opostos, aparente ou temporariamente irreconciliáveis, e que precisarão ser integrados numa síntese criativa que resolva - e eleve a outro nível de expressão - a tensão anterior entre polaridades.
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Um planeta em domicílio está portanto em casa, e manda: um planeta em exílio tem que fazer malabarismo, adaptar-se, e lidar com o que lhe é estranho - alheio, diferente, oposto – para conseguir funcionar minimamente, e raras vezes da forma ideal para o planeta: e além disso, tem que chegar ao diálogo com o dono da casa, fazer-se ouvir, ouvir o outro, e aprender a ceder largamente em termos daquilo que per se, e mais espontaneamente, faria - se pudesse.
Encontrar um certo compromisso, ou melhor, uma certa integração entre a sua natureza, o signo onde se encontra, e a natureza do seu dispositor parece, pois, ser a forma de um planeta exilado funcionar: pois um planeta nessa condição não está em condições de impor condições nenhumas. É um "convidado" na casa de outro planeta - e esse seu anfitrião não deixa de lhe parecer, dada a sua "psicologia" (ou natureza), bastante "estranho".
Então um planeta em exílio não pode expressar-se no seu melhor: na sua essência, na sua glória, no seu poder, no seu impulso imediato e espontâneo. O que de melhor pode fazer, esse planeta exilado, é trazer para a equação a sua natureza, e tentar fazer o seu melhor perante as circunstâncias (deterioradas) em que se encontra.
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Essa é a grande bênção de ter um planeta exilado, ou em detrimento.
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É que Júpiter, estando em Virgem, está no signo do seu exílio (assim como quando está em Gémeos). Quando voltar a Sagitário (Novembro de 2018) e a Peixes (Maio de 2021), Júpiter estará novamente dignificado: puro, forte, “auto-suficiente” ou, pelo menos, “auto-determinado”.
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O que também implica que os desafios a Júpiter são maiores quando “depende” de Mercúrio (i.e., quando está em Gémeos ou Virgem) para “lá” chegar; da mesma maneira que Mercúrio fica um pouco “à toa” num mundo demasiado grande e povoado de abstracções, quando precisa cumprir-se através de signos regidos por Júpiter (Sagitário e/ou Peixes).
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Mercúrio é a mente racional e Júpiter a fé: a fé fica aquém de si própria quando depende da mente, e a mente por si só não chega para chegar... à fé.
E por enquanto, e durante todo este período entre Agosto de 2015 e Setembro de 2016, Júpiter – o planeta do idealismo, da expansão, da fé, do optimismo (Sagitário) e da compaixão, da unidade, e da fé no desconhecido e no invisível (Peixes) – pode sentir-se meio desafiado, constrangido, apertado e limitado no signo de Terra regido por Mercúrio; afinal, Virgem é o raciocínio concreto operando sobre o “real” - enquanto Júpiter é o entusiasta impulsionador da expansão e do crescimento inspirados pela fé em possibilidades futuras, e estas não estão aqui e agora, disponíveis como provas cabais de realidades concretas, passíveis de análise, raciocínio, dedução, e “resolução” (ou estão?).
A não ser que Júpiter aprenda a integrar polaridades – isto é, que integre o binóculo (Júpiter) com o microscópio (Virgem) – e descubra como cumprir-se por via de um processo que não lhe é de todo familiar. É a condição (é o karma, diríamos) de estar em detrimento, ou exílio.
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...melhor ou pior, Júpiter – dada a sua natureza – promete a cura, confiança, novas oportunidades, sabedoria, optimismo, expansão, e horizontes maiores a todos os assuntos humanos representados por Virgem.
Desde Outubro de 2012 que Saturno tem vindo a transitar em Escorpião - até entrar, no fim de Dezembro de 2014 e pela primeira vez em vinte e nove anos, no signo de Sagitário– apenas para retrogradar pouco depois de lá ter entrado e só lá voltar, e em definitivo, a partir de Setembro de 2015.
O que significa também que desde Setembro, a partir do momento em que ingresse em Sagitário e até que saia de lá, no final de 2017, Saturno terá Júpiter (regente de Sagitário) como seu dispositor.
Esse é um motivo adicional para reflectirmos profundamente no significado de Júpiter em Virgem, e compreendermos a sua importância também como dispositor de Saturno durante o seu trânsito por Sagitário – do mesmo modo que foi Plutão em Capricórnio, durante todo o tempo de Saturno em Escorpião, o dispositor de Saturno – focalizando assim muita da sua acção sobre os domínios e assuntos de Capricórnio: economia, finanças, status, poder, autoridade, responsabilidade pública, e todo o tipo de estruturas sociais que mantêm, e expressam, o status quo e o paradigma colectivo dominante. E fazendo de todas as transformações a que assistimos neste âmbito, nos últimos anos, duplamente intensas durante todo o período da recepção mútua entre estes dois planetas: Plutão em Capricórnio e Saturno em Escorpião.
