segunda-feira, 27 de abril de 2020

Visão e Percepção





A mente proporciona uma estrutura, 
conhecimento específico e 
conjecturas específicas para os olhos verem. 
A Mente constitui o universo 
que então os olhos vêem. 
Por outras palavras, 
a nossa mente está embutida nos nossos olhos.

Henryk Skolimowski



  • Se tudo o que eu vejo se baseia no que já sei, como poderei percepcionar alguma coisa nova?
  • Se nunca percepcionar algo novo, como irei mudar?
  • Como irei crescer e evoluir?


Nadadores e mergulhadores, velocistas, saltadores em altura, halterofilistas e outros atletas de alta competição habituaram-se a visualizar interiormente os seus eventos ao pormenor, usando todos os seus sentidos de forma a simular toda a acção que querem desenvolver. Isto parecia muito invulgar inicialmente, principalmente com atletas competitivos cheios de testosterona que não conseguiam perceber o valor de estar sentados quietos de olhos fechados, mas agora está absolutamente provado que funciona e é comum.

Quem Vê o Quê
Cinco níveis encaixados de processamento cerebral, para conseguirmos ler cada uma destas letras.
Os nossos olhos não se resumiram a enviar uma imagem de cada letra. O nosso cérebro processou a informação visual enviada pelos nossos olhos para "construir" estas letras.
A forma como o faz é descodificar em primeiro lugar os impulsos que chegam em formas básicas de cores e padrões. Depois começa a encontrar correspondências com memórias armazenadas de coisas semelhantes, a associar isso com emoções e a fazer corresponder os significados a eventos, unindo isso tudo numa "imagem" integrada e envia-a ao lóbulo frontal quarenta vezes por segundo.
Nem sequer vemos continuamente.
É como ver fotogramas a passar.
Isto significa que os nossos cérebros pintam tudo o que nós vemos.
Digamos que estou a olhar para uma floresta. O meu cérebro está a pintar cada folha em cada árvore que vejo. Fá-lo ligando a imagem a memórias, ou redes de neurónios, de folha, cor, formas, ligando tudo.
Isto parece muito excessivo e contrário à forma como andamos no mundo.
Então, como é que os neurofisiólogos chegaram a este esquema?
Estudando pacientes que tiveram um AVC, Acidente Vascular Cerebral.
nesses pacientes, uma parte do cérebro deixava de funcionar, e os cientistas puderam observar como isso afectava o sentido da visão, e assim puderam confirmar que eram os olhos que enviavam todos os sinais. o local onde o nervo óptico atravessa o olho até à parte de trás da cabeça não tem receptores visuais. Assim, seria de esperar que se fechássemos um olho, veríamos um ponto preto do meio. Mas isso nunca acontece. Porque, é o cérebro que pinta a imagem, e não o olho.

Somos bombardeados com enormes quantidades de informação que chega ao nosso corpo e que processamos. Chega através dos nossos órgãos dos sentidos, é filtrada, e a cada passo eliminamos informação e, finalmente, o que chega à consciência é a que é mais conveniente.
Candace Pert


  • O que é que eu não consigo ver mas que quero ver?
  • Como é que as minhas emoções afectam e causam efeito na minha percepção da realidade?
  • Como posso conceber algo novo se estiver bloqueada no meu velho paradigma?
  • O que estou disposta a mudar de forma a ver a realidade de forma diferente?
  • Em que medida mudar a minha realidade pode mudar as minhas percepções?
  • Será melhor? Diferente? Ambos?


Fechar os olhos e "visualizar" o objecto produz os mesmos padrões cerebrais que "olhar" para o objecto.
Não só o cérebro não distingue o que vê no meio ambiente do que imagina, como também não sabe a diferença entre uma acção feita e uma visualizada.
Isto foi descoberto por Edmund Jacobson.

O seu cérebro não sabe a diferença entre o que se passa lá fora e cá dentro.
Joe Dispenza

Não existe um "lá fora" lá fora, independente do que está a acontecer "aqui dentro"
Fred Alan


A Verdade Acerca da Percepção
A percepção é um processo complexo e multifacetado que se inicia quando chega aos nossos neurónios sensoriais informação do ambiente e estes enviam sob forma de impulsos eléctricos ao cérebro.
Os nossos inputs sensoriais são limitados.
Não conseguimos ver luz infravermelha, nem sentir campos electromagnéticos como os pássaros que os usam para navegação. Ainda assim, a quantidade de informação que nos chega dos cinco sentidos é inacreditável - na ordem dos 400 mil milhões de bits por segundo.
É claro que não recebemos e processamos conscientemente nada perto disso - os investigadores dizem que apenas 2 mil chegam ao nosso consciente. Enquanto o cérebro trabalha a "tentar criar uma história do mundo para nós", tem de se livrar de muita informação extra.

O cérebro tem de excluir uma quantidade tremenda de informação que é na verdade insignificante para nós. Fá-lo inibindo coisas. Fá-lo evitando certas respostas e que certas partes da informação neural cheguem ao consciente e, ao fazê-lo, ignoramos a cadeira em que estamos sentados. Ou seja, ignoramos o conhecido. Depois há o ignorar o desconhecido...
Se vemos algo que o cérebro não consegue identificar, agarramo-nos a algo semelhante. Se não houver nada parecido, ou se é algo que sabemos que é irreal, descartamo-lo com "devo estar a ter visões".

