terça-feira, 17 de dezembro de 2013
O riso
O riso é um dos fenómenos mais misteriosos da existência.
Ele surge espontaneamente quando algo dentro de nós se harmoniza com o todo.
Poucas são as pessoas que percebem que, no momento do riso, a mente pára.
Sim, é impossível rir e pensar ao mesmo tempo.
Quando ouvimos uma piada, a nossa mente fica tão concentrada na história, que o turbilhão de pensamentos fica em suspenso por alguns segundos.
E, quando o final chega e o riso vem, a mente entra num estado de completa paralisia.
Muitos mestres espirituais utilizavam este recurso como forma de manter a atenção dos discípulos focada no presente e, consequentemente, fora do padrão habitual da mente, que permanece sempre viajando entre o passado e o futuro.
O riso, portanto, pertence à dimensão do silêncio, do espaço dentro de nós onde o divino habita. Quanto mais formos capazes de permanecer num estado de relaxamento, totalmente entregues apenas ao momento presente, maiores serão as chances de que o riso brote espontaneamente.
A alegria surge da fonte original do ser, mas a mente faz-nos acreditar que ela só pode resultar de um estímulo exterior.
Por isso, vivemos o tempo todo buscando fora de nós algo que desperte a nossa capacidade de experimentar o êxtase.
Voltar-se para dentro é a chave para redescobrir o riso espontâneo, natural, que toda a criança traz em si ao nascer.
Elisabeth Cavalcante
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