"Sem a melancolia, a terra congelaria num estado fixo, previsível como metal.
Deste modo, o mundo se torna desinteressante e morre.
Todo mundo ficaria contente com o que lhe é dado (que, alias, é o sonho do mercado - a satisfação completa do freguês).
Mas quando a gente permite que a melancolia floresça no coração, o universo, antes inanimado, ganha vida, subitamente.
Regras finitas dissolvem-se diante de infinitas possibilidades.
A felicidade torna-se pouco - passamos a querer algo mais: a alegria.
Mas, por que não aceitamos isso e continuamos a desejar o inferno da satisfação total, a felicidade plena?
A resposta é simples: por medo.
A maioria se esconde atrás de sorrisos tensos porque tem medo de encarar a complexidade do mundo, seu mistério impreciso, suas terríveis belezas.
Para fugir desta contemplação atemorizante, nos perdemos em distracções vãs e num bom humor programado.
Somos de uma natureza incompleta, somos de vagas potencialidades, e isto faz da vida uma luta constante em face do desconhecido."
"Usamos uma máscara falsa, sorridente,
um disfarce para nos proteger do abismo.
Mas, este abismo é também nossa salvação.
Ser contra a felicidade é abraçar o êxtase.
A aceitação do incompleto é um chamado à vida.
A fragmentação é liberdade.
É isso aí.
A felicidade tem um pouco de tristeza."
Arnaldo Jabor
"A melancolia,
é a felicidade de estarmos tristes"
Victor Hugo
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