Então no espaço de muito pouco tempo (Agosto/Setembro 2015) duas mudanças energéticas significativas acontecem envolvendo os dois planetas “sociais”: Júpiter ingressa em Virgem, e pouco depois Saturno ingressa em Sagitário – e até que Júpiter mude novamente de signo, em Setembro de 2016, esta será a situação: Saturno em Sagitário disposto por Júpiter em Virgem.
Mais à frente, quando Júpiter entrar em Balança, será Saturno em Sagitário disposto por Júpiter em Balança.
E ainda mais à frente, quando Saturno entrar em Capricórnio, será Saturno em domicílio: puro, forte, e com poder para dominar com a sua própria agenda. Os anos de 2018 a 2020 serão, parece, os anos em que uma verdadeira reconstrução social, política, financeira parece finalmente começar a ser possível. E será esse também, o marco que assinala a era – a verdadeira era – das grandes corporações mundiais e das federações internacionais, conforme representantes de um futuro longínquo, pelo menos nos filmes de ficção científica que víamos na nossa infância, e simultaneamente, a preparação para a entrada de Plutão em Aquário.
Saturno em Sagitário é, como já lhe chamámos neste artigo, a factura da sorte, ou melhor, uma tremenda fiscalização ao Júpiter (verdade, ética, alinhamento, crenças, filosofia, fé, sabedoria, em suma) de cada um, o teste de quão “verdadeira”, sólida, fundamentada, “real” é a “espiritualidade”, a visão luminosa de cada um.
E Júpiter em Virgem, o período em que podemos “aperfeiçoá-la”.
...agora sabe como se sente um Júpiter em Virgem: sem paciência para merdinhas, perdão, para detalhes – e a ter que levar com elas, porque quer queira quer não, é simplesmente esse o “espírito dos tempos”. De Júpiter em Virgem, pelo menos.
Júpiter (Espírito) em Virgem (Matéria).
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Virgem é o signo mais intimamente relacionado com a Matéria, a mater, a Mãe, Gaia. A fertilidade do seu solo. A pureza desinteressada com que gera alimento abundante e sustento para todos os seus filhos – nós, seres humanos encarnados sobre a Terra.
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Júpiter em Virgem pode ajudar-nos a abrir os olhos para este tipo de verdades, porque por onde quer que Júpiter passe, ele sempre repõe uma Verdade.
Por outro lado, Júpiter em Virgem também nos vem ajudar a reconhecer, a repor, ou a exigir o sagrado, o divino, e o transcendente naquilo que anteriormente nos parecia vazio ou sem sentido: eu posso reconhecer mais facilmente (ou começar a precisar realmente de encontrar) a sacralidade do que faço, mesmo que o meu trabalho seja varrer ruas, desentupir sarjetas, ou passar a ferro.
Se não há dimensão transcendente no meu trabalho (porque Virgem rege o trabalho, o dia-a-dia, a produtividade quotidiana), Júpiter em Virgem traz a insatisfação e a necessidade de ir mais longe.
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Júpiter em Virgem, assim: maior qualidade naquilo que fazemos. Mais Espírito presente na Matéria. Trabalho, nas palavras de Kahlil Gibran, é Amor tornado visível.
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E vejamos – finalmente! - algumas das expressões prováveis de Júpiter em Virgem antes que ele chegue a Balança.
Neste sentido, todos os métodos, processos, ferramentas, práticas e técnicas de (auto)aperfeiçoamento caem sob a regência de Virgem;
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Aperfeiçoamento da fé
Júpiter em Virgem simboliza a necessidade de aperfeiçoarmos o “nosso” Júpiter - de maneiras práticas, concretas, reconhecendo humildemente nossas imperfeições, falhas e zonas de sombra (principalmente nos assuntos “jupiterianos”) – e a tomada de medidas para as remediar, curar, melhorar, clarear, enfim – sanar.
Que é como quem diz: os nossos valores, as nossas crenças, as nossas apostas estarão sob escrutínio, e todos teremos oportunidade de as ajustar à realidade, sem deixar – no entanto – que a “realidade” limite, ou esgote, a nossa capacidade de acreditar no que está além dela.
Cuidado do Espírito
Virgem representa cuidados de ordem prática, e Júpiter simboliza fé na Vida do Espírito. Júpiter em Virgem é portanto altura de cuidar da nossa fé, de forma prática, eficiente, resoluta, responsável, e dedicada.
