quinta-feira, 4 de junho de 2015

Assassínio organizado é sinónimo de guerra


foto Laura Zalenga

"É estranho termos tão poucos laços com a natureza, com os insectos, com a rã saltitante e com o mocho que pia por entre os outeiros, chamando a sua companheira.
Nunca demonstramos ter uma certa simpatia por todos os seres vivos da terra.
Se pudéssemos estabelecer uma relação intensa com a Natureza, nunca mataríamos um animal para saciar o nosso apetite, nunca feriríamos nem dissecaríamos um macaco, um cão, uma cobaia para nosso proveito.
Encontraríamos outras formas de cicatrizar as nossas feridas, curar os nossos corações.
[…]
O ser humano matou e continua a matar milhões de baleias e tudo o que obtemos desse massacre pode ser conseguido por outros meios.
Mas, ao que parece, o Homem gosta de matar, gosta de matar o veado em fuga, a gazela maravilhosa e o elefante pujante.
Adoramos matar-nos uns aos outros.
Esta chacina humana nunca se deteve em toda a história da vida do Homem na Terra.
Se conseguíssemos – e é imperativo fazê-lo – estabelecer uma relação profunda e duradoura com a Natureza, com as árvores, os arbustos, as flores, a erva e as nuvens velozes, nunca mais massacraríamos outro ser humano, por motivo algum.
Assassínio organizado é sinónimo de guerra."


Jiddu Krishnamurti
in, Natureza e Meio Ambiente
Edições 70, 1997, p. 71

Sem comentários:

Enviar um comentário