Dr. Andrew Newberg

Então, nós não percepcionamos realmente a "realidade"; vemos a imagem da realidade que o nosso cérebro construiu a partir do input sensorial, com inúmeras associações das vastas redes neurais do nosso cérebro. Depende das experiências que tivemos e de como processamos a informação que realmente cria o nosso mundo visual...O cérebro é aquilo que em última análise percepciona a realidade e cria para nós a nossa interpretação do mundo.

Os nossos olhos estão sempre em movimento.
Em movimento sobre todo este Campo de Energia.
Então por que é que se concentram e começam a admitir uma área e não outra?
É muito simples: nós vemos aquilo em que queremos acreditar.
E afastamo-nos das coisas que são pouco familiares ou desagradáveis.

Candace Pert


Emoções e Percepções
Não é só o que que acreditamos que é real, mas também como nos sentimos acerca do que os nossos sentidos estão a apanhar, que determina como e se o vamos percepcionar.
As nossas emoções decidem o que vale a pena dar atenção.
Decidir o que se torna um pensamento que chega ao consciente e o que permanece um pensamento-padrão por digerir, enterrado num nível mais profundo no corpo, é mediado pelos receptores.

As emoções servem para reforçar quimicamente algo numa memória a longo termo.
É por isso que as temos.

Joe Dispenza

As nossas emoções estão ligadas num nível baixo de percepção visual, perto do primeiro passo. Isto faz sentido do ponto de vista evolucionário. Se estivermos num trilho e saltar à nossa frente um tigre, iremos processar a imagem de desatar a correr antes sequer de percebermos porquê.
Mesmo depois de descartarmos o "irreal" (marcianos) e o "irrelevante" (o cheiro do champô), ainda sobram muitos bits.
As emoções dão-lhes a sua importância ou peso relativo.
São um atalho para a percepção.
Proporcionam-nos também a capacidade única de não ver simplesmente o que não queremos ver.

O único filme que passa no nosso cérebro é o que temos capacidade de ver.
Ramtha


Paradigma e Percepção
Então, se construímos a realidade a partir das nossas memórias armazenadas, das emoções e associações preexistentes, como é que concebemos algo novo?
A resposta é conhecimento novo.
Ao expandirmos o nosso paradigma, o nosso modelo do que é real e possível, adicionamos novas opções à lista do nosso cérebro. Essa lista é apenas uma descrição da realidade baseada na nossa experiência pessoal, não é a realidade propriamente dita.
Novos conhecimentos podem abrir as nossas mentes a novos tipos e níveis de percepção e experiência. Nova informação é importante, mas o conhecimento completo envolve tanto compreensão como experiência. Se quisermos saber o que é comer um pêssego, podemos dar-nos informação (é sumarento, doce, suave...) mas nunca iremos saber o que é trincar um.
Então, para expandirmos o nosso paradigma e nos abrirmos a uma vida maior, temos de passar por novas experiências.

Perseguir-se a si próprio!
in, A Viagem a Ixtlan
Carlos Castaneda

Ou seja, aprender os próprios hábitos como se estivesse a estudar uma presa, de forma a que se possa apanhar a fazer o habitual e, fazer algo completamente novo.
Quando compreendemos que apenas somos capazes de sentir a vida dentro dos limites do que já sabemos, torna-se óbvio que se queremos ter uma vida maior e mais rica, se queremos mais oportunidades de crescer, atingir coisas e de ser felizes, precisamos de dar um empurrão a nós próprios fazendo grandes perguntas, experimentando novas emoções e adquirindo mais informação para as nossas redes neurais.


EXPANDIR A CONSCIÊNCIA!


Nós criamos o mundo que percepcionamos!
Quando abro os olhos e olho à volta, não é "este mundo" que vejo, mas o que o meu equipamento sensorial humano é capaz de ver, o mundo que o meu sistema de crenças me permite ver, e o mundo que as minhas emoções se preocupam em ver ou não.
Estamos constantemente a criar o nosso mundo de várias formas.
A visão e a percepção são a forma científica verificável mais óbvia de fazer isso.

A questão fulcral é:
Acaba aí?
Será este o limite da nossa influência no mundo que vemos?

Karl Pribram revolucionou a forma como se vê o cérebro, dizendo que ele é essencialmente HOLOGRÁFICO!
Disse que o seu processamento se espalha por todo o cérebro, e que, como um holograma, cada parte contém o todo.
Depois, aplicou este modelo à forma como percepcionamos.

Ele disse que o Universo é Holográfico.
E que a única razão pela qual sentimos que estamos "dentro" da realidade, em vez de apenas a "percepcionar", é porque o nosso cérebro se liga holograficamente ao "lá fora" (em ambos os casos o tempo e o espaço desaparecem), e assim, a nossa percepção não é apenas processada no cérebro, mas saindo do cérebro para interagir com o "lá fora".
E é por isso que, por melhores que sejam os óculos da realidade virtual, nunca o irão convencer completamente de que está "dentro" dessa realidade.

Mas, se a realidade é holográfica,
Será possível percepcioná-la directamente?
Os nossos sentidos são limitados; são formas de biscoitos a cortar a realidade.
Mas, exploradores da consciência relatam que é possível sentir o mundo por inteiro, directamente, todo o universo e um grão de areia, de uma só vez.
E desse ponto de vista, tudo o que percepcionamos com os sentidos é "maya", é ilusão.
Por isso, tudo é apenas um ponto de vista.


in, Afinal o que sabemos nós?






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