Espírito-Mente-Corpo
Virgem é um signo relacionado com trabalho, eficiência, saúde, e integração psico-somática: quando as tensões psíquicas, emocionais, vitais, espirituais, não são reconhecidas, nem atendidas, mas pelo contrário ignoradas, silenciadas, e reprimidas; quando estagnamos em maneiras pouco adaptativas de funcionar no mundo e nos recusamos a aprimorarmo-nos continuamente; quando insistimos em padrões não-regenerativos de funcionamento que nascem da falta de integração interna e da fragmentação psíquica, ou da nossa miopia espiritual, todas essas tensões tendem a manifestar-se como problemas de saúde – de enxaquecas a acidentes, cancros, imunodeficiências, depressões, fobias, doenças degenerativas, etc.
Com Júpiter, regente de Sagitário e de Peixes, a transitar por Virgem, teremos oportunidade de compreender – colectiva e socialmente falando, digo, porque já há no mundo muitos indivíduos que (e passe a redundância) individualmente o compreenderam -, não só o “significado” e o “sentido maior” de todas essas manifestações, mas acima de tudo a íntima relação entre o “invisível” mundo da Água, e das emoções (o mundo interno) e do mundo “externo”, corporal, e manifestado.
Novas dimensões, princípios e técnicas de saúde e cura
Aprenderemos, também, e seremos cada vez mais ensinados, sobre o poder da fé, da oração, da meditação, de estados alterados de consciência e dos chamados “milagres” sobre a saúde, a cura, e as remissões espontâneas. Porque Peixes rege os oceanos e as drogas, e Virgem as técnicas e conhecimentos de saúde alopáticas, homeopáticas, complementares e alternativas, a fitoterapêutica e tudo o que mais possamos querer encontrar nessa nebulosa (i.e., nesse largo conjunto e espectro), podemos esperar descobrir novas drogas e novos usos para drogas já conhecidas, plantas e algas, e estas ganharão um papel cada vez mais importante na prevenção e tratamento de diversas enfermidades.
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Mas não só: Júpiter rege as crenças, e Virgem tudo aquilo que se plasma no corpo. Depois da passagem de Júpiter por Virgem, começará a ser lugar-comum aceitar o poder que os nossos pensamentos, e crenças, têm sobre o nosso bem-estar, incluindo a própria saúde e condição física.
O portentoso minúsculo ADN
Porque Virgem rege o infinitamente pequeno, creio que serão activadas e descobertas mais das potencialidades adormecidas no ADN humano; novos usos e aplicações para as descobertas científicas já conquistadas, e novas revelações nos chegarão provenientes desse mundo imenso que jaz por descobrir no nano-mundo das moléculas de ADN.
Miniaturização e globalização
E quem fala no minúsculo mundo do ADN, fala também de tecnologia: se Virgem simboliza a eficiência, Júpiter as grandes viagens e a globalização, e o nosso mundo (a nossa “aldeia” já “global”) é eminentemente tecnológico, informacional, e comunicacional, podemos esperar avanços significativos nestas áreas, em particular na contínua miniaturização dos nossos dispositivos e aparelhos: informática, telecomunicações, etc. beneficiarão também desta passagem de Júpiter por Virgem, contribuindo assim, e cada vez mais, para a globalização do planeta.
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Então Virgem é um signo de preparação: através da humildade, do serviço, do auto-aperfeiçoamento, da diligência, da vontade em contribuir para deixar o mundo um nadinha melhor do que como, e quando, o encontrámos – assim se cumprem as energias de Virgem (a alternativa a isso sendo o espírito crítico, o julgamento, a insatisfação, o “nunca” “nada” está suficientemente “bem”, “limpo”, “organizado”, “definido”, “arrumado”, “claro”, etc.).
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Em Balança não. Em Balança relacionamo-nos. Negociamos. Partilhamos. Vamos ao encontro. Trocamos.
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E em Virgem aprendemos, de certa forma, a “domesticar” o animal – ou não fosse na tradição astrológica Virgem o signo dos animais domésticos – para nos relacionarmos, em Balança, como verdadeiros seres humanos. A partir do seu próprio centro, e encontrando o outro a meio caminho.
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Pense nisto – no ingresso de Júpiter em Virgem – como uma oportunidade de nos tornarmos mais “humanos”, de trabalharmos aspectos excessivos ou desnecessários das nossas personalidades (não é que sejam totalmente desnecessários, ou não estariam “lá”, “aí”, “aqui”, ou lá onde estão) e, por essa via, prepararmo-nos para podermos vir a experienciar relacionamentos mais conscientes, correctos, equilibrados – uma espécie de aprendizagem, ou de “preparação oculta”, para mais Amor.
