A maneira como duas mulheres que amei me mentiam.
Uma por omissões, "o que não sabes não te magoa", por, digamos, boas razões, boas coisa nenhuma, por desconversas quase ínvias, uma ou outra vez com o que chamava "mentiras brancas" e depois, em momentos de agressão, com a verdade, talvez uma verdade exagerada, nunca saberei.
A outra como se fosse a Rainha de Inglaterra, com um recato que a enobrecia, uma contenção rematada com migalhas de alta moralidade, e depois a mentira descarada e mascarada, para que passasse por uma boa alma, logo ela, que acredita na agressividade como a convergência ideal entre o primitivo e o civilizado.
Também amei uma mulher que nunca me mentiu.
Foi igualmente violento, mas prefiro a violência da verdade.
Pedro Mexia
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