I once loved one woman,
she took my only heart
and right there in front of me,
she had ripped it apart
I knew she didn't mean to,
and the fault is mine to blame
but the guilt and pain remains
All over again
but now I understand,
why she go away
now I understand
why she didn't stay
She was afraid to love,
and afraid to take a chance
She was afraid to leave
and make another stance
She was afraid to make her mark
on societies wall and life
She was afraid to take a leap,
as she could fall very deep
But despite of this things
She choose to stay within
Even though she had her chance
To be free at all times
They say its just a phase,
that I'll get over it soon
they say it is a disease,
like the werewolf and the moon
but deep down in my heart,
I know it isn't so
because I have to be strong,
so I can show
People like the one woman
who threw me in a bin
that no matter how hard they try,
we will never give in!
cause what's the point of hurting us?
so we can feel very bad?
we can understand what its like?
To feel very sad
but guess know what?
it does not matter at all
cause later on in life
they will suddenly see
that the reason I was a transman
is because it was the real ME
so go on a call out names
and raise your heads so high
but remember who I am,
just before you die
remember that I was strong
and managed to pull through
and remember that if I can do it,
then so can you
Devi Angel
"Quanto a mim, a questão do transgénero, atualmente na moda, que leva a que uma mulher escolha ser homem ou um homem mulher (por achar que está no corpo errado) é ainda uma manifestação de uma conceção binária da sexualidade: ter de escolher ser macho ou fêmea. Na novela do Jorge Sena, "O Físico Prodigioso", há algo mais complexo que a bissexualidade ou a transgenericidade: há coexistência, por vezes simultânea, em cada um de nós, de vários géneros, várias sexualidades."
Melo e Castro
"Cada um com o seu contrário.
Cada um de nós não é uma identidade estanque, imutável, mas somos um vórtice de contrários a viver neste corpo único que temos, quer seja um corpo masculino ou feminino. E ao contrário de muita literatura sobre as questões sexuais, nomeadamente a homossexualidade ou a bissexualidade, no "Físico Prodigioso" a ambiguidade sexual é vivida não com nostalgia de uma perfeição perdida, mas como prazer.
A fragmentação da identidade não é aqui geradora de nostalgia ou de derrocada da psique, mas como gozo e como caminho para uma identidade mais total.
O Físico Prodigioso tem uma carga metafísica que se torna ainda mais densa no seu final filosófico, uma alegoria sobre a incompletude do ser humano só resolvida pela Natureza nos seus ciclos de renascimento e morte.
Transexualidade ou o eterno retorno, este "Físico Prodigioso", mais do que uma novela erótica, é o retrato de uma humanidade prometeica e faustica, disposta a tudo para superar a natureza mas sem nunca o conseguir totalmente.
Em última instância, é também um texto sobre a Liberdade (não como coisa política) mas como caos, desordem, magias fundamentais ao ato de criação e ao ato de leitura."
Melo e Castro
"Dá-me uma vergonha que ferve quando leio certos comentários das pessoas. Quem são, caraças? Quem são essas pessoas, esculpidas a ódio, moralistas de pé-coxinho, carrascos da santa inquisição? Tenho me esforçado para educar as minhas filhas, para que elas aceitem, promovam e defendam o direito à diferença até que tudo se dilua num mantra perfeito de igualdade e respeito. Temos que sonhar, senão não vamos lá chegar. Não permito, e não permitirei, no que de mim depender, que à minha frente e das minhas filhas, se pronunciem comentários xenófobos, homofóbicos ou racistas. Atitudes, ainda menos. E não faço apenas, porque tenho aquele medo: “não vá ter eu uma surpresa”. Faço-o porque no meu quadro de valores a Liberdade está no escalão mais alto.
Há uma frase de um filme do Almodóvar que costumo repetir muitas vezes, quando alguém, numa conversa da treta, comenta que “alguém fez uma plástica” ou que “não parece natural” ou declinações do género:
“As pessoas são tão mais verdadeiras
quanto mais se aproximam daquilo que sonham ser”.
Isabel Saldenha
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