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E quando no futuro, no momento de Júpiter entrar em Balança, começarem a apregoar que vamos todos encontrar o amor, a alma gémea, a solução para todos os desafios relacionais, @ parceir@ perfeit@, etc. (porque é o que vai acontecer - em muitos círculos, ou consciências, pseudo-astrológic@s, a “interpretação” de Júpiter em Balança será a de uma Era de Amor, de encontros magníficos, e de relacionamentos perfeitos: a miopia, i.e., o (des)conhecimento das pessoas torna-as aborrecidamente previsíveis – e perigosas, para quem as leve a sério)
Nessa altura, dizia eu, pergunte-se honestamente a si própri@ se fez realmente o seu melhor para se tornar mais disponível, amoroso, atento, solícito, humilde, comprometido com o seu próprio desenvolvimento como ser humano – e, em simultâneo, menos egocêntrico, exigente, insatisfeito, picuínhas, rígido, neurótico e fascinado com o seu próprio umbigo.
É que na Vida, dificilmente encontramos o que não somos – não só porque, como dizia a Anais Nin, “nós não vemos o mundo como ele é. Nós vemos o mundo como nós somos”, ou como dizia o Goethe “Um Homem encontra no Mundo aquilo que transporta no seu próprio Coração” - mas porque para “encontrar” Amor, precisamos ser Amor.
O Amor não se “recebe” nem se “encontra”: dá-se. Faz-se. Produz-se. Levando paz aonde havia guerra, reconciliação aonde havia conflito, alívio onde havia sofrimento.
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Enquanto Júpiter não chega a Balança,
É através de Virgem que se faz o Amor.
Virgem é o signo dos animais de pequeno porte. Júpiter rege os cavalos. De repente, ocorre-me que Júpiter em Virgem pode trazer maior consciência, sensibilização e até legislação para proteger os direitos dos animais e da natureza. A consciência ecológica. O trabalho das associações de protecção de cães, gatos, e outros animais, estará em destaque – beneficiada? É bem possível.
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Não esqueçamos que Saturno e Júpiter são ambos planetas sociais, portanto com reflexo sobre a legislação, e que Saturno em Sagitário vai legislar sobre aquilo que Júpiter traga à sua atenção.
Talvez seja interessante saber, também, que Virgem rege os intestinos e Júpiter o fígado.
- às vezes, problemas nos intestinos têm como contraparte psicológica a dificuldade em aprender com as experiências da vida, isto é, a capacidade de retirar de tudo o que é experienciado ("engolido") o que é importante (a aprendizagem, é evidente, e esta exige humildade - um dos dons de Virgem) e deixar o resto ir. Senão, parece que temos que estar sempre a vivenciar as mesmas experiências (mesmo que em circunstâncias, e com personagens, diferentes, mas sempre a mesma experiência) até aprendermos o necessário - ou o suficiente -
E o fígado? Bem, o fígado tem dezenas de funções. Mas para o que nos importa mais aqui e agora, é saber que além de eliminar toxinas do sangue, e produzir bílis para ajudar a digerir a comida, o fígado transforma em energia o que comemos e bebemos. É, por isso, este orgão (regido por Júpiter) o que mais se ressente de todos os excessos cometidos - e se há "pecado" que possamos atribuir a Júpiter, é o da gula (mais, maior, melhor, mais, mais, mais...)
Então com Júpiter a transitar em Virgem, há esta magnífica janela de oportunidade ao nosso dispor: a de sermos mais discriminativos quer com os nossos hábitos, excessos e mecanismos de compensação, quer com os próprios nutrientes que ingerimos e de que nos fazemos (nós somos - também - aquilo que comemos, lembra-se?)
E pense por um instante naquilo com que procura (ou tem procurado, porque há sempre esperança) alimentar-se: relações, objectos, status, reconhecimento, dinheiro, emoções, experiências... pense na qualidade "nutritiva" desses "alimentos": está satisfeito com as suas escolhas? Servem? Nutrem? Alimentam? Fornecem a energia correcta, e na quantidade necessária, para @ apoiar na sua Jornada?
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Afinal, para que é que você haveria de querer um Júpiter a passar em Virgem, a não ser para repôr a verdade em todas estas dinâmicas da sua vida?
Não se admire de começar a ouvir falar cada vez mais da importância destas coisas. Gluten, doença celíaca, intolerâncias, alergias, irritações do cólon, obstipação, descobertas e avanços no tratamento do cancro do cólon e dos intestinos, etc. etc. etc.
Ainda recentemente, saiu um livro - sinal dos tempos - chamado, creio, "A vida secreta dos intestinos", em que estes são descritos como o segundo cérebro que temos no corpo. Aliás, basta ver a sua forma tremendamente parecida com as circunvoluções do cérebro, para imaginarmos que partilhem de princípios idênticos, por uma espécie de "ressonância" de forma.
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O que ocupa lugar, seguramente, é a quantidade de merda que você tem para liberar.
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