Quisera fosse um suspiro
que me seduzisse
inteira.
Algo sussurrado
aos ouvidos
que me fizesse
prisioneira.
Quisera mãos
me afagassem
a procura do outro
ser que há em
mim:
pele, pêlos, penugem,
a tua boca
na minha boca
a tua língua a deslizar
como uma serpente
entre meus dentes.
Suor, a transpirar
pelos poros,
pernas a entrelaçar
meu corpo,
olhos entreabertos.
Narinas aguçadas
a captar odores
daqueles seres que
se abraçam
daquele monte de carne,
objeto tridimensional
esculturas móveis
sal e beleza
e a sensualidade,
geografia obscena.
Obscenas também
nossas cabeças
que vão da fantasia
transformando
signos em matérias,
palavras soltas,
desejos que irrompem,
murmúrios,
lambidos.
Um grito transborda.
O infinito...
Angela Schaun
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