quinta-feira, 10 de maio de 2012

As palavras que nunca te direi


Este livro é muito bom! Já o tinha lido há algum tempo mas senti necessidade de o ler novamente por aquilo que ele tenta transmitir... não sinto forças para largar um amor do passado! A verdade é que ainda não encontrei quem poderá fazer frente a esse amor, quem me tenha encantado de uma maneira que eu nunca mais o largaria, tal como a Theresa o fez!



Descrevi as cartas que Garret fez para Catherine, porque me identifico bastante com algumas coisas escritas por ele.




“Minha querida Catherine, sinto a tua falta meu amor, como a sinto sempre, mas hoje está a ser particularmente difícil para mim porque o oceano tem estado a cantar para mim, e a canção é a da nossa vida juntos...

Lamento ter estado tanto tempo sem falar contigo, sinto que andei perdido, sem rota nem bússola. Deixava-me ir ao encontro das coisas, sentia-me elouquecer. Nunca me tinha sentido perdido, tu eras o meu verdadeiro Norte. Quando tu eras o meu porto, eu sabia sempre voltar para casa. Perdoa ter ficado tão zangado quando partiste, continuo a achar que isto foi um erro e estou à espera que Deus o corrija. Mas já ando melhor, o trabalho ajuda-me, acima de tudo tu ajudas-me! Ontem à noite apareceste-me em sonhos com aquele sorriso que sempre me prendeu a ti e me consolou. Do sonho restou apenas uma sensação de paz... acordei com essa sensação e tentei conservá-la o mais possível. Escrevo para te dizer que estou a trabalhar para alcançar essa paz, e para te dizer que lamento tantas coisas. Lamento não ter tratado melhor de ti. Para que nunca sentisses frio, medo, para que nunca te sentisses doente. Lamento não me ter esforçado mais por te dizer o que sentia, Lamento todas as vezes que discuti contigo, lamento não te ter pedido mais vezes desculpa , era demasiado orgulhoso. Lamento não ter elogiado tudo aquilo que vestias e todos os teus penteados. Lamento não ter tido forças para te agarrar e impedir que Deus te afastasse de mim.

Não passa uma hora sem que te sinta comigo. Arranjo barcos, experimento-os, e enquanto isso, as memórias sobrevêem, como uma maré. Hoje Lembrei-me de quando éramos novos, e tu trocatse o nosso mundo por outro maior. Tive muito mais medo do que deixei transparecer, lutei contra ele dizendo para comigo que um dia voltarias e imaginando o que te diria quando voltasse a ver-te. Devo ter considerado uma centena de possibilidades. E o que acaba por dizer? Pouco! A minha boca recusou-se a trabalhar excepto para te beijar, e quando disseste: “Vim para ficar”, ficou tudo dito, voltei ao mesmo.
Não paro de pensar no que te diria, se tu arranjasses forma de voltar."

                                                     

Acabou por morrer quando ia entregar a ultima carta a Catherine, em alto mar...


"Comecei a viver quando te encontrei e dei-me por morto quando não consegui salvar-te. Julguei que podia manter-nos vivos se me agarrasse à tua memória, mas enganei-me. Uma mulher mostrou-me que se tivesse a coragem de sentir, poderia voltar a amar por muito profunda que fosse a minha vida. Ela fez-me compreender que eu estava apenas meio vivo. Isso assustou-me e fez-me sofrer. Só percebi quanto precisava dela quando a vi desaparecer. Quando o avião dela descolou, senti que algo dentro de mim se rasgava e percebi. Devia ter ido atrás dela. Amanhã vou até ao cabo ventoso e vou despedir-me de ti. E deopis vou ter com ela e vou tentar reconquistá-la. Se o conseguir sei que me abençoas e que nos abençoas a todos, se não conseguir, serei igualmente abençoado, pois tive o privilégio de amar duas vezes. Graças a ela! E se te disser que a amo tanto quanto te amei, ficas a saber tudo."



Será possível recomeçar e dar uma nova oportunidade ao amor quando perdemos alguém que amamos? Será que é possível baixar as barreiras que erguemos à nossa volta quando o amor acaba?

É exactamente isto que sinto... Parece que estas barreiras não se afastam de mim. Eu quero e luto contra isso mas está muito complicado... como Dogde, o pai de Garret no filme, diz: "tens de escolher entre o ontem e o amanha e sê coerente!" mas o amanha ainda não me apareceu, ainda não descobri o amor que me irá fazer frente ao passado para que eu possa escolher... assim limito-me a esquecê-lo diariamente!





Por fim fica a mensagem que Catherine deixou antes de morrer!
E que eu também gostava de acreditar... mas há amores que nos iludem e nos magoam tanto que depois se torna muito, mas muito dificil acreditar novamente que o amor é a coisa mais linda da vida de uma pessoa e que não nos vamos magoar outra vez!

A mensagem dizia:

"Para todos os navios no mar, e todos os portos de abastecimento. Para a minha família e para todos os amigos e desconhecidos. Isto é uma mensagem e uma oração...
A mensagem é que as minhas viagens me ensinaram uma grande verdade. Já tinha aquilo que muitos procuram e que poucos encontram: Aquela pessoa no mundo que nasci para amar para sempre. Uma pessoa como eu, da zona de Outer Banks do misterioso Atlântico azul. Uma pessoa rica em tesouros singelos que se fez aquilo que é. Um porto no qual estou sempre em casa. E não há vento nem sarilho, nem mesmo uma pequena morte, capaz de destruir esta fortaleza. 
A oração é a pedir que toda a gente encontre um amor assim e através dele seja curado! 
Se a minha oração for ouvida, toda a culpa será apagada, todos os remorsos, e no final toda a raiva será extinta... Por favor Deus, Amém."


Original: "Message in a Bottle"

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