Meditação é uma transformação de todo o seu ser. Você não é mais parte da multidão, não é mais um parafuso da máquina. Você tomou a responsabilidade sobre os seus próprios ombros; tornou-se um indivíduo livre.
A nacionalidade irá desaparecer, porque são linhas arbitrárias criadas pelo homem — a sua existência é algo feio porque mostra que o homem ainda não é maduro; senão qual é a necessidade de haver tantas nações, e de cada nação ter enormes exércitos?
As pessoas estão morrendo de pobreza, e setenta por cento do rendimento nacional em todo o mundo vai para gastos militares. A humanidade está vivendo apenas com trinta por cento e os exércitos ficam com todo o restante — naturalmente, porque eles venderam suas vidas e estão se preparando para a morte, seja para matar ou ser morto.
Isso parece ser tão inútil.
Por que deve haver guerras?
Por que deve existir violência?
(...)
O homem de meditação está destinado a ser cidadão do mundo.
Ele não irá ser cristão, ou hindu, ou maometano, porque ele se relaciona com a existência por si mesmo.
(...)
À medida que você se torna mais silencioso, que seus olhos se tornam mais claros, que a fumaça ao seu redor desaparece, as religiões, nações, discriminações entre preto e branco, entre homem e mulher, começam todas a desaparecer.
Está certo você se sentir sem idade.
A meditação começa por levá-lo além do tempo, porque ela vai também levá-lo além da morte.
Você ficará surpreso ao saber que em sânscrito há apenas uma palavra para morte e tempo. A palavra é Kal.
Kal significa também amanhã — amanhã haverá apenas a morte e nada mais; a vida é hoje.
À medida que você se torna mais tranquilo... as suas tensões são o seu peso. Quando as tensões não existem mais, você se torna leve, sem peso. E a consciência, que é a sua realidade, não tem limitação de espaço e tempo.
Seu corpo cresce da infância para a juventude, para a velhice e para a morte.
Essas mudanças estão ocorrendo apenas ao corpo.
São uma troca de mobília da casa, ou uma nova pintura, ou uma nova fachada, mas o homem que vive na casa, o chefe da casa, não é afetado por essas coisas.
A consciência é o mestre.
O seu corpo é apenas a casa.
No momento em que você entra em meditação, você toca, dentro de si mesmo, em algo universal — algo que não tem idade, que não tem limitações seja de tempo ou espaço.
Isto não está acontecendo somente a você. Eu recebo muitas cartas de sannyasins velhos, dizendo que eles estão se sentindo tão jovens que não sentem nenhum contraste de gerações.
Eles se misturam com jovens e nem por um momento lhes vem a ideia de que eles têm oitenta anos e que os outros têm apenas vinte. Eles se comunicam e ninguém acha isso estranho.
Uma mulher sannyasin, da Escócia, escreveu para mim:
"Agora, Osho, já está um pouco demais!"
Ela está com setenta e oito, e agora está correndo atrás de borboletas! Todo o vilarejo pensa que ela ficou louca, porque ela está continuamente rindo e se divertindo e ninguém consegue acreditar nisso.
Por eles a terem visto sempre miserável, não podem acreditar no que aconteceu. Ela está se comportando como uma criança. Ela me perguntou:
"O que eu devo fazer? Devo tentar me comportar da maneira antiga?"
Eu disse a ela:
"Você pode tentar, mas não vai ser bem-sucedida. Não perca seu tempo, continue a correr atrás das borboletas. E por que se importar com os idiotas de sua cidade? Divirta-se."
Meditação não é algo mental.
Meditação é algo que diz respeito ao seu ser.
É necessário apenas uma pequena conexão... e, de súbito, tudo é diferente.
O corpo continuará seu caminho, mas você saberá que não é seu corpo.
Pessoas morrerão, mas você saberá que a morte é impossível.
A sua própria morte virá — mas a meditação o prepara para a morte, para que você possa ir dançando e cantando para o derradeiro silêncio, deixando a forma para trás e desaparecendo no sem-forma.
Osho
in, "Após a meia-idade : Um céu sem limites"
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