sábado, 6 de junho de 2015

What the bleep do we know? - Quem Somos Nós?

                                   


Filme de 2004, combina documentário, entrevista e uma narrativa ficcional para conectar a ciência à espiritualidade, baseado nos ensinamentos de JZ Knight/Ramtha.
Neurologia, Mecânica quântica, Psicologia, Epistemologia, Ontologia, Metafísica, Pensamento Mágico e Espiritualidade. O filme apresenta entrevistas com "especialistas" em ciência e espiritualidade, intercaladas com a história de uma fotógrafa surda e como ela lida com a sua situação. A animação digital é uma forte característica no filme. O filme tem recebido críticas de toda a comunidade científica. Físicos, em particular, reclamam que o filme distorce o significado de alguns princípios da mecânica quântica.

Com conexões propostas pela Neurociência e a física quântica.
Algumas ideias discutidas no filme são:

- O universo é mais bem compreendido como construído pelo pensamento (ou ideias) mais do que de substância;
- O que tem sido considerado "espaço vazio" é tudo menos vazio;
- Nossas crenças sobre o que nós somos e o quem nós realmente somos é real, não a simples observação, mas nós mesmos formamos a nossa realidade.
- Peptídeos produzidos no cérebro podem causar uma reacção no corpo em resposta às emoções, resultando em novas perspectivas para os velhos adágios tais como "pensar positivamente" e "ser cuidadoso com o que você deseja."

Na parte ficcional, Amanda, uma fotógrafa surda (interpretada por Marlee Matlin) actua como o avatar (espécie de alter-ego) do espectador enquanto ela experimenta a sua vida a partir de um novo começo e com diferentes perspectivas.

Na parte documental do filme, alguns especialistas científicos da física quântica, biologia, medicina, psiquiatria e teologia discutem as raízes e significados das experiências de Amanda.
Aos espectadores não é dito quais são as credenciais dos especialistas até o final do filme.
Os comentários dos especialistas científicos, convergem para um simples tema: 
"Nós todos criamos a nossa realidade." 
Entre os autores que argumentam neste sentido, incluem-se Jane Roberts (o livro de Seth), Richard Bach (Fernão Capelo Gaivota e Ilusões), os escritos de Abraham-Hicks, e de Deepak Chopra, Wayne Dyer e David R. Hawkins, Amit Goswami, John Hagelin, Stuart Hameroff, JZ Knight/Ramtha , Andrew Newberg, Candace Pert, Fred Alan Wolf, David Albert.

Enquanto pode parecer que eles apoiam as ideias apresentadas no filme, segundo um artigo da revista Popular Science alguns ficaram "furiosos com o produto final." O artigo declara que Albert, Amit, entre outros, concederam aos cineastas uma entrevista de cerca de quatro horas sobre mecânica quântica, não a relacionando com a consciência ou a espiritualidade. 
As entrevista teriam sido editadas e incorporadas no filme de um modo que eles alegam deturpar as suas posições. 

A física quântica surgiu no começo do século XX a tentar explicar o mundo dos muito pequenos, o mundo das partículas sub-atómicas. Tal ramo da ciência foi criado após a publicação de um artigo pelo jovem cientista Albert Einstein que falava sobre o que era a luz, jorros de partículas electromagnéticas, os fótons.


Quem Somos Nós, em inglês What the Bleep do we Know!?, é um documentário de pseudociência que fala sobre os conceitos de mecânica quântica. 
Para um leigo, é praticamente impossível distinguir em qual parte do documentário se começa a viajar no mundo dos unicórnios.

Este documentário relaciona a ciência com a espiritualidade, consciência (não em referência aos estudos em filosofia da mente e neurociência, mas com base em pseudociências) e outras crenças esotéricas New Age, repassando a informação como algo comprovado pela ciência, em especial, pela mecânica quântica.
A mecânica quântica não fala sobre espiritualidade, consciência ou meditação, e a ciência ainda não conseguiu explicar a consciência (os últimos estudos foram inconclusivos).

O documentário é apresentado por um ex-padre que pregava o evangelho do irmão gémeo de Jesus, um médico que quer curar os gays e acha que os liberais são deficientes mentais, outro que exerce uma terapia não reconhecida pela ciência, um físico praticante de levitação, um homem morto há 35.000 anos que encarna numa mulher loira e, em má companhia neste grupo, um físico sério enganado pelos discípulos de uma seita maluca.

Quem somos nós?

1 – A física quântica diz-nos que a realidade não é fixa – partículas subatómicas só passam a existir quando eles são observadas.

2 – A nossa mente tem um enorme potencial, mas só usamos uma pequena parte dela para o pensamento consciente, e perdemos muito do que está a acontecer ao nosso redor.

3 – Se a tua mente é o “observador”, deves ser capaz de escolher qual das muitas realidades possíveis em torno de ti vem à existência – tu podes criar a tua própria realidade, e provavelmente virá sem medicação anti-ansiedade para arrancar.


“A mecânica quântica calcula apenas possibilidades. Quem ou que escolhe entre essas possibilidades para trazer o evento real da experiência? A consciência deve estar envolvida. O observador não pode ser ignorado.”
Amit Goswami
in, Quem Somos Nós.


“A realidade física é absolutamente uma rocha sólida, mas ele só passa a existir quando ele bate contra outro pedaço de realidade física – como nós, ou uma pedra.”
Dr. Jeffrey Satinover (psiquiatra, doutorando em física)
in, Quem Somos Nós.


NOTA: Quando eles usam a palavra “observar”, na verdade significa “interagir com o”, e não olhar ou pensar.

“As partículas aparecem e desaparecem – para onde vão quando não estão aqui? Uma resposta possível: elas vão para um universo alternativo onde as pessoas estão a fazer a mesma pergunta: ‘Para onde elas foram?'”
Fred Alan Wolf
in, Quem Somos Nós.


“Sua mente não pode dizer a diferença entre o que vê e o que se lembra de”
Dr. Joseph Dispenza (quiroprático) 
in, Quem Somos Nós.


“Nosso cérebro recebe 400 bilhões de bits por segundo de informação, mas só somos conscientes de 2000 bits por segundo. A realidade está a acontecer  todo tempo no nosso cérebro  – estamos a  receber a informação mas ela não está a ser integrada.”
Andrew B Newberg (médico radiologista) 
in, Quem Somos Nós.


“Só podemos ver o que é possível – os índios americanos nas ilhas caribenhas não puderam ver os navios de Colombo (ao horizonte) pois eles estavam além do conhecimento deles.”
Dr. Candace Pert (ex-cientista, actual guru da nova era) 
in, Quem Somos Nós.


“Se pensamentos podem fazer isso com a água, imagina o que os nossos pensamentos podem fazer connosco.” Observou um fã do Dr. Masaru Emoto no filme.



Aspectos controversos do filme:

- A história sobre os povos indígenas das Américas serem incapazes de ver as caravelas de Cristóvão Colombo. Entretanto, não há menção a isto nos relatos sobre tais viagens, e as tradições orais dos índios americanos se perderam nos 150 anos que se seguiram à descoberta, sob domínio espanhol. Nenhuma das pessoas que Colombo encontrou primeiro — os Arawaks — tem qualquer descendente comprovado até os tempos modernos, então torna-se cientificamente impossível saber qual foi a experiência vivida pelas mesmas.

- A sequência animada que mostra sinais eléctricos movendo-se e atravessando directamente uma clivagem (divisão) sináptica é ilusória. Os sinais são de facto carregados quimicamente entre os neurónios via neurotransmissores; e são propagados electricamente apenas por dentro de neurónios individuais e por meio de "junções intervaladas" ("gap junctions").

- Também é afirmado no filme que 20 aminoácidos são criados no corpo humano. Entretanto, a ciência actual admite que somente 12 podem ser sintetizados por humanos; os 8 aminoácidos restantes são considerados essenciais e devem ser adquiridos a partir da alimentação.

- A mais forte crítica ao filme é que as ideias e teorias apresentadas seriam baseadas nas crenças de JZ Knight, um médium que alega canalizar o guerreiro lemuriano Ramtha, o qual teria criado um exército e lutado contra os Atlantes há mais de 35 000 anos.

- Alguns pontos sobre a mecânica quantica são ignorados neste filme. A mecânica quântica lida com pequenos sistemas, e efeitos quânticos (especialmente o princípio da incerteza) de Heisenberg, que são aplicáveis apenas em pequenas escalas. A exploração do filme destes efeitos é baseada em premissas discutíveis.

- As declarações dos físicos feitas são entrecortadas com declarações dos doutores em medicina, grupos que criaram sua própria religião, entre outros.
Algumas declarações do filme sobre a mecânica quântica divergem do que os físicos têm descoberto sobre a mecânica quântica.

- Os factos mensurados pela observação são mais prosaicos ainda. O efeito do observador na mecânica quântica não é sobre pessoas ou realidade, como é relatado no filme. Ela vem do Princípio da Incerteza de Heisenberg, e é sobre as limitações ao tentar medir a posição e o momento das partículas subatómicas.

- Os pedaços de matéria que compõem as partículas subatómicas (prótons, neutrons e eléctrons) não existem em nenhuma maneira prática, mensurável, a menos que eles estejam interagindo uns com os outros. Uma vez que eles não colidem uns com os outros, eles formam os seus pequenos eus regulares.
Mas isto só se aplica às partículas subatómicas – uma rocha não precisa que tu esbarres nela para existir. Ela está lá. As partículas subatómicas que compõem os átomos que compõem a rocha também estão lá.
E isso certamente não depende de um observador para fazer isso acontecer.
Enquanto uma partícula subatómica está interagindo com outra partícula subatómica, elas existem independentemente de onde tu estás ou o que tu está a fazer.

- Partículas não vão a lugar nenhum, como diz Fred Alan Wolf. Partículas são flutuações – as regras da física dizem que é perfeitamente normal que elas existam nalgum momento e/ou lugar e serem inexistentes noutro momento e/ou lugar.




Este filme, assim como o filme "O Segredo", na minha opinião, são para serem levados em pouca conta, porque são a chamada "fast food" da Espiritualidade, que está tão na moda com a New Age.
Falam dos assuntos de uma forma muito superficial apenas com o objectivo do lucro.
Para além de que, já foi feito há mais de 10 anos...muita coisa já se descobriu na Física Quântica depois do filme.


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